sábado, 21 de março de 2009

Madri: como tudo começou e primeiro dia

Uma gripe = uma viagem para Madri. Foi assim que tudo começou. Quando fiquei gripada no fim de janeiro e passei dias em casa de cama, aproveitei para pesquisar na internet varias opções/preços de viagem. E Madri ja estava nos planos, primeiro porque eu ainda não conhecia, mas também porque tenho uma amiga la (a fofissima da Fernandinha). Dai, minhas amigas Sandrine e Laetitia vieram me visitar em casa (que fofas!) e comentei com elas sobre o que tinha visto na internet. Moral da historia: algumas horas a mais pesquisando as datas e passagens compradas para março!!! Como disseram as meninas: “a gente vem visitar a Rachel que esta doente e sai com uma viagem marcada para Madri”. Gripe produtiva esta, não?

Um mês e meio depois, la vamos nos para a Espanha. Depois de uma semana de muita chuva e frio (tinha até nevado um pouquinho), saimos de Lyon numa sexta-feira à noite e, apos 1h30 de avião, estavamos em Madri. ADORO A EUROPA! Não é o maximo viajar uma hora e meia e ja estar completamente em outro pais???

Na sexta-feira mesmo não fizemos muita coisa, chegamos tarde e estavamos cansadas (principalmente eu, que tinha trabalhado como uma camela naquela semana, chegando às 8h da manhã no escritorio e saindo às 8h da noite...).

No sabado, acordamos por volta das 9h30, tomamos café da manhã no hotel e saimos. Estava um dia lindo, um céu azulzinho, e um tempo gostoso. Fomos andar e visitar coisas interessantes no centro da cidade. O bom é que nos três estavamos de acordo sobre o que queriamos ver e fazer: nada de museus ou igrejas (ou poucos), o que queriamos mesmo é andar, ver praças, parques, ruas, avenidas, gente, movimento... Eu acho que esta é a melhor forma de visitar uma cidade. Claro que, em alguns lugares, ha coisas “obrigatorias”; tipo, você não deixa de ver a Notredame se estiver em Paris ou a Sagrada Familia se estiver em Barcelona. Mas acho que o gostoso mesmo é andar sem compromisso de horario, sem correr de um lugar para o outro, ver e “sentir” a cidade.

Enfim, foi basicamente isto o que fizemos no sabado durante o dia. Detalhe: teve uma hora em que nos sentamos em um bar/quiosque para tomarmos alguma coisa (nesta hora ja estava mais calor e estavamos morrendo de sede). Pedimos três Cocas. O garçom vem logo depois e nos serve as três Cocas. E mais três pratinhos com petiscos (canapés de salmão, batatas chips e torresmos). Assim, de graça, junto com as Cocas. É normal isso na Espanha, você pede algo para beber e ganha uns petiscos junto. ADOREI!

Vimos muita coisa no sabado: Palacio Real e seu jardim, Templo Debod, Grand Via, Plaza Mayor, Puerta del Sol, Museu de la Reina Sofia (foi o unico museu que fizemos, porque la tem muitas obras de Picasso, Miro e Salvador Dali, então não dava para perder...).

Mas uma das coisas que mais me impressionaram neste primeiro dia de visita foi a Estação de Trem Atocha.

O quê? Uma estação de trem? A Rachel ta ficando doida?

Tô não... Vejam as fotos abaixo e tirem suas conclusões. É ou não é de tirar o chapéu uma estação de trem como esta?



Bom, no fim da tarde voltamos quase mortas para o hotel para descansar um pouco e aproveitar a noite. Afinal de contas, a noitada de Madri é imperdivel. Não da para ir para la e dormir cedo.

Para quem não sabe, Madri (acho que a Espanha em geral) tem um fuso horario proprio. Não estou falando do fuso horario ditado pelo Meridiano de Greenwich, mas pelo fuso horario relacionado ao ritmo de vida dos espanhois. Tudo na Espanha começa e termina mais tarde do que no resto do mundo. Para começar, ninguém almoça antes das 14h (muita gente almoça por volta das 15h). As lojas ficam abertas das 10h às 14h, mas depois fecham e so reabrem às 17h. Ha que se respeitar a famosa “siesta”. Depois de reabertas, as lojas fecham por volta das 20h.

Assim como o almoço, o jantar também acontece bem mais tarde. Nem pense em chegar em um restaurante às 20h. No way. Os restaurantes começam a servir a janta por volta das 22h.

Dai que a galera começa a jantar entre 22h e 23h. E depois vai para a balada, certo? Errado! As baladas aqui so começam por volta das 2h ou 3h da manhã. E o que o povo faz entre o fim do jantar (por volta da meia-noite) e o começo da balada? Vai para o bar, oras!!!
Ou seja, uma tipica noite madrilenha significa: janta + bar (ou varios bares) + balada. E, dependendo da hora em que vc sai da balada, ainda pode ter mais um estagio: café da manhã num bar, para comer os famosos “churros con chocolate”.

Os espanhois é que sabem como viver!!!!

Enfim, voltando à nossa viagem, fomos descansar no hotel para sair mais tarde. So que a gente achou que fazer janta + bar + balada ia ser too much e pensamos que uma boa idéia seria unir o jantar+bar, ou seja, ir comer uns petiscos um pouco mais tarde num bar de tapas (tapas = petiscos) e depois emendar a balada.

Procuramos no meu super guia de Madri umas opções de bares de tapas e fomos. Acontece que, seguindo o raciocinio que os espanhois vão para o bar mais tarde (depois da janta), chegamos la por volta da meia-noite. E qual não foi nossa surpresa quando o cara, em um dos bares ao qual tentamos ir, nos disse que a cozinha ja estava fechada. Ou seja, se quiséssemos so beber, tudo bem, mas nada de comer. Notem que a ultima coisa que haviamos comido tinha sido um lanche no Burger King às 4 da tarde (sim, nos nos permitimos essa heresia, pois decidimos que iamos deixar para provar todas as guloseimas espanholas à noite). Ou seja, a estas alturas do campeonato, estavamos verdes de fome.
O que acontece é que interpretamos errado o que lemos no guia: sim, os espanhois vão para os bares por volta da meia-noite, mas ja DEVIDAMENTE JANTADOS, so para beber e curtir enquanto esperam a hora da balada...

A sorte foi que encontramos um outro bar, bem bacana por sinal, onde a cozinha ficava aberta até à 1h da manhã. E dai foi uma delicia!!! Comemos uns petiscos tipicos daqui, que estavam maravilhosos!


Saindo deste bar, ja quase rolando de tanto comer, pegamos o metrô (sim, a outra maravilha aqui é que o metrô funciona até à 1h30 da manhã) e fomos para a balada. Era uma danceteria chamada Kapital, uma das mais famosas de Madri atualmente. Chegamos la às 2h e a fila para entrar era gigantesca, quase dava a volta no quarteirão. Quase desistimos. Mas vir à Madri e não ir para a balada? Impossivel!

Aguentamos firmes e fortes e entramos. O lugar era ENORME, tinha 7 andares! Isto mesmo, 7 andares! Mas apenas 3 pistas de dança, o resto eram bares ou lounges mais tranquilos. Achamos uma pista onde tocava musicas espanholas (a gente não conhecia nenhuma, mas a sensação que deu, pelo jeito que o povo estava, era que tratava-se de musicas dos anos 80, aquelas que todo mundo conhece e canta junto, sabe?).



Enfim, ficamos na balada até umas 4h. Não aguentamos ficar mais, tinhamos andado muito no sabado e ainda tinha muita coisa para aproveitar no domingo... Mas valeu a pena ter conhecido.

Um comentário:

Cristiane Coelho disse...

Nasci pra viver nesses horários da Espanha... rs
Sairam da balada muito cedo!! Ah, se eu estivesse junto... (vc ia me arrastar, né? rs)
Bjs!