sábado, 28 de fevereiro de 2009

Lazer e prazer

Tenho varios assuntos legais e engraçados sobre os quais gostaria de escrever aqui no blog. Acontece que a inspiração tem vontade propria e ela não aparece assim, sempre que eu quero. Não! Ela aparece quando ela quer. E, ultimamente, a julgar pelos posts que (não) tenho escrito, ela deve estar de férias em algum lugar onde ha sol, calor e praia (ou seja, bem longe daqui!).

Enfim, mas enquanto a inspiração não volta, vou compartilhar com vocês um texto muito bacana que recebi por e-mail. Um texto que faz pensar nesta urgência que sentimos de fazer tudo e, principalmente, na obrigação de sempre estar fazendo algo. De estar sempre em ação.

Espero que gostem.

"Eu li em um dos livros do Ruy Castro que, ainda mais legal do que unir o útil ao agradável, é unir o agradável ao agradável. Uma idéia carioquíssima. A exaltação do desfrute.

Há tempos venho ruminando sobre isso. Conheço muitas pessoas que vão ao cinema, a boates e restaurantes e parecem eternamente insatisfeitas. Até que li uma matéria com a escritora Chantal Thomas na revista República e ela elucidou minhas indagações internas com a seguinte frase: "Na sociedade moderna há muito lazer e pouco prazer".

Lazer e prazer são palavras que rimam e se assemelham no significado, mas não se substituem. É muito mais fácil conquistar o lazer do que o prazer. Lazer é assistir a um show, cuidar de um jardim, ouvir um disco, namorar, bater papo. Lazer é tudo o que não é dever. É uma desopilação.

Automaticamente, associamos isso com o prazer: se não estamos trabalhando, estamos nos divertindo. Simplista demais. Em primeiro lugar, podemos ter muito prazer trabalhando, é só redefinir o que é prazer. O prazer não está em dedicar um tempo programado para o ócio. O prazer é residente. Está dentro de nós, na maneira como a gente se relaciona com o mundo.

Chantal Thomas aborda a idéia de que o turismo, hoje, tem sido mais uma imposição cultural do que um prazer. As pessoas aglomeram-se em filas de museus e fazem reservas com meses de antecedência para ir comer no lugar da moda, pouco desfrutando disso tudo. Como ela diz, temos solicitações culturais em demasia. É quase uma obrigação você consumir o que está em evidência. E se é uma obrigação, ainda que ligeiramente inconsciente, não é um prazer.

Complemento dizendo que as pessoas estão fazendo turismo inclusive pelos sentimentos, passando rápido demais pelas experiências amorosas, entre elas o casamento. Queremos provar um pouquinho de tudo, queremos ser felizes mediante uma novidade. O ritmo é determinado pelas tendências de comportamento, que exigem uma apreensão veloz do universo.

Calma...

O prazer é mais baiano.

O prazer não está em ler uma revista, mas na sensação de estar aprendendo algo. Não está em ver o filme que ganhou o Oscar, mas na emoção que ele pode lhe trazer. Não está em faturar uma garota, mas no encontro das almas. Está em tudo o que fazemos sem estar atendendo a pedidos. Está no silêncio, no espírito, está menos na mão única e mais na contramão.

O prazer está em sentir. Uma obviedade que merece ser resgatada antes que a gente comece a unir o útil com o útil, deixando o agradável pra lá...!!!"

Jose Arreguy Pimentel

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Blogando por ai

Esta brincadeira dos blogs (ver post abaixo) que a Thais me enviou me fez lembrar de um tema que ha muito eu queria escrever aqui: os proprios blogs!

A verdade é que desde que entrei para a blogosfera (bonito isso!), descobri que tem muita gente talentosa escrevendo coisas legais por ai e me dei conta do quanto pode ser legal acompanhar os pensamentos e textos destas pessoas que, muitas vezes, são meros desconhecidos.

Para ser justa, não foi quando comecei a escrever meu blog que descobri isto. Na verdade, um pouco antes disto minha amiga Cris me indicou o blog de uma amiga dela, a Julie, que by the way, escreve suuuuper bem e tem textos hilariantes. O blog é o Total eclipse of the blog.

Dai que eu nunca tinha acompanhado nenhum blog, mas cliquei neste por indicação da Cris e comecei a ler. E ler, e ler, e ler. E sem perceber, devo ter passado uma meia hora lendo as historias de uma pessoa que eu nem conheço, nunca vi. As historias eram tão engraçadas e os textos tão pertinentes que eu simplesmente não conseguia tirar os olhos da tela. Foi assim que me iniciei no mundo da blogosfera.

Em seguida, vim para a França e achei que escrever um blog seria um modo pratico e interessante de contar a todos os meus amigos o que estou vivendo aqui, minhas aventuras e peripécias, minha percepção sobre a vida e sobre as pessoas na França. Este foi o objetivo inicial do blog, mas acabei também reencontrando algo que estava perdido em algum canto: minha paixão por escrever.

Sempre adorei escrever, desde pequena. Fiz diario dos 12 aos 25, 26 anos e so não continuei até hoje por pura falta de tempo. E é bem verdade que, desde que parei de escrever o diario, sentia falta de escrever, mas não conseguia retomar o ritmo de escrever todos os dias, nem mesmo todas as semanas. Dai que, mesmo sem perceber, o blog me ajudou a reencontrar o prazer da escrita e foi, pouco a pouco, tomando o lugar de um diario. Claro que não escrevo aqui tudo o que escreveria em um diario, mas de certa forma é tão bom poder escrever sobre as minhas experiências e ainda poder contar com a leitura e os comentarios de vocês! Muito obrigada por lerem o blog!

Voltando ao assunto dos outros blogs, ja acompanhava o da Julie e, desde que comecei a escrever o meu, fiquei mais atenta para outros blogs. Um dia descobri que a Thais, a mesma que eu mencionei no primeiro paragrafo e que é uma amiga que conheci através da Arno, também tem um blog, onde ela conta suas experiências apos ter ido morar junto com o namorado. E, no blog da Thais, tinha alguns links para outros blogs. Comecei a fuçar, a fuçar e fui descobrindo um monte de blogs legais, de gente bacana (não conheço estas pessoas, mas pelos textos delas so podem ser gente bacana), gente que conta historias para rir, para emocionar ou para pensar.

Bom, acontece que agora ja ha um certo numero de blogs que acompanho com frequência e resolvi compartilhar os links com vocês, por dois motivos: primeiro, para que vocês se divirtam tanto quanto eu ao ler estas preciosidades; segundo, para vocês me perdoarem por não atualizar meu proprio blog com tanta frequência. O que acontece, muitas vezes, é que me ponho na frente do meu computador para escrever um post, mas começo a ler os blogs que acompanho, e vou lendo, e lendo, e lendo e, quando vejo, passei horas na frente do computador e não escrevi nenhuma linha... Pronto, confessei!

De qualquer forma, os links para os famosos blogs estão ai ao lado... A lista não é exaustiva, vou acrescentando novos blogs à medida em que for encontrando coisas legais. E vocês também podem me indicar blogs bacanas, se conhecerem.

Brincadeira dos blogs

Minha amiga Thais, do blog Juntado com fé, casado é, me indicou para participar de uma brincadeira de blogs.

Ai vão as regras:

1. Linkar a pessoa que te indicou: ta feito!

2. Escrever as regras do mesmo em seu blog: OK!

3. Contar seis coisas aleatórias sobre você (senta que la vem historia...):

a. Quando eu estava em São Paulo, costumava dizer que gostava mais do frio do que do calor. E era verdade. Por varios motivos. Primeiro porque é horrivel estar em São Paulo quando faz muito calor (fora se você é socio de um clube, tem piscina em casa ou no prédio ou casa na praia, e eu não tinha nenhum dos três). Segundo porque quer coisa mais chata do que acabar de tomar um belo banho e, antes mesmo de se secar, ja estar suando em bicas de novo? Terceiro porque, como uma vez me disse uma amiga minha, eu fico melhor numa cacharrel do que num biquini! (adorei essa!). Enfim...

Mas chegando aqui descobri que eu dizia isso porque "frio" em São Paulo é quando faz 15°. Mudar para Lyon me fez mudar um pouco de perspectiva. Outro dia, arrumando meu armario, me dei conta de que faz uns quatro meses (sem exagero) que não sei o que é colocar uma blusinha de manga curta ou uma sapatilha. E olhem que não estou falando de sandalias não, porque estas, deve fazer bem uns 5 meses que não saem do armario. Mas ha 4 meses que so sei o que é calçar botas.

Enfim, não estou morrendo de frio aqui, acho até que me adaptei melhor do que eu esperava, mas sinceramente... quero o CALOR de volta! E o pior é que, como pelo que estão dizendo, a primavera aqui deve ser mais ou menos como o outono ou inverno em São Paulo em termos de temperatura, o calor mesmo vai demorar um pouquinho...

b. Segundo meus pais, aprendi a ler com apenas 3 aninhos de idade. E isto, apenas vendo meu pai ensinar meu irmão que, nesta época, estava com 7 anos e estava aprendendo a ler na primeira série da escola. Menina prodigio, não? Não é para me gabar nem nada, mas... ah, quem estou querendo enganar? É para me gabar um pouquinho sim. Hihihi.

c. Também segundo meus pais, a primeira palavra que falei foi "papai". Mas parece que era algo que soava como "popôch". Não me perguntem como eles associaram "popôch" a "papai", acho que os pais ficam meio lesados quando os bebês começam a exprimir algum tipo de pseudo-palavra e dai acontece isso... Eu não posso afirmar porque não lembro, mas tenho sérias duvidas sobre o que eu queria dizer com "popôch".

d. ADORO vermelho. Não aquele vermelhão cheguei horrivel, mas um vermelho mais escuro, quase para o vinho. Minha bolsa é vermelha, meu celular é vermelho, minha carteira é vermelha, meu esmalte é vermelho, o tapete da minha sala de jantar (que chique ficou isso!) é vermelho... Quando entro numa loja, as primeiras roupas que olho são as vermelhas. É incontrolavel, é mais forte do que eu, quando vejo, ja estou na arara das roupas vermelhas. Sou obrigada a constantemente me policiar, porque senão so compro roupas da mesma cor. Alias, isso me fez pensar que me policio tanto que faz um tempinho que não compro nenhuma peça de roupa vermelha (a não ser por um gorrinho vermelho que comprei ha umas duas semanas, mas gorrinho não conta como peça de roupa, né?). Enfim... so que ultimamente so tenho comprado roupa roxa. Até porque faz alguns meses que o roxo esta na moda e não é que eu compre porque esta na moda (estou pouco me lichando pra isso), mas o problema é que so tem roxo nas lojas! Cadê o vermelho, poxa???

e. Não tenho o minimo jeito para identificar/adivinhar a idade das pessoas. Sabe aquela coisa de "quantos anos você acha que eu tenho?". Pois é, não me pergunte, a não ser que você esteja disposto a ouvir algo muuuuuuuito diferente da realidade (e isto pode ser para mais ou para menos). A ultima vez que alguém me perguntou isso foi um cara num bar e, para não errar, eu respondi: "entre 25 e 40 anos". Acontece que o cara tinha 25. Ok, não errei. Mas foi na trave. E pela margem de erro que eu mesma me dei, ficou até feio bater na trave assim, né?

f. Sou otima fisionomista. Posso ter falado com a pessoa uma unica vez na vida, numa situação rapida, como uma balada ou algo assim. Mas se a vir de novo, é batata! Acho que tem 99,9% de chances de eu lembrar não apenas da pessoa, mas de onde a vi e de toda a situação. Não vou citar nomes, mas ja aconteceu de eu lembrar melhor do rosto de um cara com quem uma amiga ficou do que ela mesma...

4. Indicar pessoas e colocar os links no final do post: e a felizarda é Julie, do Total eclipse of the blog!

5. Deixar a pessoa saber que você a indicou, deixando um comentário para ela: OK!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Reforma ortografica

Entendo perfeitamente que as linguas (os idiomas) são codigos que estão constantemente evoluindo. Mas não posso deixar de registrar minha frustração com a implementação desta nova reforma ortografica, mesmo que seja por motivos bem pessoais e nada nobres...

Sempre me gabei de conhecer direitinho a regra do trema (também, não é muito dificil), o uso do acento diferenciado (pelo e pêlo), o uso do acento circunflexo nas palavras vêem, crêem, lêem, vôo, perdôo e etc., e também sempre acentuei direitinho palavras como idéia e assembléia... Quanto ao hifen, bem, este eu nunca soube direito como usar mesmo... A nao ser pelas palavras que eu sabia como se escrevia simplesmente de tanto escrevê-las, as outras eu sempre tinha que procurar no dicionario...

Enfim, mas todas estas regras que eu conhecia direitinho, cairam por terra... E agora? Além de ter que me acostumar a escrever coisas como "ideia", "voo", "leem" (argh, que horrivel!!!), não vou poder mais esnobar ninguém com estes super conhecimentos da lingua portuguesa.

Mas o pior de tudo isto é: ja que era para complicar tudo de vez, por que raios eles não decidiram suprimir de vez todos os acentos agudos da lingua portuguesa? Assim, pelo menos, estariam acabados meus problemas com o teclado francês e meus posts não ficariam assim tão... tão... tão... ortograficamente errados!

Duvidas de uma cabecinha pensante...

Continuando no tema das imagens dos paises, apesar dos estereotipos, tenho me surpreendido bastante com a imagem positiva que as pessoas aqui têm do Brasil. Todos os franceses que conheci aqui que ja foram para o Brasil, falam do pais com muita saudade, com muita vontade de voltar. Da mesma forma, quase todas as pessoas que nunca foram para o Brasil, têm muita vontade de ir.

Uma das coisas que mais me surpreenderam logo no inicio é que, muitas pessoas para as quais falei que sou brasileira e que vim para ca para trabalhar, me perguntaram, espantadas: “Mas, por quê? Por quê você veio? Foi obrigada?”. “Tipo assim, você mora no Brasil, pais maravilhoso, onde faz calor e as pessoas são alegres, para quê vir para ca?”

Este tipo de comentario me espantou, porque me dei conta de que aqui as pessoas não têm tão forte este conceito de “Europa como primeiro mundo” e “Brasil como terceiro”. Quem tem isso mais enraizado na educação e nos conceitos somos nos mesmos. A maioria dos franceses nem imaginam o que significa para um brasileiro ser convidado para trabalhar na Europa.

Na verdade, como eu ja disse para varios franceses aqui, eles não se dão conta da sorte que têm. Outro dia, num jantar com varios franceses, ja estava com a lingua meio solta apos beber algumas taças de vinho e soltei essa: “Do que vocês reclamam tanto? Eu não entendo, vocês têm tudo o que precisam, têm segurança, têm um sistema de saude publica que funciona, têm uma policia que não é bandido, vivem numa cidade onde o trânsito (ainda) não é caotico, têm sete semanas de férias e podem tira-las sem medo de o chefe olhar feio. Enfim, têm QUALIDADE DE VIDA. Do que vocês reclamam? No Brasil, a maioria da população vive em uma pobreza extrema, nas principais cidades a gente tem medo de andar na rua, não se sabe se se tem mais medo dos bandidos ou da policia, os politicos são corruptos e a saude publica não funciona. Com tudo isto, ainda conseguimos sorrir, brincar e ser conhecidos como o povo mais alegre do planeta.”

E ai entramos numa discussão meio filosofica (leia-se “meio embriagada”) sobre como o ser humano é naturalmente insatisfeito, quanto mais tem, mais quer ter e historias do tipo “a grama do vizinho é sempre mais verde”. Pode ser. Mas eu ainda acho que deve haver outra explicação. Por que povos que têm tudo o que precisam são infelizes e povos que vivem na miséria absoluta são felizes? Alguém à mesa comentou que tinha ido à Tailândia e que la, apesar da pobreza, o povo era super sorridente.

Pois é. Sera que Deus, ao criar o mundo, pensou assim: “Bom, não posso dar tudo para todo mundo, um so pais não pode ser perfeito, senão todo mundo vai querer morar apenas la e não vai dar certo”?

Imaginem a cena: Deus la, sentado em sua nuvenzinha (sim, porque me ensinaram que Deus esta no céu e quando olho para o céu, so vejo nuvens, então ele so pode estar sentado em cima de uma delas), pensando: “Então, vejamos como vai ficar este meu brinquedinho chamado mundo. Vamos distribuir um pouquinho entre hemisfério norte e sul:

- Acima da linha do Equador: paises ricos, economias pujantes, qualidade de vida, governos (pouco) corruptos, mas... povo infeliz, reclamão, um frio do cão e alguns desastres naturais, como Bush, terremotos e furacões;

- Abaixo da linha do Equador: paises pobres ou “em vias de desenvolvimento”, povo alegre, sorridente e acolhedor, temperatura agradavel, belas paisagens naturais, nada (ou quase nada) de guerras e catastrofes naturais, mas... pobreza, corrupção, favelas, insegurança, “jeitinho” , Hugo Chavez, FARC, narcotrafico e gente que vota em quem diz “estupra, mas não mata”.

Sera que foi esse o processo?

Enfim, falando sério agora, se alguém por ai conhecer alguma teoria que explique um pouco isto, esta diferença entre os povos, esta relação entre pais rico/gente infeliz e pais pobre/gente feliz (se é que tal correlação existe mesmo e não é coisa da minha cabecinha pensante), please deixe seus comentarios ou recomendações de leitura. Estou bem interessada pelo tema...

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Questão de imagem

E engraçado como cada pais tem uma imagem no exterior, quase sempre uma imagem super estereotipada que não condiz cem por cento com a realidade.

Quando se fala em Brasil, pensa-se em quê? Samba, Carnaval, mulher pelada sambando na avenida, mulheres bonitas e futebol. Tirando a parte das “mulheres bonitas”, nem tudo é totalmente verdade, né? :) Obviamente, nem todo brasileiro samba, gosta de carnaval, joga futebol ou sai dançando pelado na rua. Mas é esta a principal imagem que exportamos.

Para nossa infelicidade, outras associações ao Brasil: prostituição, travestis, drogas, violência urbana, desigualdade social.

Mas nem tudo é assim tão ruim. Também ha associações positivas: povo feliz, acolhedor, gente animada que sabe fazer a festa, boa comida, calor, belas paisagens, o Rio de Janeiro, a Amazônia.

Ja quando se fala em França, no que se pensa ? Queijo, vinho, perfume, gente elegante, mas que não toma banho. Claro que a realidade não é bem assim.

Tem gente fedida aqui? Claro que tem! Assim como no Brasil tem mulher que samba pelada no Carnaval. Mas são exceções, a maioria dos franceses não são fedidos e tomam banho todos os dias sim.

Abre parênteses: descobri que muitos franceses não sabem que eles têm esta imagem. So quando eles vão para o exterior, é que se dão conta disto. Fecha parênteses.

Eu normalmente me irrito com estes estereotipos. Pelo simples fato de eles serem o que são: apenas estereotipos. Mas outro dia cheguei à conclusão de que ha algo pior do que isto...

Estava num restaurante, jantando com uma turma que conheci através de uma rede de expatriados. À mesa, varias nacionalidades representadas: alemã, francesa, canadense, mexicana, italiana, suiça, chinesa, austriaca e brasileira.

Conversavamos justamente sobre isso, sobre a imagem que cada pais tem no exterior – os alemães são muito frios e rigidos, os franceses não tomam banho mas são elegantes, os brasileiros são alegres e sambam pelados no Carnaval – quando a austriaca resolveu perguntar que imagem tinhamos da Austria. Silêncio geral. Ninguém sabia dizer sobre o que se pensa quando se fala na Austria. O maximo que alguém conseguiu exprimir foi: “Como na Austria se fala alemão, a gente tende a associar a mesma imagem que temos dos alemães”.

Olha que triste! Um pais que não tem imagem nenhuma! Ok, não tem estereotipo nenhum também, mas o fato de não pensarmos em nada quando se fala na Austria é quase como dizer que o pais é insignificante. Não, gente, imaginem se quando se falasse em Brasil, as pessoas nos associassem à Argentina ou à Colômbia? Nada contra estes paises (adoro Buenos Aires e os colombianos são o povo mais amavel que ja vi), mas é que nos, brasileiros, sabemos que somos diferentes dos argentinos, chilenos, colombianos, venezuelanos, paraguaios, e não iamos gostar de não termos nossa propria imagem.

Se bem que, como gente sem-noção tem em toda parte, outro dia um cara no bar, quando eu disse que era brasileira, me disse que falava espanhol (!!!) e me perguntou se eu tomava muito mojito... Eu mereço!

Estou de mal, come sal, na panela do mingau

Fiquei de mal do mês de janeiro. Virei a cara mesmo, disse "belém, belém, nunca mais estou de bem" e não quis mais saber dele. Acontece que ele não foi legal comigo. Ele me enganou. Apos um inicio super bacana, na praia com os amigos, ele so me decepcionou, so me maltratou.

Não bastassem a caca de tempo que esta fazendo aqui, a alergia nas palpebras (e a decorrente via-crucis para encontrar um bom médico) e o episodio do verglas, logo em seguida emendei uma bela de uma gripe que me deixou cinco dias de cama, com direito a licença médica e tudo (ainda bem que ja tinha arrumado um médico).

Dai que pode tudo isto ter sido uma bela (não tão bela assim) de uma coincidência, mas a mente humana precisa de subterfugios para passar por fases assim, e o principal deles, é justamente acreditar piamente que é apenas uma fase. Uma ma fase, uma nuvem negra sobre a cabeça, chamem do que quiser. Eu chamo de "zica de janeiro". Até porque, vejam bem que esperta que sou, janeiro ja acabou! E prefiro acreditar que, com ele, foi-se também a tal da zica.

Pois bem, tudo isto para dizer que, como estava de mal do mês de janeiro, não queria nem escrever mais no blog durante este mês. Desculpinha esfarrapada? De forma alguma! Com a zica não se brinca, minha gente!

Enfim, mas aqui vão algumas noticias: estou bem, cem por cento curada da gripe e, ao que parece, dos eczemas nas palpebras.

Tenho trabalhado bastante, estou com muitos projetos novos e estou gostando do que estou fazendo. No fim do mês tenho uma entrevista de avaliação anual com a minha chefe. Medo, medo, medo. Nunca fiz uma entrevista assim com ela e não tenho muita idéia de como vai ser e nem de quais serão os objetivos que ela vai me dar. Anyway, so espero que ela esteja de bom humor no dia!

A noticia chata em relação ao trabalho é que a Mrs. Fox, a inglesa com quem eu dividia o escritorio, foi embora. Acabou o contrato dela e, em épocas de crise e redução de despesas, eles não renovaram. So sad! Não vai ter mais ninguém entrando no escritorio de manhã e perguntando, em pânico, "where's the kettle?"

Retomei as aulas de dança. Continuo AMANDO a salsa e me divertindo muito nas aulas. Foi uma otima idéia aprender salsa, é uma terapia! Também continuo NÃO GOSTANDO do jazz. Não tem jeito, tenho uma dificuldade enorme de aprender as coreografias, meu cérebro não foi feito para isto. Mas como paguei pelo ano inteiro, continuo indo às aulas. Pelo menos ja falei para a professora que NÃO, DEFINITIVAMENTE NÃO VOU PARTICIPAR DO ESPETACULO DO FIM DO CURSO. Ela insistiu, disse que eu vou evoluir, vou aprender a coreografia e vou querer participar do espetaculo, mas no way. Dai que eu continuo participando das aulas, mas fico no fundo, sou a ultima da coreografia, e ai não atrapalho ninguém. Gostei disto.

Também retomei as baladinhas e os planos para viagens. Finalmente fechei minha viagem para Madri e vou para la no começo de março visitar minha amiga Fernandinha! Ebaaaaaaaa! Fernandinha, me aguarde que ja estou chegando! E tem uma viagem para Londres quase certa em maio (quase porque é o grêmio da empresa quem esta organizando, mas eles são meio atrapalhadinhos...).

Bom, e não quero ficar de mal do mês de fevereiro também, então não vou falar muito mal dele. Mas o chato deste mês aqui é que, além de não ter Carnaval (coisa que eu não gostava, mas comecei a apreciar depois do cruzeiro e do carnaval em Salvador), ainda tem o "Valentine's Day", ou seja, o Dia dos Namorados por aqui. Aaaahhhh! Bom, mas como cai num sabado, ja estou combinando uma balada com as amigas...

No mais, minha principal resolução de ano novo (emagrecer), acho que vai ficar para 2010. Ainda não tomei coragem para entrar num regime e as horas de dança que estou fazendo por semana parece que estão em desvantagem na balança se comparadas com tudo o que tenho comido e bebido.... De qualquer forma, é exatamente para não serem cumpridas que servem as resoluções de ano novo, não é mesmo?