segunda-feira, 23 de março de 2009

Madri: terceiro e ultimo dia!

Acordamos de ressaca (a Sandrine e eu, porque a Laetitia continuou com seu bom humor matinal de comercial de margarina).

Ultimo dia em Madri e, apesar de ja termos visto quase tudo o que queriamos, nossa lista de afazeres estava grande:

- tomar um café da manhã tipico espanhol

- comprar “milho frito” para um colega do trabalho (que tinha nos levado até o aeroporto, então tinhamos uma divida com ele)

- comprar vinte e sete quilos de turrones para a Sandrine (ela queria distribuir para a familia toda dela!)

- comprar sangria (vade retro, Satanas!) para os pais da Laetitia

- comprar uma caneca de Madri para a minha coleção (eba!!!)

- checar o preço do novo CD do U2 (como as coisas são mais baratas na Espanha, a gente achou que poderiamos encontar o CD a um precinho mais camarada também)

- almoçar em um bar de tapas e comer mais coisas tipicas espanholas

- fazer outras compras em geral

- passar na casa da Fernandinha para conhecer o apê dela

- passar no hotel, pegar as malas e ir para o aeroporto

Ufa!!! So de escrever ja cansou!

Pois é, conseguimos fazer quase tudo da lista. So não tomamos o café da manhã tipico espanhol, porque a padaria onde queriamos ir é muito badalada e estava lotada!

Acabamos indo à Starbucks mesmo, o que foi otimo, porque conseguimos sentar um pouquinho e, à medida em que fomos comendo o bolo de chocolate gigante que compramos la, o mundo foi parando de rodar e a ressaca foi passando...


Cara de ressaca na Starbucks


Conseguimos também comprar todas as encomendas (milho frito, turrones, sangria) e otras cositas... também compramos o CD do U2... Estava 2€ mais barato que em Lyon, ja é alguma coisa, né?

Depois de todas as comprinhas, fomos almoçar (notaram que nosso ultimo dia se resumiu a comprar e comer?). Fomos a um bar de tapas e, na duvida entre pedir “patatas bravas” (batatas assadas com molho apimentado) , “gambas a la plancha” (camarões ao alho) ou “lomo” (um tipo de presunto cru), pedimos os três. E comemos como três recém-chegadas da Etiopia!



Nosso "almocinho". Sim, sim, e depois de tudo isto ainda teve a feijoada!


Do restaurante, pegamos ônibus e metrô e fomos para a casa da Fernandinha, que fica em Villaviciosa de Odon, uma cidadezinha muito fofa perto de Madri. Chegando la, o que encontramos? Uma bela de uma feijoada que a Fe tinha preparado! Ah, se soubéssemos, não teriamos almoçado! Mas é claro que não podiamos deixar de comer a feijoada (eu pelo menos não ia deixar passar de jeito nenhum), então mesmo com o bucho cheio de batata, camarão e presunto, coloquei tudo na mão de Deus e mandei ver na feijuca!! Deus do céu, acho que esse avião hoje não vai decolar!

Sai da casa da Fernandinha com um aperto no coração... não, não era dor de barriga, era aperto no coração mesmo, ja de saudade...

Voltamos para o hotel apenas para pegar as malas e pegamos o metrô para ir para o aeroporto. Ja estavamos meio atrasadas e o que seguiu-se a isso foi literalmente uma odisséia... tanta coisa deu errado dai em diante que achei que nunca fôssemos conseguir voltar para Lyon neste dia.

Primeiro, o metrô. Madri é uma maravilha e tem uma linha de metrô que leva até o aeroporto. Até ai, otimo. So que so nesta hora é que nos atentamos para o fato de que ha 3 estações de metrô no aeroporto. Uma que chama “Aeropuerto T1, T2 e T3”, uma chamada “Barajas” (o nome do aeroporto) e a ultima que chama “Aeropuerto T4”.

Em qual delas descer? Não tinhamos a minima ideia. E nosso bilhete eletrônico também não dava nenhuma dica de onde saia o nosso voo.

A Sandrine me diz assim: “a gente pode perguntar para alguém que estiver no metrô qual é o terminal da Iberia”. E a inteligente aqui responde: “ah, mas a Iberia é a companhia aérea nacional aqui, vai ter voos deles em todos os terminais, acho que não adianta perguntar”. Não sei de onde veio esta ideia de jerico.

A segunda ideia de jerico (minha também) foi: “Bom, se em uma das estações ha três terminais e na outra estação ha apenas um, ha 75% de chances que o nosso terminal esteja na primeira estação, certo?”.

Raciocinio estatisticamente perfeito, mas que desconsidera completamente a Lei de Murphy. Para resumir, descemos na primeira estação e andamos uma calamidade até achar um painel com os voos de chegada e partida. E, procurando nosso voo, nos demos conta de que ele não estava la. Procurando mais ainda, nos demos conta de que não havia nenhum voo da Iberia neste painel. Ou seja, a Sandrine tinha razão: existe, sim, um terminal inteiramente dedicado à Iberia. E este terminal obviamente era aquele onde não estavamos.

Voltamos para o metrô e ainda tivemos que convencer o guardinha a nos deixar passar a catraca de volta sem pagar de novo... pegamos o metrô e chegamos ao terminal 4.
Perfect! So que o aeroporto de Madri é gigante e tivemos que correr e subir rampas como umas loucas até chegar ao check in.

Alias, não havia balcão de check in, o check in era daqueles que se faz num tipo de caixa automatico e depois você so vai até o balcão para despachar a bagagem. Ok, la vamos nos. A maquina nos pede de informar o sobrenome do passageiro ou o numero de passaporte ou o numero de reserva ou inserir o cartão de crédito para que eles possam reconhecer os dados. Eu juro por tudo o que é mais sagrado (e tenho duas testemunhas) de que tentamos as quatro opções e nenhuma delas funcionou. O sistema não reconhecia nossos nominhos nem nossa reserva.

Nisto, ja eram 19h40 e faltava menos de uma hora para o horario oficial do nosso voo. Caraca.

Como nada funcionava, fomos falar com a gentil funcionaria da Iberia que estava atras do balcão e era responsavel por despachar as bagagens. Gentil uma ova! A mulher devia ser uma espécie de cruzamento do Hitler com a Odete Roitman, não é possivel!

Com meu maravilhoso espanhol, explico a situação para ela e pergunto gentilmente se ela não pode fazer nosso check in. Ela responde que a gente tem que fazer pela maquina (pqp, que parte de “a maquina não esta funcionando” ela não entendeu?). Ainda calmamente explico novamente a ela que a maquina não reconheceu nossos dados e que o pior de tudo é que estavamos atrasadas e nosso voo ia partir em menos de uma hora. E a aprendiz de carrasco responde muito grosseiramente:

- Se vocês estão atrasadas, o problema não é nosso.

%£§&*$&$%§

Minha vontade na hora era gritar para a gentil funcionaria que se a PORRA DA MAQUINA DE CHECK IN NÃO ESTAVA FUNCIONANDO O PROBLEMA TAMBEM NÃO ERA NOSSO!!!

Mas me segurei porque brigar com a imbecil naquela hora não ia adiantar nada (era capaz de ela nem deixar a gente embarcar, so de birra). Dai, muito tranquila e vagarosamente, ela pegou nossos passaportes e começou a fazer nosso check in, muuuuuuuuito devagar, afinal de contas, para que pressa?

Eu estava prestes a explodir, sentia minha cabeça fervendo...

Alguns interminaveis minutos depois, bem na hora em que a funcionaria estava quase terminando o check in e despachando nossas malas, a Laetitia me solta essa: “ah não, tem um problema! Esqueci de colocar a sangria dos meus pais na mala! Perai, vou ter que abri-la de novo!”.

Gente, é sério. A Sandrine e eu quase voamos no pescoço da Laetitia e eu quase a estrangulei. Tudo o que a gente não precisava agora era ter que pedir para a funcionaria parar o despacho, abrir a linda malinha dela e colocar a sangria.

Enfim, saindo do check in, ainda tivemos que andar quilômetros até a alfândega.
E imaginem o que aconteceu?

A Laetitia foi barrada pelos policiais, obvio, porque tinha uma garrafa de sangria na bolsa.

Papo vai, papo vem, a Laetitia fez uma carinha de coitada e o guarda deixou passar (muita sorte teve esta guria!).

Passando a alfândega ainda tivemos que andar um bocado até chegar ao portão de embarque mas... finalmente conseguimos!!!! Mal acreditamos! Deu tempo! Que maravilha!!!

Mas sera que o avião decola com trezentos quilos de comida dentro das nossas lindas barriguinhas? Sim, o avião decolou.

E então, 1h30 depois, chegamos em Lyon, onde estava fazendo 4°C! Welcome to reality!

Bom gente, apesar da odisséia da volta, a viagem para Madri foi fantastica! Agora so me resta esperar pela proxima viagem.

Acho que sera no final de abril, em Lisboa, com o Gleno e a Dan, se nada aparecer antes disso...

domingo, 22 de março de 2009

Madri: segundo dia

No domingo, acordamos umas 9h30, pois apesar de termos ido dormir tarde, não dava para perder o dia dormindo.

Acontece que dormir tarde + acordar cedo = Rachel com sono. E Rachel com sono = mau humor.

Não gente, não sou daquelas que acordam cedo e passam a manhã inteira de mau humor sem nem dar bom dia para os colegas de trabalho. Mas quando acordo, sobretudo depois de ter dormido pouco, preciso de um tempo para me acostumar com a ideia de que tenho, sim, que levantar. Uma meia horinha basica sem falar, sem escutar a voz de ninguém (com exceção, é claro, da propria assembleia que se organiza na minha cabeça – metade de mim dizendo que eu tenho que levantar e a outra metade dizendo que eu posso dormir “so mais cinco minutinhos”).

O duro é que, nesta viagem, foi-me negado o direito a esta meia horinha de manha e assembleia. Porque, vejam bem, uma das minhas colegas de quarto é uma daquelas pessoas que parecem saidas de um comercial de margarina, ou seja, ja acordam num bom humor irritante...

Saca aquelas pessoas que, não importa se dormiram pouco ou não, ja acordam abrindo a janela, deixando o sol entrar e falando pelos cotovelos ? Gente, elas não podem ser normais... Como assim dormir apenas 5 horas e acordar ao primeiro toque do despertador, sem reclamar, sem fazer manha, sem ter vontade de atirar o coitado contra a parede? E ja falando sobre como o dia esta lindo e sobre tudo o que querem fazer durante o dia? Acho que são seres humanos mais evoluidos... Em alguma outra vida eu chego la (ou não!).

Pois é, mas pior do que ter ao lado alguém que ja acorda falando pelos cotovelos, é alguém que acorda falando pelos cotovelos... em francês! Porque gente, ok. Ja faz oito meses que estou na França e meu francês evoluiu pra caramba... mas se quando acordo ja sou bloqueada até para falar português, imagina francês!!! Dai é que não sai nada mesmo...

Enfim, tudo o que consegui dizer (para não ser mal educada, apesar da minha cara feia) foi “bonjour”. E dai passei os proximos quinze minutos sentada na cama, travada, olhando para a mala sem conseguir decidir que roupa eu ia colocar.

Tenho certeza que, olhando de fora, foi uma cena hilariante. Imagina uma pessoa que acaba de acordar, não diz nada e fica quinze minutos olhando para a mala sem se mexer? Pois é, a pessoa que “acorda falando pelos cotovelos” não deixou de notar a graça da situação e de comenta-la, of course!

Bom, mas passado este momento “preciso-de-um-ctrl-alt-del”, o dia correu às mil maravilhas.
A primeira coisa que fizemos foi ir ao “El Rastro” que é tipo uma feirinha de artesanato com varias banquinhas vendendo varias coisinhas (bolsas, bijuterias, roupas, souvenirs,...). So que é simplesmente uma das maiores (senão a maior) feirinha da Europa. Imaginem ruas e ruas e mais ruas de feirinha hippie. Pois é. Um paraiso para as mulheres.

E eu tinha combinado de encontrar a Fernandinha (minha amiga brasileira) e o Fabio, namorado dela, justamente nesta feirinha. Sim, nesta feirinha, uma das maiores da Europa, onde havia mais ou menos umas três mil quinhentas e cinquenta e duas pessoas. Coisa muito facil hoje em dia, com celular. Não fosse o fato de que a pessoa aqui, apesar de ter deixado a campainha do celular no ultimo volume, não escutou nada. “Hein????? Vitrooooola!!!”

Pois é, mas Deus é pai e é brasileiro e quis que a Fernandinha me achasse no meio da muvuca mesmo assim. E foi um momento lindo quando escutei “Raaaaaaa” e virei para tras e vi a Fe! Que saudade!!!!

Do Rastro fomos para o Parque del Retiro, um parque simplesmente maravilhoso onde passamos a tarde inteira. Não tenho palavras para descrever o parque, é simplesmente lindo, enorme, maravilhoso. E o tempo ajudou à beça, estava um puta sol, céu azulzinho e até calor. Sem brincadeira, teve uma hora em que estava fazendo uns 25°C (não estou inventando, a gente viu no termômetro) e ficamos todos sentados à beira do lago so tomando sol (de roupa e tudo...) e curtindo. Depois ainda fomos tomar um sorvetinho e andar... Senti como se estivesse em férias, curtindo o sol, sem pressa, sem horario para nada... Foi muito bom, tudo o que conseguia pensar era que não queria voltar para Lyon. Fe, tem um lugarzinho para mim no seu apê?






Depois do parque, fomos ao Jardim Botânico, onde tiramos mais e mais fotinhos...





Enfim, passamos uma tarde “increible” com a Fernandoca e o Fabio. Obrigadão, vocês foram uns amores!!!

As duas “French girls” e eu voltamos para o hotel para uma descansadinha basica antes de sair à noite. No programa: PAELLA Y SANGRIA!!! Estavamos programando esta paella desde que chegamos a Madri... Huuummm...

A Sandrine, que ja morou um tempo em Madri, lembrou de um restaurante muito bom de paella. E foi para la que nos fomos!

A paella estava divina! Muito boa! E a sangria também.




Mas o mais engraçado estava por vir. Acho que colocaram alguma coisa na nossa sangria, porque com apenas dois copinhos, consegui ficar beeeem alegrinha! Trilili mesmo! E com a lingua solta, a ponto de confessar para as amigas que eu acho muito estranho o fato de que os franceses não abraçam os amigos e eu sinto falta de abraço (declaração mais bêbado-carente do que esta não existe). Mas esta historia do abraço é assunto para outro post...

Enfim, a trilili aqui começou a tirar foto de tudo, inclusive da cabecinha de um camarão que tinha sobrado da paella, camarão este que, a estas alturas do campeonato, ja tinha virado meu amigo e confidente (por isso que eu tirei a foto, queria ter uma lembrança do dito cujo).


O camarão amigo


E dai as três gracinhas voltaram para o hotel de metrô. So que estavamos tão alegrinhas que entramos na estação de metrô por uma catraca e continuamos andando (na direção errada) até passar por outra catraca. Quando nos demos conta de que, na verdade, tinhamos acabado de passar a catraca de saida da estação, ja era tarde... Tentamos voltar, mas nossos bilhetes não funcionavam. Como fazer então? Tinhamos que passar a catraca de volta para entrar de novo no metrô... Bom, so tinha um jeito: passar por baixo da catraca, é claro! E foi o que fizemos...

So que dai eu, que sou normalmente muito certinha, comecei a me achar a “ILEGAL” e rindo que nem uma tonta comecei a gritar que a policia ia vir nos pegar. E, pensando bem, gostei da ideia (os policiais espanhois são beeeeem bonitinhos). E dai juntava as minhas duas mãozinhas assim como quem esta algemada, olhava para as câmeras e perguntava: “Onde estão os policiais? Eles não vão vir prender a gente? Quero ser presa, cadê a policia?”. Lamentavel... So que na hora tava tudo muuuuuuito engraçado e cada frase que eu soltava, as meninas riam e cada vez que elas riam eu tinha mais vontade de fazer graça e assim foi. Voltei o caminho todo dentro do metrô perguntando se a policia não ia vir prender a gente...

Não, ninguém prendeu a gente. Ou porque os funcionarios do metrô viram que estavamos bêbadas ou porque eles não entenderam que eu estava pedindo para ser presa (eu estava falando em francês...).


Olha minha cara de completamente trilili no metrô!

Anyway, chegando ao hotel, me troco, deito na cama e ainda solto esta: “Laetitia, sera que da para você apertar o botão que faz o quarto parar de rodar?”

Mais gargalhadas.

E eu ainda não acredito que foram so dois copinhos de sangria que fizeram todo este estrago!!!

sábado, 21 de março de 2009

Madri: como tudo começou e primeiro dia

Uma gripe = uma viagem para Madri. Foi assim que tudo começou. Quando fiquei gripada no fim de janeiro e passei dias em casa de cama, aproveitei para pesquisar na internet varias opções/preços de viagem. E Madri ja estava nos planos, primeiro porque eu ainda não conhecia, mas também porque tenho uma amiga la (a fofissima da Fernandinha). Dai, minhas amigas Sandrine e Laetitia vieram me visitar em casa (que fofas!) e comentei com elas sobre o que tinha visto na internet. Moral da historia: algumas horas a mais pesquisando as datas e passagens compradas para março!!! Como disseram as meninas: “a gente vem visitar a Rachel que esta doente e sai com uma viagem marcada para Madri”. Gripe produtiva esta, não?

Um mês e meio depois, la vamos nos para a Espanha. Depois de uma semana de muita chuva e frio (tinha até nevado um pouquinho), saimos de Lyon numa sexta-feira à noite e, apos 1h30 de avião, estavamos em Madri. ADORO A EUROPA! Não é o maximo viajar uma hora e meia e ja estar completamente em outro pais???

Na sexta-feira mesmo não fizemos muita coisa, chegamos tarde e estavamos cansadas (principalmente eu, que tinha trabalhado como uma camela naquela semana, chegando às 8h da manhã no escritorio e saindo às 8h da noite...).

No sabado, acordamos por volta das 9h30, tomamos café da manhã no hotel e saimos. Estava um dia lindo, um céu azulzinho, e um tempo gostoso. Fomos andar e visitar coisas interessantes no centro da cidade. O bom é que nos três estavamos de acordo sobre o que queriamos ver e fazer: nada de museus ou igrejas (ou poucos), o que queriamos mesmo é andar, ver praças, parques, ruas, avenidas, gente, movimento... Eu acho que esta é a melhor forma de visitar uma cidade. Claro que, em alguns lugares, ha coisas “obrigatorias”; tipo, você não deixa de ver a Notredame se estiver em Paris ou a Sagrada Familia se estiver em Barcelona. Mas acho que o gostoso mesmo é andar sem compromisso de horario, sem correr de um lugar para o outro, ver e “sentir” a cidade.

Enfim, foi basicamente isto o que fizemos no sabado durante o dia. Detalhe: teve uma hora em que nos sentamos em um bar/quiosque para tomarmos alguma coisa (nesta hora ja estava mais calor e estavamos morrendo de sede). Pedimos três Cocas. O garçom vem logo depois e nos serve as três Cocas. E mais três pratinhos com petiscos (canapés de salmão, batatas chips e torresmos). Assim, de graça, junto com as Cocas. É normal isso na Espanha, você pede algo para beber e ganha uns petiscos junto. ADOREI!

Vimos muita coisa no sabado: Palacio Real e seu jardim, Templo Debod, Grand Via, Plaza Mayor, Puerta del Sol, Museu de la Reina Sofia (foi o unico museu que fizemos, porque la tem muitas obras de Picasso, Miro e Salvador Dali, então não dava para perder...).

Mas uma das coisas que mais me impressionaram neste primeiro dia de visita foi a Estação de Trem Atocha.

O quê? Uma estação de trem? A Rachel ta ficando doida?

Tô não... Vejam as fotos abaixo e tirem suas conclusões. É ou não é de tirar o chapéu uma estação de trem como esta?



Bom, no fim da tarde voltamos quase mortas para o hotel para descansar um pouco e aproveitar a noite. Afinal de contas, a noitada de Madri é imperdivel. Não da para ir para la e dormir cedo.

Para quem não sabe, Madri (acho que a Espanha em geral) tem um fuso horario proprio. Não estou falando do fuso horario ditado pelo Meridiano de Greenwich, mas pelo fuso horario relacionado ao ritmo de vida dos espanhois. Tudo na Espanha começa e termina mais tarde do que no resto do mundo. Para começar, ninguém almoça antes das 14h (muita gente almoça por volta das 15h). As lojas ficam abertas das 10h às 14h, mas depois fecham e so reabrem às 17h. Ha que se respeitar a famosa “siesta”. Depois de reabertas, as lojas fecham por volta das 20h.

Assim como o almoço, o jantar também acontece bem mais tarde. Nem pense em chegar em um restaurante às 20h. No way. Os restaurantes começam a servir a janta por volta das 22h.

Dai que a galera começa a jantar entre 22h e 23h. E depois vai para a balada, certo? Errado! As baladas aqui so começam por volta das 2h ou 3h da manhã. E o que o povo faz entre o fim do jantar (por volta da meia-noite) e o começo da balada? Vai para o bar, oras!!!
Ou seja, uma tipica noite madrilenha significa: janta + bar (ou varios bares) + balada. E, dependendo da hora em que vc sai da balada, ainda pode ter mais um estagio: café da manhã num bar, para comer os famosos “churros con chocolate”.

Os espanhois é que sabem como viver!!!!

Enfim, voltando à nossa viagem, fomos descansar no hotel para sair mais tarde. So que a gente achou que fazer janta + bar + balada ia ser too much e pensamos que uma boa idéia seria unir o jantar+bar, ou seja, ir comer uns petiscos um pouco mais tarde num bar de tapas (tapas = petiscos) e depois emendar a balada.

Procuramos no meu super guia de Madri umas opções de bares de tapas e fomos. Acontece que, seguindo o raciocinio que os espanhois vão para o bar mais tarde (depois da janta), chegamos la por volta da meia-noite. E qual não foi nossa surpresa quando o cara, em um dos bares ao qual tentamos ir, nos disse que a cozinha ja estava fechada. Ou seja, se quiséssemos so beber, tudo bem, mas nada de comer. Notem que a ultima coisa que haviamos comido tinha sido um lanche no Burger King às 4 da tarde (sim, nos nos permitimos essa heresia, pois decidimos que iamos deixar para provar todas as guloseimas espanholas à noite). Ou seja, a estas alturas do campeonato, estavamos verdes de fome.
O que acontece é que interpretamos errado o que lemos no guia: sim, os espanhois vão para os bares por volta da meia-noite, mas ja DEVIDAMENTE JANTADOS, so para beber e curtir enquanto esperam a hora da balada...

A sorte foi que encontramos um outro bar, bem bacana por sinal, onde a cozinha ficava aberta até à 1h da manhã. E dai foi uma delicia!!! Comemos uns petiscos tipicos daqui, que estavam maravilhosos!


Saindo deste bar, ja quase rolando de tanto comer, pegamos o metrô (sim, a outra maravilha aqui é que o metrô funciona até à 1h30 da manhã) e fomos para a balada. Era uma danceteria chamada Kapital, uma das mais famosas de Madri atualmente. Chegamos la às 2h e a fila para entrar era gigantesca, quase dava a volta no quarteirão. Quase desistimos. Mas vir à Madri e não ir para a balada? Impossivel!

Aguentamos firmes e fortes e entramos. O lugar era ENORME, tinha 7 andares! Isto mesmo, 7 andares! Mas apenas 3 pistas de dança, o resto eram bares ou lounges mais tranquilos. Achamos uma pista onde tocava musicas espanholas (a gente não conhecia nenhuma, mas a sensação que deu, pelo jeito que o povo estava, era que tratava-se de musicas dos anos 80, aquelas que todo mundo conhece e canta junto, sabe?).



Enfim, ficamos na balada até umas 4h. Não aguentamos ficar mais, tinhamos andado muito no sabado e ainda tinha muita coisa para aproveitar no domingo... Mas valeu a pena ter conhecido.