domingo, 25 de outubro de 2009

O alcool mata... de vergonha!!!

Alguns flashes da noite de sexta-feira, num pub com a Sandrine:

- Um cara meio que esbarra em nos e pede desculpa. Rindo, eu respondo: “ah la la” (tipico de francês reclamando). O cara me responde que eu acabo de dizer o nome dele. Hã, como assim? Sim, o nome do cara era Lahlá... Deus do céu!

- O tal do Lahlá tinha varios amigos gatinhos. Assim meio que do nada, Sandrine e eu nos vemos rodeadas de homens, uns sete ou oito conversando com a gente. Nada mal... E os caras tentando descobrir minha nacionalidade: Libanesa? Tunisiana? Espanhola? Italiana? Portuguesa? Colombiana? Chilena? Argentina? (Detalhe que quando eles dizem “tunisiana”, a Sandrine e eu começamos a dançar a coreografia que aprendemos na Tunisia: “pi pi pi pi pi”).

- Um dos caras nos diz que o seu nome é Vivien. Eu não me contenho e digo que Vivien, no Brasil, é nome de menina. E não me contento em dizer isto apenas uma vez. Fico repetindo, tipo disco riscado. O cara deve ter me adorado.

- Outro flash que me vem à cabeça: um dos caras e eu, cantando, bem alto: Ju-ni-nho, la ra la ra la ra, Per-nam-bu-ca-no, la ra la ra la ra (o hino criado pelos torcedores do Lyon para o Juninho). Meu Deus, o que o alcool não faz com a gente!

- Com este mesmo cara eu acho que passei uma hora falando de futebol: sobre o Lyon, sobre o jogo do Lyon contra o Liverpool, sobre a escalação da seleção brasileira em 1998 (!!!!), sobre o Maradona e outros jogadores argentinos... e no meio desta conversa toda, a gente parava e cantava de novo “Ju-ni-nho Per-nam-bu-ca-no”.

- Em algum momento da noite, sei la eu porquê, este cara me diz que fala um pouco de alemão. A criatura aqui, alegrinha que so, desembesta a falar as quatro unicas frases em alemão que eu sei, que são: “eu não falo alemão”, “eu estou com fome”, “eu te amo”, “eu tenho vinte e nove anos”. Sim, eu disse “eu te amo”, em alemão, para um cara que eu mal conhecia. O curioso é que de todas as frases que eu sei em alemão, a unica que correspondia perfeitamente à situação, eu esqueci na hora: “ich bin blau” (eu estou bêbada).

- Mas eu não esqueci de como dizer esta frase em francês. Tanto que em algum outro momento, chega mais um cara para a turma e se apresenta para mim, apertando a minha mão. Ele diz “prazer, eu sou o fulano (esqueci o nome dele, claro). E eu respondo, “prazer, eu estou bêbada”.

- Sandrine e eu, falando sobre um cara que a gente conhece: “até que ele é boa pessoa. Ele é pervertido, tarado e chato, mas no fundo é uma boa pessoa”. O alcool faz a gente ver a vida de uma forma tão diferente, não?

- Um dos ultimos flashes dos quais me lembro sou eu indo ao banheiro, o mundo começando a rodar muito, mas muito rapido, e eu saindo correndo do bar, toda estabanada, sem nem avisar a pobre da Sandrine que teve que vir correndo atras de mim...

Vergonha, muita vergonha...

Gente, sério. Tudo isto aconteceu no pub, e eu podia continuar a contar os flashes que me vêm à cabeça, tudo o que aconteceu depois, enfim. Mas não... Como dizem os franceses, “l’alcool, c’est moche!” (o alcool é feio) e a minha mãe lê o blog e não vai ficar nada orgulhosa se eu contar aqui que até vomitei e tudo (ôps!!!).

Mas é por estas e outras que, no dia seguinte, me peguei pensando que eu não sabia o que era pior, se a ressaca fisica (dor de cabeça, enjôo, vontade de vomitar, mundo rodando) ou a ressaca moral, que aparecia a cada vez que eu lembrava de uma cena da noite anterior...

O alcool é feio, muito feio...

Mas que atire a primeira pedra quem nunca se pegou dizendo “nunca mais vou beber na vida” num dia seguinte de bebedeira, com uma ressaca bravissima! E que na semana seguinte ja estava bebendo de novo... o principal problema do bêbado é esse: a memoria fraca!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Pot-pourri

Percebi que aqui as pessoas contam a idade de seus filhos pequenos em meses, até os que ja passaram de 1 ano. Qual a idade dele? 14 meses, 18 meses, 24 meses, 30 meses e assim por diante. Eu estava achando estranho, acho mais facil dizer 1 ano e 2 meses, 1 ano e meio, 2 anos, mas enfim... Até que, quando ja estava me acostumando com a ideia e achando que so as idades dos bebês são contadas de forma diferente, me deparo com a seguinte frase de uma colega de trabalho, falando de um ex-relacionamento: “nos ficamos juntos durante 1 ano e 18 meses”. Fala sério!!! Não é mais facil dizer 2 anos e meio ou, no maximo, avacalhar tudo de vez e dizer 30 meses? 1 ano e 18 meses é sacanagem, né?

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Tem dias em que a minha garagem parece que encolheu. É sério. Ela muda de tamanho às vezes. So isso para explicar porque é que eu, estacionando na mesma garagem todos os dias, às vezes tenho que fazer tanta manobra para entrar com o carro! Ela encolhe, tenho certeza.
Isto acontece com vocês também?

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Faço faxina todos os domingos (ou quase). Dai que, no começo da semana, super orgulhosa da minha casa limpinha e arrumadinha, vou tentando manter assim. O que explica porque é que eu so ando de pantufas em casa e deixo para calçar os sapatos na ultima hora, ja na porta, prestes a sair.

Pois é, mas não é que outro dia me pego de manhã, ja saindo de casa, toda arrumada e com a bolsa a tiracolo, prestes a ir trabalhar, de PANTUFAS? Seria tragico se não fosse cômico... se eu tivesse ido até o trabalho assim, essa historia ia ganhar da historia do porta-malas...

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Outro dia, entrando na balada, o segurança me diz que eu tenho que deixar minha jaqueta na chapelaria. “Mas eu não quero”, digo eu. Presta atenção: eu sempre levo para a balada uma bolsinha pequena hiper basica que é para não ter encheção de saco com chapelaria... Se eu decidir que quero segurar minha jaqueta na mão a noite inteira, qual é o problema?

“Não, não pode”, responde o pseudo-segurança.

“Mas eu não quero guardar a jaqueta, quero ficar com ela, não posso?”

“ Não, tem que guardar, por questões de segurança”

Querem saber a pior? A chapelaria era paga, é claro. Dois euros. Ou seja, como ganhar dinheiro facil!

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Logo depois do meu aniversario, comentei aqui que ganhei 5 DVDs de presente do pessoal do trabalho, né? Pois é. Chegou o verão, sol, calor, férias, e dai eu nada de ver os filmes. Agora, com o outono firme e forte, comecei a assistir.

Assistir ao “La cité de la peur” e achei fraquinho, mas imagino que é porque ele é cheio de referências a outros filmes e fatos da vida francesa que eu não conheço necessariamente.

Também assisti ao DVD do Gad Elmaleh e simplesmente AMEI DE PAIXÃO! O cara é muito engraçado! E olha que eu não sou de dar risada facilmente com filmes, seriados ou coisas do gênero (por exemplo, nunca achei graça no Casseta e Planeta...). Enfim, dei risada do começo ao fim com os esquetes do Gad e até me animei e comprei um ingresso para ver o novo espetaculo dele aqui em Lyon, em dezembro.

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Outros filmes que assisti recentemente no cinema e adorei:

- Public Enemies, do Michael Mann, com o Johnny Depp: perfeito, otimos closes dos atores! Fora que é o tipo de filme em que você torce para o bandido do inicio ao fim!

- Inglorious Bastards (não sei o nome em português), o ultimo filme do Quentin Tarantino, com o Brad Pitt: maravilhoso, apesar de não ser o tipo de filme que eu gosto (meio sanguinolento). Mas a historia é otima e tratada com um humor negro sensacional. E o Brad Pitt esta perfeito no filme, muito bom mesmo.

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Falando em outono, o frio ja esta chegando bravo por aqui. Estou pensando em fazer uma proposta para a minha chefe: trabalhar 6 meses na França (de maio a outubro) e 6 meses no Brasil (de novembro a abril). De quebra, ainda pego o Natal, Ano Novo e carnaval em terras tupiniquins. Sera que ela aceita?

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

La vita è bella

Tem uma historia sobre a minha semana de férias na Italia que eu não contei para vocês, mas que agora vou contar.

É o seguinte: no nosso terceiro dia la, logo de manhã, fomos pegar o metrô para irmos para o Vaticano. E dai resolvemos, ao invés de comprar apenas um bilhete de uma viagem que custava 1€, comprar um bilhete que valia para o dia inteiro, para ônibus, metrô, trem, cipo e bicicleta e que custava 4€.

Ok. Fomos nos la na estação. Detalhe: na estação so tem maquinas automaticas, não tem tipo assim guichê com um ser humano atras.

Estamos la nos na frente da maquina, demorando um tempão para entender tudo o que estava escrito, todas as opções disponiveis e apertar os botões certos. E a fila se formando atras de nos.

Até que achamos a opção que queriamos, e pedimos 6 bilhetes de um dia inteiro (3 para este dia e 3 para o dia seguinte). 6 x 4 = 24. Ok. Colocamos uma nota de 20€ na maquina e começamos a procurar as moedas para completar.

Nisso, acho que demoramos um pouquinho demais para achar as moedas (e a fila se formando atras, sorry guys!) e a maquina começou a dar tilti e nos mostrar umas mensagens que não entendiamos. Como um cara do metrô estava consertando a maquina ao lado (por isso a fila atras de nos, porque so havia uma maquina funcionando), aproveitamos para pedir para ele nos ajudar.

O dignissimo senhor devia ter um desejo inconsciente incontrolavel de meter o seu dedinho onde não devia, porque assim que falamos com ele, sem nem perguntar qual era o nosso problema, ele meteu o dedo na tela da nossa maquina, no primeiro botão que apareceu na frente. Era o botão que dizia que queriamos apenas 1 bilhete de 1 viagem. O bilhete de 1 viagem foi impresso. E a maquina, que havia pego meus 20€, nos devolveu apenas 4€ (depois entendemos que a maquina so devolvia o troco maximo de 4€). Ou seja, pagamos 20, recebemos apenas um bilhete e 4€ de troco = prejuizo de 15€.

Nessa hora, vendo que a maquina não ia devolver minha linda nota de 20€, começamos a falar com o cara e dizer que queriamos o dinheiro de volta, é claro.

Detalhe: falavamos meio em espanhol, meio num italiano muito do sem-vergonha e meio em inglês. Bom, o cara cutucou a maquina, cutucou, enfiou o dedo em um monte de lugar (Freud explica!) e não conseguiu resolver o problema. Eu disse que não tirava meus pés dali enquanto a maquina não devolvesse o dinheiro (imaginem a cara das pessoas atras de nos, vendo que haviamos quebrado a unica maquina funcionando até então).

O cara foi la numa guarita que ficava ao lado das catracas falar com os outros funcionarios do metrô. Eis que um dos outros funcionarios vem falar com a gente e perguntar qual era o problema (pelo menos ele falava um pouquinho de inglês).

Explicamos tudo de novo e ele disse que não podia fazer nada. Como assim????

Ele disse que era funcionario do metrô, mas que era uma empresa terceirizada a responsavel pelas maquinas e ele não podia fazer nada. Nessa hora eu juro que achei que estivesse no Brasil. Como assim você coloca uma maquina automatica para vender bilhetes no metrô sem nenhum responsavel em caso de pane?

Eu, ja muito p. da vida, começo a gritar, esbravejar, dizer que não ia arredar os pés daquela p.... de metrô sem meu dinheiro de volta (normalmente eu sou avessa a escândalos, mas quando quero, sei subir nas tamancas e ser barraqueira... o Kiw e o Felipe que o digam!).

E o cara me deu uma folha para preencher, dizendo que a companhia ia me contatar e me enviar o dinheiro por correio.

Não, ele so podia estar de sacanagem, né? Vai me dizer que Papai Noel existe também e é ele quem vai me trazer o dinheiro? As coisas na Italia parecem funcionar menos do que no Brasil, imagina so se os caras iam me mandar meu dinheiro pelo correio, ainda mais sabendo que eu moro na França?

Fiz um pouco mais de escândalo, mas não adiantou nada.

Nessa hora, o que mais me frustrou de verdade não foi nem a perda do dinheiro, mas o fato de não falar italiano, porque queria ter feito todo meu escândalo e dito todos meus palavrões no idioma deles, para ter certeza que eles haviam me entendido!!! Ai, que raiva!!!!!

Anyway, preenchi a tal da folhinha e fomos comprar os bilhetes numa barraquinha fora do metrô (so depois descobrimos que fora do metrô ha bancas de jornais que vendem os bilhetes também, com seres humanos de verdade, que não vão engolir sua nota de 20€!).

Passando de volta pela catraca, ao lado dos funcionarios do metrô, não me contive e soltei um “Vai tomar no ....” em alto e bom som. Em português. Mas pela minha cara e pelo tom de voz, imagino que eles desconfiaram que eu não estava dizendo “eu amo a Italia”.

Depois de todos estes palavrões e todo este odio no coraçãozinho, so mesmo indo até a Basilica de São Pedro para tentar purificar minha alma, né? Não é qualquer igreja que ia servir não, tinha que ser o Vaticano mesmo!!!

Mas por que resolvi contar esta historia para vocês agora?

Porque, imaginem vocês, ha alguns dias recebi em casa uma carta da Italia dizendo que eles aceitaram meu pedido de reembolso (tipo assim, eles ainda tinham que aceitar alguma coisa?) e pedindo para eu enviar meus dados bancarios para eles depositarem o dinheiro.

É mole?

Desacreditei que isto aconteceu mesmo.

Bom, mas como dizem os franceses, é melhor não vender a pele do urso antes de tê-lo matado (versão francesa – e ecologicamente incorreta, diga-se de passagem - do provérbio “é melhor não cantar vitoria antes da hora”). Vou enviar minha cartinha com todos os dados e esperar para ver se o milagre acontece mesmo.

Sera que o fato de ter ido ao Vaticano logo apos o ocorrido tem alguma coisa a ver com isto?

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Onde foi que eu errei?

Toda quarta-feira de manhã tenho reunião com o pessoal de TI (tecnologia da informação, ou informatica, para os menos acostumados ao termo).

E toda quarta-feira me pego escutando coisas como: plataforma SharePoint, webpart, doclib, master page, MOSS 2007, WSS 2003, SilverLight, servidor em DMZ, motor de pesquisa, Active Directory,...

E nessas horas, me pergunto: “Meu Deus do céu, onde foi que eu errei na minha carreira para acabar vir trabalhando com o pessoal de TI?”. Não, gente. Porque fala sério, né? Eu trabalho em COMUNICACÃO, não em sistemas de informação!!!

Eu adoro o meu trabalho, mas adoraria muito mais se ele tivesse 50% menos de contato com esse povo chato, técnico, nada pedagogico e sem senso de humor...

Claro que nem todo cara de TI é nerd e chato, mas quase. E considerando que eu piloto uma equipe de 5 pessoas de TI, ja deu para entender porque as manhãs de quarta-feira não são exatamente a minha parte preferida da semana, né?

E o pior é que esse povo é tão hacker, que é bem capaz de eles darem uma “googlada” no meu nome, descobrirem que eu tenho um blog, vir aqui, mandar traduzir tudo no Google (ele, mais uma vez!) e ainda descobrirem que eu ando falando mal deles na web...

Geeeeentemmmm! É tudo brincadeirinha, ta? Eu A-D-O-R-O trabalhar com vocês!!!

domingo, 11 de outubro de 2009

Aos meus amigos, com amor

Ha pouco tempo, uma antiga amiga do colegial, com quem eu não falava ha muitos anos, me achou no orkut.

E me escreveu, dizendo que tem saudades daquela época, saudades de mim, e que não lembra porque a gente se afastou.

E preciso dizer que no colegial nos éramos grudadas, unha e carne. Tinhamos os mesmos gostos para musica, esporte, baladinhas, meninos... E, mesmo nos vendo todo santo dia, trocavamos cartas imensas (escritas à mão e super coloridas) com juras de amizade eterna. Eramos inseparaveis. Até que nos separamos.

Eu lembro muito bem porque nos afastamos. Na verdade, foi ela quem se afastou de mim. Assim, sem mais nem menos, uns dois anos depois de nos formarmos no colegial. E um dia, uma amiga em comum me contou que ela lhe haveria dito que eu era muito chata e reclamava demais.

Até hoje não sei se é verdade ou se foi apenas um diz-que-diz-que. Fato é que esta amiga em questão nunca mais me procurou. E eu parei de procura-la porque não ia ficar so eu indo atras dela...

E eu achei muito pequeno isto de ela se afastar de mim porque eu "reclamava demais".

Mas enfim... passou.

Uns dois ou três anos depois disto, minhas duas melhores amigas, também da época do colegial, brigaram comigo.

Vieram com sete pedras na mão me dizer que eu era muito folgada, mesquinha, ambiciosa, e invejosa. Exatamente estas palavras.

Simples assim.

So porque eu tinha acabado de tirar carteira de motorista e tinha medo de pegar meu carro para busca-las na casa delas para irmos para a balada. Isto foi o suficiente para me qualificar de folgada e mesquinha. Ja o ambiciosa e invejosa, não sei de onde sairam.

So sei que, uma vez mais, minhas melhores amigas me diziam que não me queriam mais como amigas.

E, uma vez mais, achei tudo isto muito pequeno para estragar uma amizade como a que eu achava que tinhamos.

E querem saber? Naquela ocasião, eu deveria é tê-las mandado tomar naquele lugar.

Porque quem eram elas para me julgar daquele jeito e sobretudo me dizer todas aquelas inverdades e virarem as costas?

Mas fui tão pega de surpresa que apenas chorei.

E fiquei um tempão triste, mas depois, mais uma vez, o tempo curou.

Um dia, alguns anos depois, uma delas me procurou para me pedir desculpas por tudo aquilo.

Disse que eu não imaginava a falta que a minha amizade fazia e que ela queria retomar tudo como antigamente.

Eu a perdoei. Mas a amizade nunca mais foi a mesma. A gente nem se fala mais hoje em dia.

Simplesmente acabou. Tem coisas que são assim. Não tem como voltar atras. Não pelo que ela me fez, falou ou deixou de falar. Mas pelos anos que passamos afastadas. Tanta coisa aconteceu nas nossas vidas. Quando nos reencontramos, parecia que ja não tinhamos mais nada em comum.

Enfim, tudo isso me fez pensar em outras amizades que tive, outras amizades que acabaram do nada (sem necessariamente brigarmos ou eu ter que ouvir inverdades), outras pessoas que foram “meus amigos inseparaveis” em algum momento, mas que a vida fez com que nos afastassemos.

E dai pensei nos amigos de hoje. Nos queridos e inseparaveis (apesar do oceano de distância) amigos de hoje.

Do fundo da minha alma, não gostaria que acontecesse a mesma coisa com eles. Não gostaria que nos afastassemos.

Por isso, quero deixar um recado a eles:

Queridos amigos,

Não preciso nomea-los, vocês sabem muito bem quem são.

Vocês são parte da minha familia e, mais do que isto, a familia que eu escolhi.

E que de certa forma me escolheu também.

Vocês fazem uma falta do cacete!!! Vocês nem têm ideia!!!

E eu sei que eu sou chata e às vezes reclamo demais. Sei que sou possessiva e morro de ciumes de vocês e não quero que vocês tenham mais nenhum outro amigo além de mim. Sei que às vezes eu sou encanada demais. Fico puta quando vocês não vão ao meu aniversario ou quando vocês não lêem o blog. E incontaveis
vezes fiz vocês atravessarem a cidade para irem me buscar ou levar em casa.

Mas tudo isso faz parte do pacote chamado "Rachel".

Que vocês aceitaram tacitamente quando me escolheram como amiga e isto é irreversivel.

Por isso, se algum dia um de vocês ousar me dizer que não quer ser mais meu amigo porque eu sou chata ou reclamo demais ou qualquer outra patetice destas, eu quebro a cara de vocês, ok?

Não digam que não avisei !

Com amor,

Kel

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Da agua para o vinho

A novidade da semana é que eu tive meu primeiro curso de enologia. Isto mesmo, estou fazendo um curso para beber até cair, ôps, aprender mais sobre vinhos.

Dai que se trata de um pequeno grupo aqui da empresa (8 pessoas), que se reunem uma vez a cada dois meses e têm aula com um sommelier.

Eu entrei nessa meio que por acaso. A pessoa que divide o escritorio comigo faz parte deste grupo e me convidou a participar também. Ja faz dois ou três anos que este grupo se reune, ou seja, ja estão mais do que no nivel avançado da ciência do vinho. E eu não entendo patavinas do assunto... se houvesse uma prova de nivel, seria classificada no menos 1. Todo meu conhecimento de vinho se resume a: se eu gosto do vinho, ele é bom; se eu não gosto, ele é ruim. Simples, não?

Pois é, mas esta pessoa me disse que não havia problema de eu começar assim do zero, mesmo se o resto do povo ja esta no nivel avançado...

Enfim, fui eu la no primeiro curso.

O sommelier começa por uma pequena revisão e nos diz que é preciso apurar o olfato e bla, bla, bla. Dito isto, nos passa cinco pequenos frascos de aromas para que tentemos decifrar do que se trata.

Os frasquinhos foram passando e eu fui anotando o que sentia (ou o que achava que sentia). Minhas anotações e pensamentos:

1) Doce... mas tem cheiro de alguma planta... quem sabe hortelã?
2) Definitivamente uma planta. Arruda!!! É isso!!! Mas como dizer “arruda” em francês?
3) Morango... tenho certeza de que é morango! Tem cheiro de gelatina de morango.
4) Hum, este esta dificil... tem cheiro de madeira, arvore, mato... (sera que todos os vinhos cheiram a planta?)
5) Impossivel de descobrir

Seguem as respostas certas:

1) Uva moscatel: ah, ta... tudo a ver com hortelã...
2) Pamplemousse... (é tipo o grapefruit em inglês): perai, Sr. Sommelier!!! Não é justo isso... não existe pamplemousse no Brasil!
3) Maça verde: ai, ai, pelo menos desta vez não fui so eu quem errou... até os mais avançados disseram morango...
4) Resina de pinheiro: eu sabia que tinha alguma coisa a ver com arvore e madeira!!! Foi so uma questão de vocabulario!!!
5) Flor branca associada à amêndoas: então ta, né?

Quero ver onde vai dar isso...

Não, mas é mega engraçado como este povo descreve os vinhos... Apos a experiência dos cinco frascos de aromas, degustamos cinco tipos de vinhos diferentes e os alunos mais avançados tinham que descrevê-los, em termos de visual, cheiro e gosto, e tentar descobrir que tipo de vinho era, etc e tal.

Déem uma lida nas frases e sintam o drama:

- Este é rico em glicerol, as lagrimas são muitas e demoram a cair (Vinho tem lagrima? Tem, sim senhor!!!)
- Este é agradavel, aveludado, longo na boca (Aveludado?)
- Este tem cheiro de cassis, cereja, nozes, é meio mentolado, apimentado... e ao mesmo tempo tem umas notas animais, de madeira e de couro (Perai, o que é tudo isto? Como este povo sentiu tudo isto com apenas uma fungada no vinho?)

Agora, o melhor de todos:

- Este tem cheiro de damasco, mel, agua do mar e algas: pode parando por ai!! Se um dia, fora da aula, alguém me dissesse que um vinho cheira à agua do mar, eu teria certeza de que o vinho esta estragado!!!

Pelo visto, tenho muito que aprender...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ganhei o dia

Outro dia, na aula de salsa, conversando com um mocinho que ja fazia curso la também no ano passado, assim como eu:

- Você não é de origem brasileira?

- Sou, por quê?

- Porque eu pensei que você estivesse fazendo um ano de curso aqui na França e fosse embora depois... Você vai continuar os estudos aqui?

- Não, eu não estou aqui estudando.

- Ah, não?

- Não, eu fui expatriada. Trabalhava em uma empresa no Brasil que me mandou para ca, para trabalhar na sede.

- Mas quantos anos você tem?

- 29.

- 29????? Puta que pariu!!!!

Acho que foi o pqp mais autêntico que ja ouvi, so que em francês, claro. E eu, não sabendo se ria ou se chorava:

- Sim, 29.

- Caraca, achei que você fosse mais nova do que eu!

- E quantos anos você tem?

- 25.

O mocinho em questão quase ganhou um beijo na boca nesta hora. E eu ganhei o dia, ou melhor, a semana!

sábado, 3 de outubro de 2009

Site estranho, com gente esquisita

Acho que ja deu de falar da Tunisia por aqui, né ? Vocês não devem estar aguentando mais, e além do quê, ja estamos em outubro e ja faz mais de um mês que voltei de la... Falta voltar à vida real aqui no blog também!

Queria comentar aqui que eu acho que tem muita gente bizarra no mundo... Por exemplo, o monte de gente que apareceu me seguindo no meu twitter!!!

Gente, para começar, eu não tenho twitter. Quer dizer, até criei um perfil la, mas so para ver e entender como era. Mas não voltei mais, não tenho paciência... so que vira e mexe recebo um e-mail dizendo que “fulano de tal” esta me seguindo no twitter. E na maioria das vezes pessoas das quais eu nunca ouvi falar, com nomes estranhos tipo Bettie Sparks, X Scrubbles e coisas assim!

Que meus proprios amigos e conhecidos me procurem no twitter e resolvam me seguir, eu até entendo. Eles não são obrigados a saber que a pessoa aqui criou um perfil e depois abandonou... mas gente, o que esse povo que eu não conheço vem procurar numa pagina que não foi atualizada ha mais de meses? É so para contar numero, é? Tipo o povo que tem mais de 1000 amigos no orkut ou facebook? Pelo amor de Deus!!!

Enfim... continuando mais ou menos no assunto. Não tenho tempo para o twitter e tenho preguiça de MSN. É isso mesmo, tenho preguiça, não tenho saco de, depois de um dia inteiro em frente ao computador, chegar em casa e ficar trocando mensagens instantâneas. Quando quero escrever para os meus amigos, prefiro o e-mail.

Além do que, sou um tanto quanto atrapalhada e ja acho complicado gerenciar e-mail profissional e e-mail pessoal (minha principal forma de comunicação com meus amigos que estão do outro lado do oceano) e atualizar perfil no orkut, perfil no facebook e blog!!! Se além de tudo eu for ficar no twitter contando o que eu faço a cada 15 minutos, não vai rolar, né? Essa, eu passo!