segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Os tunisianos

Bom, chega de falar de passeio, né? Este blog esta parecendo folheto de propaganda de agência de turismo!

Falemos do povo...

O tunisiano é um povo extremamente simpatico e amavel. Eu fiquei impressionada do quanto eles são gentis, estão sempre sorrindo e prontos a ajudar. Ok, nem todos os tunisianos que encontramos foram super amaveis conosco o tempo todo, mas eu diria que 99%.

Eles são amaveis até no e APESAR DO Ramadan.

Se vocês são como eu antes desta viagem, pessoas desligadas do mundo arabe/muçulmano e que nunca ouviram falar em Ramadan, explico: o Ramadan é um periodo de trinta dias durante os quais os muçulmanos fazem um jejum durante o dia: eles não podem comer, beber, fumar, nem ter relações sexuais enquanto ha luz do sol. Ou seja, desde que o sol nasce até ele se por, eles não podem comer NADA e beber NADA, nem uma gota de agua... ok... Eles têm que fazer a primeira refeição do dia às 4 da manhã e depois so podem comer de novo depois das 19h. Agora imaginem so fazer tudo isto debaixo de um calor escaldante do mês de agosto na Tunisia?

E mais, imaginem fazer tudo isto sendo que você trabalha num hotel de férias e é ou “cozinheiro”, ou “barman”, ou “garçom”, ou “animador” e passa o seu dia inteiro ou “fazendo ou servindo comida” ou “correndo, nadando, dançando, andando de um lado para o outro e entretendo as pessoas”, tudo isto sem poder comer ou beber nadica de nada???

E mais ainda, tudo isto com uma simpatia absurda e um sorriso estampado no rosto o tempo todo?

Fiquei besta. Passada. Bege. E morria de do deles... Alguns, apesar da simpatia, tinham a aparência realmente fraca e de alguém faminto. Dava muito do. Enquanto a gente se acabava no buffet à vontade do hotel...

Anyway, mas eles não são exatamente obrigados a fazer isto. Fazem por crença, cultura, enfim.

E obviamente o Ramadan não se trata so de não comer. Ha que se respeitar outros principios, como as cinco rezas diarias e outras coisas que eu não conheço direito.

Mas, embora o lado simpatico e amavel dos tunisianos tenha realmente me chamado a atenção, teve outro aspecto que merece ser citado. A forma como eles olham para as mulheres. Não cheguei a ter medo, mas é verdade que os tunisianos devoram as mulheres com os olhos. É impressionante. Mesmo que você esteja acompanhada, você sente que os tunisianos estão tirando a sua roupa com os olhos... E alguns deles também mexem com você, fazem gracinhas, paqueram, enfim...

A Laetitia quase voltou da Tunisia com um marido. Como ela é branquinha e tem olhos bem azuis, ela é extremamente diferente do povo de la. E ela fez um sucesso absurdo: era um tal do cozinheiro do café da manhã ficar mandando recadinhos para ela, dizendo que estava apaixonado, garçom da noite dizer que ela é linda, enfim... nos quase a perdemos. Alias, estavamos até pensando em negocia-la por um bom dote em quilos de ouro, coisa que ainda se faz na Tunisia, mas acabamos deixando para la...

Quanto a mim, todos me diziam que eu parecia uma linda tunisiana... Ok. Eu ja sabia que tinha cara de arabe mesmo. Todo mundo me diz isso. Ou dizem que eu sou arabe, ou libanesa, ou tunisiana... Teve um menininho no deserto que até veio falar comigo em arabe, vê se pode?

Quanto ao Kiw, foi mega engraçado... Todo mundo no hotel o chamava de Barthez (o goleiro da França na Copa de 1998) e ficavam querendo passar a mão na careca dele para dar sorte. Ele era a atração!

Mas até que ha uma certa semelhança, vocês não acham? Hahahaha!



Quanto à Sandrine, alguns disseram que ela parecia chinesa... Esse povo anda bebendo em pleno Ramadan, não é possivel!

E o Felipe ganhou o apelido de Jet Lee (alguém também achou que ele tem cara de chinês).




Acharam até que ele era irmão da Sandrine. Das duas uma, ou esse povo andava quebrando as leis do Ramadan e bebendo uma cachacinha escondido ou eles nunca viram chinês na vida!

domingo, 27 de setembro de 2009

Tunisia - Excursões - Parte 2

A segunda excursão que fizemos foi num sabado e foi maravilhosa.

Saimos cedinho do hotel e seguimos de ônibus para Douz, onde é o começo do deserto do Saara.

La em Douz, fizemos um passeio de dromedario pelo deserto. Antes do passeio, tivemos que nos preparar e colocar roupas tipicas uns lenços na cabeça, tipo burka. Acho que era para proteger do sol e do calor. De qualquer forma, demos muita sorte, porque neste dia não estava tão quente quanto no dia da primeira excursão... Ainda bem, porque um passeio de dromedario no deserto com um calor de 40°C na cachola ia ser complicado...





Mas o tempo estava nublado e até garoou um pouquinho, acreditam? Sim, sim, garoou no deserto. Uma garoinha fininha, mas garoou.

Enfim, subimos cada um no nosso "personal" dromedario e fomos fazer uma passeio de mais ou menos uma hora. Foi bem bacana. Vimos paisagens magnificas (areia para tudo quanto é lado), engolimos areia à beça e nos divertimos muito. Os dromedarios são muito simpaticos e nada rebeldes... So achei que eles rebolavam um pouquinho demais, o que me deixava meio desconjuntada em cima dele, tentando me equilibrar... Imaginem a cena...









Fora que ver um monte de gente assim, em cima de dromedarios no deserto, parecia uma cena do Exodo. Imperdivel...




Eu gostei tanto do meu dromedario que decidi batiza-lo de Drominho. Olha que fofo!



Os meninos queriam que eu o batizasse de “Me”, porque assim teriamos do “Drô” (o do Kiw), o “Me” (meu) e o “Dario”, o do Felipe. Mas eu achei “Me” muito feio e decidi de batiza-lo de Drominho mesmo. O dromedario é meu e eu batizo como quiser. Humpft!


Detalhe que no meio do passeio, uns meninos vieram atras de nos e, sem que eu nem percebesse, me deram uma garrafinha de Coca-Cola. A principio, a ingênua aqui pensou que isto estava incluso no passeio, mas que nada! Eles fazem isso mesmo, vão te dando as coisas e depois passam cobrando. E a tonta aqui com a garrafinha de Coca na mão, no meio do deserto. Isto é que é globalização! Pelo menos bebi minha Coca tranquila e ainda trouxe a garrafinha para casa (é uma garrafinha escrita em arabe, é diferente!).



Apos o passeio de dromedario, almoçamos num hotel no meio do caminho.

Depois, passamos pela cidade de Matmata, onde visitamos uma casa troglodita (uma casa no meio das rochas). Ha muita gente, sobretudo os povos “berberes”, que ainda habitam neste tipo de casa, o que é impressionante. Tipo as pessoas vivem no meio do absoluto nada, numas casas incrustradas nas pedras (para proteção do calor) e a escola onde as crianças vão, por exemplo (quando elas vão à escola) fica a 7 quilômetros e não ha transporte publico. Ou seja, os guris berberes vão a pezinho para as escolas la longe no fim do mundo.






Enfim, tudo isso é meio cliclê e bla, bla, bla, mas ver isto te da uma nova perspectiva em relação à vida, sabe? A gente tem todo o conforto do mundo e não para de reclamar... enquanto este povo vive com quase nada e parece feliz...

Apos a casa troglodita, visitamos o lugar onde foi filmado o primeiro filme da sequência Star Wars... Confesso (meio timidamente, mas confesso) que nunca vi nenhum dos seis filmes... mas no ônibus da volta o Felipito me explicou que o lugar que visitamos era a casa do tal Skywalker que depois foi para o lado negro da força e virou o Darth Vader. Pois é. Segundo ele, o Darth Vader era muito mais legal e interessante do que quando ele era bonzinho... é sempre assim, na ficção os vilões são sempre mais legais e interessantes... Acho que isto é uma forma para nos, pessoas normais (sim, sim, suponhamos que somos normais) extrapolar toda a maldade que existe em nos torcendo pelos vilões, HAHAHAHAHAHHHHHHHHHHHHHA.







Reflexões filosoficas e psicanaliticas (de botequim) à parte, foi um passeio muito interessante. Fiquei até com vontade de assistir Star Wars, olha so! Mas quando penso que tem 6 filmes, me da uma preguiiiiiiiça...

PS: Este é o post de numero 100!!!!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Inferno astral

Acordei atrasada. PQP.

Mas tudo bem. O trabalho fica a 15 minutos de casa, e normalmente quanto mais tarde a gente sai, menos trânsito tem, então devo conseguir chegar até umas 9h30.

9h45 e eu ainda nem na metade do caminho. Trânsito por todos os lados. Tudo engafarrado. O que aconteceu? Greve do transporte publico, é claro! Porque francês adora fazer greve, principalmente nos dias em que eu acordo atrasada.

Quase 50 minutos depois de ter saido de casa, chego ao trabalho por volta das 10h. Hoje vou sair mais tarde do escritorio para compensar, penso eu.

Ja na entrada do prédio, a recepcionista me chama com cara de desesperada e me pede para entrar em contato com a secretaria "x" (não vou dar nomes aos bois...). Ok...

A historia é que eu tinha uma reunião marcada hoje à tarde com mais ou menos 25 pessoas. Eu tinha reservado uma sala adequada ha mais de dois meses. So que alguém com nivel hierarquico mais alto do que o meu precisou da sala para uma reunião. Com duas pessoas. Vejam bem, uma reunião com DUAS pessoas que ele poderia muito bem fazer na sala dele. Mas não. Ele pegou a minha sala. A sala que eu reservei com muita antecedência para receber 25 pessoas vindas de diversas partes na França para uma formação.

“E onde eu enfio as 25 pessoas?”, pergunto eu à secretaria do dignissimo alguém. “Rachel, você ha de compreender que ha prioridades”. Não. Não compreendo droga nenhuma. Não compreendo porque 3 pessoas não podem fazer uma reunião em um escritorio para que outras 25 possam ter sua formação numa sala adequada. Enfim, um monte de outras coisas que eu não entendo!

Nessa confusão toda de não haver outra sala disponivel, liga para um, liga para outro, explica a situação, tenta ver onde enfiar os 25 coitados... da meio-dia. Bom, para que almoçar, né? A tonta aqui pede um lanche, porque não pode perder nem um minuto, precisa encontrar uma sala...

No fim das contas, uma outra sala se liberou ao meio-dia e eu fiquei até às 14h ajudando a arrumar/montar/desmontar/organizar. Como se eu não tivesse mais nada para fazer na vida.

Sera que é meu inferno astral e eu não tô sabendo? Ninguém merece uma semana assim!!!! Vou sair para beber hoje à noite e encher a cara até cair para ver se melhora.

Não, não... Talvez não seja tão boa ideia... Amanhã tenho uma reunião com a chefe às 9h30 e ainda por cima a greve de ônibus e metrô vai continuar. Puta que pariu. Falta muito para chegar o sabado?

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Tunisia – O mercadinho

Voltando às historias de viagem...


Antes de falar da segunda excursão, vou contar a nossa visita ao mercado (souk) de Zarzis.

Quando chegamos ao hotel, nos disseram que em Zarzis havia um mercado grande e tipico da região toda sexta-feira de manhã. Ele ficava a 2 quilômetros do hotel e o taxi para ir até la custava nada mais de 3 dinares tunisianos, ou seja, mais ou menos 1,50€.

Então na sexta-feira acordamos cedo e fomos la no souk de Zarzis, crentes de que veriamos coisas bonitas e fariamos otimos negocios.

Coisas bonitas, nos até vimos. Cerâmicas coloridérrimas. Temperos e pimentas para todos os gostos. Roupas tipicas. O problema é que "no way" de fazer otimos negocios.

Haviamos sido avisados de que é preciso negociar com os tunisianos, pois quando eles vêm que somos turistas, jogam os preços la em cima mesmo. Mas o que vimos la foi muito além disto...

Primeiro que obviamente todos os vendedores vinham atras de nos o tempo todo nos oferecendo tudo o que vocês possam imaginar e dizendo que era baratinho, "mais barato que de graça". Todos eles repetiam esta frase e eu morria de rir. Até que decidi parar em uma barraquinha e perguntar o preço de um jogo de cerâmica para aperitivos. So que o cara não te da o preço. Ele pergunta o quanto você quer pagar. Tipo o "Quer pagar quanto?" das Casas Bahia, mas muito mais irritante porque você não tem a minima ideia do quanto o negocio custa, e tem medo de dizer um preço e ser muito enganado. Enfim, depois de eu insistir muito, o cara me diz que o negocio custava 85 dinares, ou seja, mais ou menos 45€. Eu ri na cara dele, né? Porque estava obvio que ele tinha jogado o preço muuuuuuuito alto! Ai eu disse que era caro e ele perguntou o quanto eu queria pagar. Eu estava meio sem saco de negociar e acabei dizendo a ele que voltava depois, mas na minha cabeça pensei que pagaria até uns 20€.

Bom, no fim acabamos ficando de saco cheio deste mercadinho, onde ninguém nos dizia o preço certo de nada e ainda por cima os vendedores ficavam literalmente pegando na gente o tempo todo.

Não compramos nada e pegamos um taxi de volta.

No taxi, o motorista nos pergunta se fizemos bons negocios e tudo e nos contamos que não. Dai ele nos propõe de nos levar a duas lojas menos turisticas e com preços fixos, onde os vendedores não te enganam (porque os preços ja estão la mesmo) e as mercadorias são de melhor qualidade.


Topamos na hora.

O motorista começa a fazer uns caminhos muito doidos por umas ruelinhas muito estranhas e nos começamos meio que a nos arrepender de ter topado. Mas beleza. Para entrar na primeira loja onde ele nos levou, precisamos andar por um caminhozinho super fedido, com cheiro de peixe podre. Ok. Mas valeu a pena. Era uma loja de temperos e especiarias, com preço fixo e tal, e o vendedor nos explicava o que era tudo e para que servia... Acabamos comprando umas coisinhas (eu comprei cha de hortelã) e seguimos para a segunda loja.

A segunda loja parecia um paraiso: cerâmicas de todas as formas e cores, objetos de decoração, canecas (ADORO canecas!), puffs, roupas... E o pessoal de la era super simpatico! Ficamos um tempão na loja e uma vendedora super gentil nos acompanhou o tempo todo. Ela até me fez experimentar uma roupa de tunisiana, olha que luxo! (todo mundo la me dizia que eu tinha cara de tunisiana, mas isto é assunto para outro post).






No fim das contas, acabei comprando um jogo de cerâmicas para aperitivos, quase igual ao que eu tinha visto no souk e adivinhem quanto paguei? 8 euros... Ainda bem que não comprei no souk, né? Também comprei uma caneca para aumentar a minha coleção.

Update


O Kiw deixou um comentario dizendo que eu esqueci de mencionar o açougue em frente à lojinha de temperos e é verdade... eu não comentei mesmo, mas foi uma experiência bem marcante... a cabeça de boi no chão e as cabras (eram cabras mesmo?) penduradas sem pele, argh! Podia ter ido dormir sem essa...


Estou postando as fotos também, mas cuidado!!! Fotos não recomendadas para quem tem o estômago sensivel...


Break

Pequena pausa nas historias de viagens para um pequeno desabafo...

Sabe aquelas semanas "do cão", em que tudo acontece ao mesmo tempo agora e parece que você vai ficar doidinho?

Pois é, estou vivendo uma semana destas... E não tem nada a ver com TPM não. "Apenas" doses cavalares de trabalho, um monte de reuniões que se encavalaram, minha chefe que voltou depois de três meses fora (entre férias e licença médica), viagem de trabalho a Paris (seria muito glamuroso se não tivesse sido um bate-e-volta no mesmo dia e se eu não tivesse servido de burro de carga para os outros... mas isto é apenas um detalhe...), alguns eventos sociais ja pré-agendados à noite e eu ficando doidinha no meio disto tudo...

So sei que estou contando os dias da semana em forma de porcentagem para ver se ajuda a passar mais rapido... Tipo assim, hoje é quarta à noite, ja se passou quase 60% da semana... So falta mais 40%, força!!!

E que chegue o sabado!!!!

domingo, 20 de setembro de 2009

Tunisia - Excursões

Obviamente que, como em todo pacote de viagens, logo que chegamos ao hotel ja nos ofereceram mil e um passeios. Mas so fizemos dois durante a semana, porque também queriamos curtir a praia, a piscina, o sol e o “dolce farniente”.

Mas as duas excursões que fizemos, de um dia inteiro cada, valeram muito a pena. Deu para começar a entender um pouquinho a historia dos povos que habitaram e habitam a Tunisia e entrar em contato com uma parte mais autêntica do pais.

Para vocês se situarem um pouquinho, abaixo um mapa da Tunisia. Nos estavamos em Zarzis, à beira do mar.




A primeira excursão que fizemos foi para Medenine, Chenini e Tataouine. So os nomes das cidades ja são um espetaculo à parte, né?

Em Medenine, visitamos um ksar. Os ksour (plural de ksar) são vilarejos fortificados, construidos pelos "berberes" (povo nômade que habitava o norte da Africa antes de serem dominados pelos arabes e convertidos ao islamismo), e que serviam para estocar comida durante longos periodos de seca.

A arquitetura destes ksour é algo impressionante! Cada um dos "compartimentos" do ksar são chamados de ghorfa.




Este ksar que visitamos especificamente é usado hoje em dia como um museu, e cada ghorfa conta um pouco a historia de como viviam os "berberes".

Depois de Medenine, seguimos para um mercado local, conhecido como souk.

O souk é um tipo de feira a céu aberto onde os tunisianos vendem de tudo: desde alimentos e temperos até cerâmicas (especialidade tunisiana), roupas, vasos sanitarios (sim, até privadas eles vendem!), pilhas, fitas cassetes,... é um verdadeiro "samba do crioulo doido". Os souks abastecem as populações locais, mas alguns são também bem turisticos. Ha outros detalhes para contar sobre os souks, mas como visitamos um especifico em Zarzis, vou deixar para falar sobre ele depois.





Apos o souk, seguimos para Chenini, um vilarejo "berbere" construido no topo de uma montanha no meio do absoluto nada, entre Medenine e Tataouine. Em Chenini, atravessamos a pé a montanha, caminhando e subindo durante uma meia hora embaixo de um sol escaldante do meio-dia.

Neste momento, um guia nos contava algumas historias da região, mas o sol estava tão forte e eu estava com tanto calor que sinceramente não prestei muita atenção no que ele estava contando. Na verdade, não via a hora de terminar a travessia, pois sabia que logo depois iriamos almoçar. Mas as paisagens são realmente magnificas e valem o passeio!










Depois da travessia da montanha, paramos para almoçar em um restaurante que fica no meio desse nada de Chenini. Obviamente que este restaurante deve viver dos turistas que passam por la nos ônibus de excursão, assim como nos.

O almoço foi uma delicia! De entrada, uma sopinha meio apimentadinha deliciosa e, como prato principal, o famoso cuscus! Alias, o cuscus original mesmo não tem nada a ver com o cuscus que comemos no Brasil, que é uma espécie de torta com varios ingredientes e peixe. O cuscus original, o que comemos na Tunisia, é uma mistura de varios legumes com carne de carneiro, linguiça, frango ou peixe e com sêmola, um tipo de farinha de trigo. Hummm, so de lembrar me da agua na boca!!!



De bucho cheio e bem menos cansados apos o almoço, partimos para Tataouine, onde visitamos outro ksar, desta vez um pouco maior que o de Medenine.

Tataouine foi a cidade mais ao sul da Tunisia que vimos. Ela fica a apenas 70 quilômetros da Libia e, quando um tunisiano quer dizer que algum lugar é o "fim do mundo", ele diz que o lugar é em Tataouine. Legal, não?







Na volta para o hotel, passamos de ônibus por um deserto de sal. Infelizmente não paramos, mas deu para tirar umas fotinhos de dentro do ônibus.



E assim acabou-se nosso primeiro passeio...

Diario de bordo - Parte 4 - Tunisia

Tanta coisa para comentar sobre a Tunisia que eu não sei nem por onde começar…

Alias, esta dificil começar a escrever sobre minhas férias no deserto e no calor de 40°C agora que, aqui em Lyon, a temperatura ja desceu a 10°C de manhã. Não, mas, fala sério!!! A gente nem terminou o verão ainda e ja esta fazendo 10°C e chovendo o dia inteiro!!! Tenho a impressão de que pulamos direto do verão para o inverno... Cadê o outono, minha gente?

Enfim, voltando à Tunisia... como tem muita coisa para contar e eu ja vi que quando escrevo posts muito longos pouca gente se anima a comentar, vou dividir as férias da Tunisia por topicos, ok??? Vai ficar mais didatico, mas simples e eu espero que vocês comentem!!!!

O hotel

Minhas expectativas em relação ao hotel eram as mais baixas possiveis e por diversas razões:

- Reservamos o pacote de uma semana na Tunisia pela internet, através do site de uma agência. Mas quando buscavamos o nome do hotel no Google, não o encontravamos! E, como todos sabem que o que não esta no Google, não existe, então eu tinha no fundo de mim mesma um medinho de que a gente fosse chegar la na Tunisia e não encontrar hotel nenhum. Saber que o hotel existe ja foi um grande alivio;

- O tunisiano pentelho que eu conheci no avião indo para São Paulo em julho tinha me enchido o saco dizendo que estes pacotes com tudo incluso são uma porcaria, que a comida que te servem é uma droga e as bebidas também, que o nivel de serviço é ruim, etc. e tal;

- O nivel de hotelaria da Tunisia não é exatamente o mesmo que o da França, o que me fazia pensar que as “4 estrelas” que eles informavam bem que podiam ser no maximo 2, ou, como diz a Pati, 4 estrelas cadentes;

- Eu havia visto uma reportagem na televisão banalizando um pouco estes pacotes para a Tunisia e o Marrocos, fazendo tudo parecer um pouco “barato demais”, esquema Porto Seguro na semana do “saco cheio”, sabe?

Pois é, mas apesar (e talvez por causa) das minhas baixas expectativas, o hotel onde ficamos foi uma agradabilissima surpresa:

- O hotel era um baita hotel, gigante, super limpo, bonito, organizado;

- Ele tinha varios bares que serviam bebidas e comidinhas o tempo todo;

- O pessoal do hotel nos recebeu com suquinhos enquanto preenchiamos as fichas para os
quartos (um detalhe minusculo, mas que faz toda a diferença no atendimento!);

- Havia duas piscinas exteriores, uma piscina coberta e era de frente (de frente mesmo) para o mar;

- O restaurante era muito bom também. O sistema era de buffet à vontade e é claro que a comida não era assim do nivel do Paul Bocuse, mas tinha sempre bastante variedade e ninguém pode dizer que passa fome la;

- Tinha de tudo dentro do hotel: caixa automatico, lojas de souvenirs, casa de câmbio, academia (onde eu não pus meu pezinho nenhuma vez, é logico) e até spa, onde eu fui fazer uma bela de uma massagem relaxante... Até serviço de correio eles tinham, então dava para comprar os cartões-postais la mesmo e mandar postar sem sair do hotel. Ou seja, se quiséssemos, daria para ficarmos uma semana inteira sem sair do hotel.

Mas é claro que, apesar do hotel ser bacana e tudo, essa não era a intenção, né? Tem muita coisa bacana para ver na Tunisia, o que me leva ao proximo post...




No aeroporto e caminho do aeroporto para o hotel (um nada absoluto...)



Eba! O hotel existe! E é de frente para o mar!!!