sábado, 27 de setembro de 2008

Comédias da vida (mais ou menos) privada

Uma pessoa muito educada
No Mc Donalds, acabei de fazer meu pedido, paguei e o carinha todo gentil me entrega meu lanche e me diz: “Bon appétit!”. E eu, ao invés de responder “Merci”, sem querer respondi “Bon appétit!”. Imaginem a cara do sujeito olhando para mim sem entender nada...

Salto alto, por favor
Estou eu la na loja comprando um celular e, depois de escolher o plano e o aparelho e de assinar o contrato, a vendedora me pergunta se eu preciso de uma capinha para o celular. Ela me mostra dois modelos: um em acrilico e um em tecido, daquele tipo “meia” que existe também no Brasil. Dai ela me pergunta qual deles eu prefiro e, ao invés de responder “a meinha”, eu respondo “o sapato”. Ha que se explicar aqui que, em francês, as duas palavras são muito parecidas (meia é chaussette e sapato é chaussure). Por isto a confusão... Mas não deixou de ser engraçado. E quando eu percebi a trapalhada, emendei em seguida: sim, eu quero sapatos de salto alto para o meu celular!

Tcham, tcham, tcham, tcham!!!
Tive um leve probleminha de regulagem de temperatura na minha geladeira. Como o pininho que exerce tal função esta quebrado, eu nunca sei para que lado eu o estou girando, se estou aumentando ou diminuindo a temperatura. Dai que houve um periodo em que todas as coisas na minha geladeira estavam congelando e no fundo dela ja havia uma crosta de uns 2 cm de gelo. Semana passada, quando uma amiga dormiu em casa, ela me ajudou a regular a temperatura. No dia seguinte, como magica, a crosta de gelo havia desaparecido. Perfect! Mas foi so eu precisar pegar uma cebola na gaveta do fundo e, na hora em que eu a abri, splaaaash! Aguaceira geral na cozinha... Pois é, so eu para achar que a crosta tivesse desaparecido magicamente e a agua evaporado.

Loucademia de policia
Outro dia, quase todo o pessoal do meu departamento foi almoçar junto. Eramos 8 pessoas e fomos em 2 carros. Eu dirigia o segundo carro e seguia o primeiro, ja que não sabia chegar ao restaurante e ninguém que estava comigo sabia também (a burrice mais absoluta, colocar no mesmo carro so gente que não sabe chegar no lugar). OK. Estava la eu lindamente seguindo o primeiro carro quando a querida motorista do mesmo resolveu passar num farol amarelo. Eu entrei meio em pânico, com medo de perdê-la de vista, e pisei fundo. Foi ai que o pessoal do meu carro começou a gritar “Les flics, les flics, les flics!!!!”. Sem saber que “catsu” eram os tais “les flics”, eu passei no farol vermelho. Logo depois, vim a entender, numa situação muito real, que “les flics” quer dizer os guardas, ou melhor, a policia. E entendi também que os gritos eram porque os “flics” estavam do lado esquerdo do mesmo cruzamento em que eu, por acaso, passei no farol vermelho. E eu obvia e toscamente não os havia visto. Dai que vocês não têm idéia da intensidade do meu pânico quando vi que os simpaticos “flics” deram a partida na viatura deles, cruzaram a via e vieram atras de mim. Eu tremia. Não, eu não tremia, porque tremer é muito pouco para o que estava acontecendo. Eu simplesmente não parava de pensar: “puta que pariu, como é que eu não fui ver a policia e simplesmente passei no farol vermelho na cara deles, agora eles vão me parar, vão pedir minha carteira, vão me multar, e quando ficarem sabendo que eu sou brasileira, vão me prender e me mandar de volta pro Brasil”. Sem brincadeira, tudo isso passou pela minha cabeça num decimo de segundo. E o pessoal no meu carro, muito simpatico, me dizia: “é você quem vai falar com eles, hein? Da uma de ingênua, finge que você não fala bem francês e tal”. E eu, verde de medo. Bom, dai que os caras vieram atras do meu carro, depois pararam do meu lado no semaforo seguinte (o qual eu obviamente respeitei!) e... não fizeram nada! Eu desacreditei. Os caras nem olharam para o meu carro (e eu também nem olhei para eles, tão incredula da minha propria sorte eu estava). Até hoje não sei se os caras realmente não viram que eu passei no vermelho ou se viram, mas não quiseram fazer nada. Particularmente, e visto o desespero geral do povo no meu carro durante o fato, acredito que é mais a primeira opção e que, se eles tivessem visto, não teriam deixado passar barato... Mas o “melhor” ainda estava por vir: 10 segundos apos o ocorrido, um dos caras que estavam no meu carro solta uma desta: “ah, eu sei em que restaurante a gente esta indo, acabei de lembrar que eu sei sim o caminho”. E eu pergunto: “o que você faz com uma criatura destas?”.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Jantar + balada no sabado à noite

Ai vão umas fotinhos de sabado à noite... Sai com o pessoal do trabalho. Fomos jantar em um restaurante latino (comida mexicana, caipirinha brasileira e salsa cubana!) e depois fomos a baladinha de aniversario de uma colega do escritorio.

Sim, sim, eu estava de chapinha neste dia. E fui eu mesma que fiz, com meu super Lissima Ionic (olha o merchandising!!!). Até que ficou bom, né?

A ultima foto foi para contrariar um pouco meu colega Chris que diz que eu sempre saio com o mesmo sorriso nas fotos. Segundo ele, eu tenho um sorriso de "56 dentes"! Dai eu fiz esta careta. Sem sorriso, mas ainda sim mostrando muitos dentes, ;)))












Cara de quê?

Cena 1:

Estou la eu com a Sandrine, num pub irlandês, escutando musica, bebendo e conversando, quando um carinha vira para ela e pergunta se nos duas eramos sul-americanas. Muito espantada, ela responde que ela não, mas que eu sim. Dai, eu falo assim: “ok, ja que você adivinhou que eu sou sul-americana, adivinhe então de que pais eu sou”. E então eu desacreditei quando o cara listou quase todos os paises da América do Sul, menos o Brasil. Ele começou me dizendo que eu tinha cara de colombiana, o que eu achei o maximo, porque todas as colombianas que conheço são lindas. Depois, foi perguntando: Argentina? Chilena? Venezuelana? Equatoriana? (!!!), Paraguaia?

Enfim, quando so faltava o cara mencionar a Guiana Francesa, eu disse: “escuta, eu não estou acreditando que você mencionou quase todos os paises da América do Sul, menos o maior deles...”.

No fim das contas, o cara era francês, mas ja tinha morado na Argentina e visitado o Brasil algumas vezes. E ele me disse que as mulheres do Rio e de Salvador são mais simpaticas que as paulistas. Mas depois ficou me xavecando mesmo assim. Ah, ta... Então ta...

Cena 2:

Na mesma balada, outro francês se aproxima de nos e começa a conversar. La pelo meio da conversa, quando eu disse que era brasileira e que o franco-argentino ja tinha me dito que eu tinha cara de sul-americana, este francês me diz que, na verdade, achou que eu fosse espanhola ou italiana, mas que definitivamente eu não tinha cara de francesa...

Cena 3:

No show de musica brasileira, conversando com um dos portugueses que conhecemos la, ele me diz que achou que eu fosse portuguesa também.

Conclusão:

Que eu definitivamente não tenho cara de francesa, eu ja sabia. Mas o engraçado é que no Brasil todo mundo pensa que eu tenho alguma ascendência libanesa ou algo assim. Também ja me disseram que eu pareço espanhola... Particularmente, eu acho que eu tenho uma baita cara de libanesa mesmo, mas aqui ninguém achou isso não... No fim das contas, tenho mesmo é cara de cearense misturado com polonês! (ok, deve ser mais ou menos 95% cearense e 5% polonês, rsrs).

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

A França ama o Brasil

Desde que cheguei aqui, e isto faz apenas dois meses, ja fui a 4 eventos brasileiros. E não estou falando de eventos organizados pela galera não, ja que como aqui tem uma comunidade brasileira, seria compreensivel de se imaginar que o pessoal organiza varias baladinhas. Estou falando de shows mesmo e eventos organizados pela prefeitura. Vai ai um pequeno recapitulativo:
  • Show do Olodum e dos Barbatuques no ultimo dia do festival Nuits de Fourvière

  • Show de musica brasileira (Trio do Sol acho que era o nome do grupo) em um dos eventos de verão “Todo mundo pra fora”, num domingo, na Ile Barbe

  • Domingo passado aconteceu o desfile da Bienal da Dança. A Bienal da Dança é um grande evento aqui onde, a cada dois anos (obvio) e durante um mês inteiro, ocorrem varios espetaculos de diversas escolas e grupos de dança. Além disso, para lançar a tal Bienal, sempre ha um desfile de escolas de dança na rua. Pois é, domingo passado rolou este desfile e, logo apos, teve um show de musica brasileira na principal praça da cidade. Houve quatro atrações: um grupo de Salvador (batucada), uma cantora de bossa nova, um grupo de chorinho (Agua de Beber) e a bateria da escola de samba de Visa Isabel. Surreal, não? Este show foi muito animado! Eu estava com a minha amiga Sandrine e também encontrei varios brasileiros que ja tinha conhecido e conheci varios outros, além de uns portugueses também. Em resumo, acho que estavamos em um grupo de umas vinte pessoas! E a galera toda dançando samba (ou tentando) na praça foi muito legal! Alias, acho que estou dançando mais samba aqui do que no Brasil. Fora um detalhe deveras engraçado: eu nem danço samba tão bem assim, sou dura que nem uma vassoura, mas dado o nivel geral de samba da galera francesa, a cada vez que faço uns passinhos basicos, eles me olham como se eu fosse uma passista de escola de samba! Eu dou muita risada!

  • Logo apos este show na praça, rolou uma balada (também de musica brasileira) na Marquise. A Marquise é uma balada super conhecida num barco ancorado no Rhône (Cris, lembrei das baladas do navio!!! Até porque o barquinho aqui também balança pra caramba durante a balada). Dai, que la tocaram uns grupos brasileiros e rolou de tudo: samba, forro,... No mais, pelo que eu fiquei sabendo, parece que esta balada brasileira acontece uma vez por mês la neste barco. Ou seja, quando eu estiver com muita saudade, posso ir la! O pessoal da galera brasileira esta todo animado para estas baladinhas. O duro é que elas rolam sempre de domingo e ai é meio ruim ficar até muito tarde. Eu, por exemplo, desta vez fiquei até umas duas da manhã, mas foi duro acordar cedo na segunda para ir trabalhar... Porque fazer uma baladona numa quinta, até tudo bem. Você tem que trabalhar na sexta, mas é so um dia. Agora, começar a semana ja chutando o pau da barraca assim é coisa para profissional! ;)

Para terminar o topico, a minha colega de trabalho inglesa esta fazendo quarenta anos esta semana e vai comemorar no sabado. Ela alugou um estudio de dança para uma balada e contratou um DJ franco-inglês (ou anglo-francês, sei la). Sabe o que o DJ falou para ela? “Olha so, pela minha experiência, os franceses se animam bastante com musica brasileira, então, se você não se importa, posso tocar algumas?”. Viram? Pois é, sabado que vem terei mais uma chance de sambar um pouquinho e impressionar o pessoal com os meus avançadissimos passos de samba, hahaha!

Abaixo, fotinhos do desfile, do show e da galera.

sábado, 6 de setembro de 2008

Sobre a gripe, a greve, a chuva e o show (e porque Deus não me odeia)

Quatro de setembro de dois mil e oito, quinta-feira. Como todo dia, o despertador do meu celular toca às sete da manhã, mas eu fico enrolando na cama até às oito. E muito dificil acordar cedo, ainda mais quando se esta com uma baita gripe, o que é o meu caso. Tossi a noite toda, o que me fez pensar que na França até a minha gripe é diferente: no Brasil, quando fico gripada, tudo começa com uma terrivel dor de garganta. Aqui, o virus deve ser outro: estou tendo uma tosse lascada, mas sem dor de garganta, ainda bem!!!

Enfim, é engraçado como a gente sempre reclama do horario que acorda... Quando eu acordava antes das seis da manhã porque trabalhava na Faria Lima, eu reclamava... Dai, fui trabalhar na Mooca e acordava às sete (tirando os dias de rodizio e de aulas de francês). E reclamava também, dizia que muito sortuda deveria ser a pessoa que podia acordar às oito e chegar no trabalho às nove. Pois é, este tem sido meu caso agora, e mesmo assim tem sido dificil acordar... Fico imaginando que mesmo que eu entrasse no trabalho ao meio-dia, ainda assim ia enrolar na cama até o ultimo minuto possivel antes de ter que me levantar correndo e fazer tudo voando porque mais uma vez me levantei atrasada...

Bom, depois de ter enrolado na cama até o ultimo minuto, levantado correndo e feito tudo voando, la vou eu no meu carrinho a caminho do trabalho. De repente, um trânsito absurdo. Mas absurdo mesmo, tudo parado, um zilhão de carros na rua e uma das rotatorias onde eu passo normalmente parecia uma visão do inferno: o semaforo abria e fechava varias vezes sem que a gente conseguisse andar um metro sequer... Comecei a ficar desesperada achando que, na verdade, o trânsito é sempre assim mesmo e que os quinze minutos que eu levava para chegar ao trabalho eram resultado do mês de férias... Ai, meu Deus... Também achei que pudesse ser reflexo da garoa que estava caindo... mas se o trânsito vira este caos com esta garoa, o que sera que acontece quando chove mesmo, pra valer? Ja estava pensando que ia ter que achar outro caminho para ir trabalhar, porque não seria possivel pegar este trânsito todos os dias... E a hora passando, e eu parada no trânsito...

Bom, dai decidi ligar para o escritorio e avisar que eu ia chegar mega atrasada por causa de um mega trânsito inesperado... Ja estava pronta para ouvir alguém me dizer: “mas você achava que ia ser tudo tão tranqüilo como no mês de férias?”. Mas quando liguei, a surpresa: estava tendo uma greve geral do transporte publico... Poucos ônibus, quase nada de metrô, enfim, um caos... Ah, ta... Melhor assim, né??? Fiquei aliviada...

Uma hora depois, finalmente cheguei ao trabalho (quase às 10 da manhã). E, conversando com o pessoal, reclamamos sobre as greves e como elas atrapalham o dia-a-dia das pessoas e tal. O mais incrivel é que neste mesmo dia, havia em Lyon um juri internacional que vai escolher qual cidade sera a “capital européia em 2013” e Lyon esta concorrendo. Mas depois desta greve, acho que Lyon esta definitivamente fora do pareo. Os caras escolheram muito bem o dia da greve, mas eu particularmente acho que eles são uns sacanas e idiotas, porque além de prejudicarem a cidade toda durante o dia inteiro, eles dificultaram um pouco a candidatura de Lyon, prejudicando o que seria uma otima oportunidade para a imagem da cidade, para o turismo e, em ultima instância, para eles mesmos, pois quanto mais turismo, melhor para a cidade e para todos que vivem nela em geral.

No meio desta discussão acalorada, alguém me lembrou de um pequeno detalhe: o show do Coldplay era hoje. E a Sandrine e eu haviamos previsto de ir ao show de metrô, porque de carro ia ser impossivel de estacionar e tal e coisa. Mas como ir de metrô com a greve? O melhor de tudo: algumas linhas do metrô até estavam funcionando, menos do que normalmente, mas estavam. Mas justamente a linha que leva até o local do show estava 100% parada. Se eu ja estava achando os caras do transporte publico uns sacanas, agora ja os estava xingando de filhos da p... para baixo. Que cretinos!!! Realmente escolheram muito bem o dia da greve. E um colega meu do escritorio: “acho bom você sair cedo, Rachel, porque com a chuva, a greve do transporte publico e sabendo que todos os 17.000 ingressos para o show foram vendidos, estacionar o carro vai ser uma aventura”. OK. Outro detalhe: como eu não sabia que estava tendo uma greve, eu fui trabalhar com uma roupa mais social e salto alto, ou seja, nada apropriada para ir direto para o show, que começava às oito da noite.

A moral da historia é que eu, que ja tinha chegado ao escritorio às dez da manhã e fiz duas horas de almoço, sai às cinco da tarde. Trabalhar que é bom, quase nada.

Mas sabe que neste dia absolutamente zicado, tive uma prova de que definitivamente Deus não me odeia? Porque apesar de ter que passar em casa para me trocar, pegar a Sandrine e o Luiz (para quem não sabe, outro brasileiro que trabalhava na Arno e esta trabalhando na França agora), e apesar da chuva, da greve e dos 17.000 ingressos vendidos, contrariando todas as previsões, até que não demoramos muito para encontrar uma vaga (tudo bem que não paramos tão perto do show) e conseguimos chegar la antes das sete e meia da noite. Perfect!!!

Finalizando este post quilométrico, falemos sobre o show... Quem abriu o show do Coldplay foi um cantor chamado Albert Hammond Jr. Aparentemente, o pai dele, obviamente chamado Albert Hammond, é um cantor muito famoso. Mas é obvio também que, alienada musical que sou, nunca tinha ouvido falar nele. E, pelo que vim a saber depois, este Albert Hammond Jr. é também o guitarrista do The Strokes. Ok. Mas o importante é dizer que o show dele foi bem legal e ele tem um voz bem parecida com a do vocalista do Placebo, ou seja, uma voz bem diferente...


Quanto ao show do Coldplay, foi absolutamente SENSACIONAL!!! Ao contrario dos três primeiros CDs deles, que são legais, mas são meio lentos e depressivos, o show é muuuuito animado! O Chris Martin fala e brinca com a platéia o tempo inteiro e ele se esforçando para falar francês foi muito bonitinho!

Claro que eles tocaram todas as musicas do novo CD, que é absolutamente fantastico, e também as musicas mais conhecidas dos outros CDs: Clocks, Fix you, Speed of sound, The hardest time...

Para mim, os melhores momentos foram:
  • Fix You: foi uma catarse geral quando eles tocaram essa musica
  • Viva la Vida: esta musica é simplesmente fantastica e acho que foi a mais aguardada do show. No mais, ela tem um significado especial para mim: sabe quando em uma certa época da sua vida, você escuta muito uma mesma canção e depois, para o resto da sua vida, quando você escuta esta mesma musica, ela te lembra exatamente esta época? Como se fosse a trilha sonora deste periodo? Pois é... desde que cheguei em Lyon e a Sandrine me emprestou o CD do Coldplay, tenho escutado esta musica praticamente todos os dias. E eu a escuto quase sempre de manhã, quando estou indo trabalhar. Eu adoro esta musica, porque ela é muito animada e me deixa de bom humor. Então tenho quase certeza de que ela vai acabar virando a trilha sonora desta minha fase, da minha chegada em Lyon.
  • The Scientist: esta é a minha musica preferida do Coldplay e uma das minhas favoritas em geral. Eles a cantaram em capela, numa hora em que foram para a parte de tras da sala do show, mais perto da arquibancada. Foi maravilhoso, sem palavras. Quase chorei...

Fora tudo isso, a cenografia do show também estava sensacional e muito original!
Resumindo: para quem gosta de Coldplay, se eles passarem ai no Brasil na turnê deste show, não deixem de ir!

E o dia terminou com a gente pegando a maior chuva até o carro (ai, minha gripe) e o meu GPS me dizendo que eu tinha que virar à direita, ao mesmo tempo em que mostrava na tela que eu tinha que virar à esquerda! Perfect! Meu GPS não sabe a diferença entre esquerda e direita, olha que maximo! Ta parecendo um amigo meu, brasileiro, mas que so sabe direita e esquerda em coreano... Sera que se eu ensinar para o meu GPS em coreano, ele aprende?

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Feliz Ano Novo !!!

“Adeus ano velho, feliz ano novo, que tudo se realize no ano que vai nascer, muito dinheiro no bolso, saude pra dar e vender!!!”

Depois de um mês de agosto mortal, quando quase todos os franceses estavam em férias, setembro é o mês da famosa “rentrée”. Para quem não é francês e nem nunca morou na França, explico: o verão aqui começa no final de junho e, a partir de meados de julho, a francesada toda se manda de férias. Dai que o final de julho e o mês de agostos são meses mortos mesmo, porque como todo francês sabe, férias é uma instituição sagrada aqui e eles “fecham a lojinha” durante todo o mês mesmo. No que eu acho que estão absolutamente certos.

Ou seja, como cheguei aqui no dia 10 de julho, um pouquinho antes do feriado nacional (14 de julho), tenho a impressão de que durante este mês e meio não vi a cidade como ela realmente é. Lyon estava uma super tranqüilidade, enquanto as estradas estavam abarrotadas (ja vi esse filme!) e o Sul da França imagino que estava mais ainda. Alias, senti até um efeito “gangorra”: como todos estavam no Sul, esta parte da França “pesou”, enquanto aqui onde eu estou ficou mais alto. Senti até uma diferença de altitude :).

Alias, fato interessante: julho e agosto são os meses de férias e ha até nomes para definir as pessoas que saem em julho ou agosto. Os que saem em julho são os “juillettistes” e os que saem em agosto, os “aoûtiens”. Ja pensou que engraçado se tivessemos isto no Brasil? Os que saem em férias em dezembro seriam os dezembristas e os que saem em janeiro seriam os janeiristas. Legal, não?

Durante o mês de agosto, tem até restaurante que fecha e põe uma plaquinha na porta: “estaremos em férias de tal dia a tal dia”. Incrivel... Não imagino um negocio destes em São Paulo... Imagina tentar ir ao seu restaurante preferido em janeiro e encontrar uma plaquinha na porta?

Alias, estava achando que os restaurantes estariam vazios no mês de agosto, visto que a cidade não tinha um terço dos habitantes. Mas aconteceu o efeito contrario: como até os restaurantes entram em férias, os poucos que ficaram abertos estavam cheios. E dai, danou-se se você não fez uma reserva.

Para quem ainda não entendeu o espirito, setembro aqui é como fevereiro ai no Brasil. Ou melhor, é como depois do Carnaval, quando o ano começa realmente para nos. Em julho e no começo de agosto, quando ainda havia uns gatos pingados por aqui, toda vez que falavamos de algum projeto ou trabalho a fazer, as pessoas diziam “vamos fazer à la rentrée”. Tudo era “a la rentrée”. “A la rentrée” a gente termina isso, “a la rentrée” você tera seu contrato de trabalho, “a la rentrée”, “a la rentrée”, “a la rentrée”. Agora chegou a famosa “rentrée”. E o que aconteceu?

Bem, é verdade que todo mundo ja voltou de férias. Os franceses voltaram a trabalhar. As crianças voltaram para a escola também (inclusive deu para sentir bem isto, visto que moro ao lado de duas escolas...). As ruas estão mais cheias, tem mais trânsito, o estacionamento aqui da empresa esta lotado. Esta todo mundo com aquela cara saudavel, bronzeada e descansada e, ao mesmo tempo, não muito felizes em voltar de férias...

So quero ver todos os projetos da “rentrée” sairem do papel... Ai, ai, tô ficando até com medo!!!

Bom, mas antes que algum engraçadinho faça alguma comparação do tipo “ah, mas pelo menos para nos no Brasil, o ano começa em fevereiro, enquanto na França começa so em setembro”, explicação: sim, o ano aqui começa em setembro, mas ele não acaba em dezembro... Complicou? Pois é, em dezembro a gente muda o “numero” do ano, mas pelo que entendi o ritmo não diminui tanto quanto no Brasil e é como se o ano continuasse. Exemplos praticos para facilitar o entendimento: aqui, a gente não fala em Campeonato Francês 2008, senão ele teria apenas 4 meses, visto que começa em setembro. Aqui, fala-se em temporada 2008/2009. Viram? O campeonato começa em setembro e so termina em junho do ano seguinte... Assim como as aulas... E tudo o mais. Ou seja, é um outro tipo de calendario!

Assim como a Terra gira em torno do sol, também nos, humanos, definimos nosso calendario em função do astro-rei... Claro, não ia ter a minima graça tirar férias no inverno e trabalhar no verão, se bem que ja fiquei sabendo que aqui na França tem até uma semana de férias para esquiar. Mas isto é assunto para outro post, a ser escrito em fevereiro!

Por isso, meus amigos, o ano esta começando para mim! Um brinde ao ano novo de 2008/2009!!!!