domingo, 20 de dezembro de 2009

Fim de ano

Daí que chegou o fim do ano e eu tenho milhões de histórias, causos e teorias para postar aqui no blog, mas né? Falta tempo...

Queria escrever sobre o que eu sinto em relação ao Natal, sobre minha teoria de porque o tempo está passando tão rápido, enfim, mil coisas, mas talvez tenha que ficar para janeiro. Porque vejam só: estou no Brasil!!!! Yes!!! (entenderam porque este post tem todos os acentos certinhos?). Mas daí que aqui no Brasil tenho muita coisa para fazer, muita gente para ver, muitos almoços, jantares, confraternizações, baladas, happy hours e afins e não dá para ficar escrevendo...

Eu até trouxe meu notebook da França, porque terei alguns momentos mais tranquilos durante a semana do Natal lá no hotel onde vamos passar uns dias com a família. Mas sabem o que a pessoa tosca aqui fez? Esqueceu o carregador do note lá no aeroporto de Paris. Simples assim. Larguei ele lá (mais uma coisa para a lista das coisas que já esqueci/perdi em aeroportos, estações de trens e afins... eu sou um caso sério mesmo...).

Não vou contar para vocês que, na verdade, perdi meu carregador porque na hora em que estava usando meu note e esperando meu voo para São Paulo conheci um cara gatinho (brasileiro) com quem fiquei horas conversando (não só, mas tudo bem :)) e dai nem vi o tempo passar (e o carregador ficar por lá).

Mas o fato é que, se eu não conseguir arrumar outro carregador compatível até a semana que vem, não vou poder levar meu note para o hotel e aproveitar os momentos de ócio para escrever os posts... Sorry, guys... a vida é dura, mesmo. Podem culpar o gatinho do aeroporto!

Enfim, falei, falei, falei e não disse nada... Só queria dizer que, se eu não voltar mais aqui em 2009, desejo a todos vocês, minha meia dúzia de leitores fiéis (o que importa é a qualidade, não é mesmo?), um ótimo Natal e um super 2010!!!!

Até o ano que vem, para novas aventuras no blog!!!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

(Des)ligada demais?

Chego em casa tarde da noite e tudo o que mais quero na vida é tomar um banho e cair na cama! Mas antes, dou uma ligada no computador, apenas para acessar o site da meteorologia, ver que tempo vai fazer amanhã e poder ja ir pensando em «com que roupa eu vou». Ligo o computador. Acesso meus e-mails pessoais. Acesso meus e-mails do trabalho através do webmail. Entro no orkut. Entro no facebook. Eventualmente, posto algum comentario la. Entro no meu blog. Checo se ha algum comentario. Checo se ha postagens novas nos blogs que eu sigo. Leio as novas postagens nestes blogs. Entro no UOL para ver noticias do Brasil. Desligo o computador. Vou tomar banho. Quando estou quase dormindo… PQP!!!! Esqueci de ver que tempo vai fazer amanhã!!!!

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Domingo. Começo a arrumar a casa e a fazer a faxina. Estou arrumando a cozinha quando me dou conta de que ainda não guardei a correspondência da semana, que foi se acumulando em cima da mesa. Pego a correspondência e levo para o quarto, para guardar no armario. Chegando no quarto, me dou conta de que a cama não esta arrumada. Começo a arrumar a cama. Mas em cima da cama tem a minha bolsa, que esta cheia de tralhas acumuladas da semana. Sento na cama, em cima dos lençois desarrumados e começo a arrumar a bolsa. Separo os papeizinhos que posso jogar fora (comprovantes de cartão de débito, sobretudo), arrumo o bolsinho onde vão as chaves, arrumo a nécessaire. Ah, perai, este batom não deveria estar aqui, deveria estar no banheiro. Vou até o banheiro levar o batom. No banheiro, vejo o cesto de roupas sujas e penso que seria bom aproveitar o fim de semana para lava-las. Pego todas as roupas e levo para a maquina de lavar roupa, que fica na cozinha. Ou seja: não terminei de arrumar a cozinha, não guardei a correspondência no armario, não arrumei a cama, não terminei de arrumar a bolsa, não guardei o batom. Mas lavei a roupa. E assim começo de novo todo o circuito…

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No trabalho. Começo a fazer uma apresentação. De repente, chega um e-mail. Vou ler o e-mail e começo a responder. No meio da resposta, lembro que tem outro e-mail que preciso enviar. Abro uma nova janela na minha caixa de e-mails e começo a escrever. Fico com uma duvida de vocabulario e abro o programa do dicionario francês para pesquisar. O telefone toca. Alguém me pede uma informação que esta na intranet da empresa. Entro na intranet para pesquisar enquanto falo com a pessoa. Forneço a informação, mas como ja estou na internet, aproveito para acessar outros sites. Lembro que estava escrevendo um e-mail importante e volto para ele. No meio da mensagem, uma informação que eu preciso confirmar com alguém da minha equipe. Decido ir até o escritorio desta pessoa confirmar a informação, mas ei, ja que estou indo até la, posso aproveitar e levar aquelas revistas que circulam pelo departamento e que eu ja li. Pego as revistas e me dou conta que uma delas eu ainda não vi. Começo a ler rapidamente, so para poder dar um visto e devolver a revista. O telefone toca de novo. Outro problema qualquer para resolver. Quando desligo, uma mensagem no meu computador me avisa que daqui a cinco minutos eu tenho uma reunião. Ai, caramba, tem um documento que eu preciso ler antes! Vou nos meus e-mails, procuro o documento e começo a ler. Vou para a reunião. Se eu tiver sorte, a reunião sera chata e eu terei tempo de concluir pelo menos algumas das 243 coisas que comecei a fazer antes da reunião e ainda não terminei. Se não tiver sorte e tiver que prestar atenção na reunião, fica tudo para depois. E aquele monte de «janelinhas» do Windows abertas ao mesmo tempo na minha area de trabalho me deixam louca!!!

E eu ainda não cheguei à conclusão se sou distraida demais ou se, ao contrario, sou ligada demais e quero fazer tudo ao mesmo tempo agora…

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Boa ação

Que tal uma boa ação neste fim de ano?

Que tal passar um Natal bacana, não apenas porque "comemos e bebemos até não poder mais, como todo ano", mas também porque ajudamos outras pessoas a terem um Natal melhor?

Meu amigo Sérgio esta ajudando a divulgar uma Campanha de arrecadação de cestas basicas que serão destinadas a entidades de apoio social.

Para participar, basta acessar o site http://www.corredato.com.br.

Pelo site, você escolhe qual cesta quer doar, informa o seu número de telefone e e-mail e um representante da instituição organizadora da campanha (União Fraterna e Solidaria) te liga ou te manda um e-mail para passar os dados bancários para depósito. Você é quem escolhe como quer pagar.

As cestas serão centralizadas no Centro de Exposições Imigrantes e distribuidas para as instituições de apoio social à partir da segunda semana de dezembro.

Todos que contribuiram com a campanha receberão um relatorio com o resultado de cestas arrecadadas e as instituições que receberam as doações.

Mesmo quem não puder ajudar doando uma cesta, pode colaborar reencaminhando esta mensagem e avisando outros amigos sobre esta campanha.

Sempre achamos que é pouco o que podemos fazer. Mas o pouco para nos pode ser muito para quem esta precisando.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Sorte no jogo...

Tem alguma coisa muito errada neste mundo...

Porque se o ditado "sorte no jogo, azar no amor" fosse mesmo verdade, o Palmeiras deveria ter sido campeão este ano, não?

Não tô entendendo mais nada...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Prevenção contra a Gripe A - Update

Eu não sei como esta esta historia de Gripe A ai no Brasil... Ainda se fala muito no assunto?

Aqui, com a iminente chegada do inverno e com a chegada das vacinas, so se fala nisso...

O pessoal esta até um pouco neurotico, sabem? Ja rolou comunicado na empresa pedindo a todos os funcionarios de não se darem mais as mãos, não se cumprimentarem com beijos no rosto, não compartilharem comidas, doces... Dai que tem ocorrido umas cenas engraçadas: o pessoal mais “rebelde”, do qual eu faço parte, continua como se nada estivesse acontecendo e, cada vez que vai cumprimentar alguém, rola aquela duvida: “sera que esta pessoa também faz parte dos rebeldes e continua se cumprimentando normalmente ou sera que ela faz parte do “sistema”?. Pois é, gente, duvidas profundamente existenciais...

Tem gente que não cumprimenta nem mais cliente ou fornecedor... uma falta de educação so. Ja presenciei cenas onde o fornecedor estende a mão para alguém da empresa e este alguém finge que não viu, ou apenas diz: “não podemos mais apertar as mãos, é a Gripe A”. E o coitado do fornecedor ficou com aquela cara de samambaia de plastico e aquele sorrisinho amarelo, sem saber o que fazer com a mão que ele tinha estendido e que agora esta la, pendurada sozinha. Ficou no vacuo, como dizem por ai.

Outra parte da neurose coletiva é que ninguém mais pode espirrar agora. Espirrou, todo mundo ja te olha estranho, como se você fosse um monstro ou um ET querendo abduzir a pessoa. Ja saem perguntando: “você não esta com a Gripe A não, né?”, como se por acaso você fosse dizer “sim, na verdade, eu estou com a Gripe A e estou espirrando na sua cara para te infectar de proposito”. Enfim, ao menor espirro, so faltam chamar o padre para te exorcizar. “Gripe A, sai deste corpo que ele não te pertence!!!”.

O duro é que, ao contrario dos outros virus, que adoram as criancinhas e os idosos, parece que o alvo da Gripe A são as pessoas de 20 a 30 anos... pela primeira vez na vida gostaria de ter mais de 30. Ou menos de 20, também não seria nada mal!

Fora a polêmica em relação à vacina. Uns dizem que vale a pena, outros dizem que não vão se vacinar nem que a vaca tussa (ôps, tossiu por causa da Gripe A?) e o boi cuspa. Porque, vejam bem, né? A vacina foi meio que feita nas coxas e quando teve o caso da hepatite não sei quantos anos atras todo mundo se vacinou mas depois descobriu-se que a vacina tinha efeitos colaterais e bla, bla, bla, whiskas sachê... zzzzzz. Da até sono este papo todo.

Eu ainda não sei o que vou fazer, sabe? Tô a fim de tomar vacina, não... Meu médico disse que é a favor, mas sei la...

Enquanto isso, algumas medidas de prevenção são difundidas e repetidas à exaustão:

- lavar bem as mãos varias vezes ao dia, especialmente apos ir ao banheiro (precisa de Gripe A para o povo começar a fazer isso?)
- ao espirrar, tampar a boca com um lenço ou com a mão (isto é questão de educação, aprendi desde criancinha!)

E por ai vai...

Mas agora, a melhor de todas, foi uma que ouvi de uma colega de trabalho: parece que uma amiga dela, mesmo antes desta historia de Gripe A, inventou um método para sempre lavar bem as mãos, no minimo 30 segundos, que é o recomendado. A cada vez que ela vai lavar as mãos, ela canta (não sei se em voz alta ou mentalmente) o “parabéns para você” inteirinho. Assim, ela tem certeza de ter passado 30 segundos lavando as mãos.

Imagina você entrando num banheiro publico e dando de cara com uma pessoa lavando as mãos e cantando baixinho: “parabéns para você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida”.

Sabem o que é pior? É que deste que ouvi esta historia, lembro dela e do parabéns para você a cada vez que vou lavar as mãos! Ai, socorro!!!

E como sou muito simpatica, não podia deixar de compartilhar a dica com vocês... Estão pensando que so eu vou ficar com essa musiquinha na cabeça a cada vez que for ao banheiro, é?

Quem sabe um dia não criamos uma comunidade “eu canto parabéns para você enquanto lavo as mãos”?

UPDATE

Corrigindo, depois do comentario da Sophie: realmente, não foi a amiga de uma colega que canta os parabéns lavando as mãos... ela viu isso num filme do Woody Allen, Whatever Works. A descabeçada aqui é que esqueceu esta parte da historia (esta minha colega fala tanto, mas tanto, que às vezes eu desconecto e so presto atenção em algumas partes). Enfim... não deixa de ser engraçado, né?

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Enquete 2 - A missão

Eu gostei desta historia de enquete e, pelo visto, vocês também, então ai vai mais uma :

«Você» sai com um carinha. Vocês vão a um bar, tomam umas cervejas, conversam, falam de coisas sérias e de bobagens, riem, trocam olhares, tiram sarro da cara do outro, trocam sorrisos.

Saem do bar e continuam andando pela cidade, conversando, rindo, brincando. A linguagem corporal não mente: os olhares, os sorrisinhos, os empurrões “de brincadeira”, o fato de estarem sempre bem proximos, tudo leva a crer que o interesse é mutuo.

Vocês continuam andando às margens do rio, passam por um pequeno playground, descem juntos pelo escorregador (tudo isto à uma da manhã e vocês nem estão bêbados), parecem crianças… É tudo muito surreal e romântico ao mesmo tempo. Depois, ele pega na sua mão, vocês caminham de mãos dadas, brincam de dançar em cima da ponte e tudo parece muito natural.

Na hora de ir embora, ele te deixa no ponto de taxi, te deseja boa-noite e te da dois beijos no rosto. E é so.

Você vai embora sem entender absolutamente nada. E desde então, nenhum sinal de vida.

Agora, a enquete :

1) o cara esta interessado em você, mas é muito leso

2) o cara esta interessado em você, mas ele se acha o tal e acha que é você quem tem que correr atras dele

3) o cara não sabe o que quer da vida (desculpem o pleonasmo… dizer «cara» e «não sabe o que quer da vida» é redundância, né?)

4) o cara é um galinha, paquera todas e so esta tirando uma com a sua cara

5) o cara é gay

6) tanto faz, o cara nem merece uma enquete e “você” não vai ficar pensando nisso, né? A fila tem que andar!!!

Eu voto na 6!

Alias, cara? Que cara, mesmo?

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Evolução

Um ano atras, eu dizia : «Imagina eu, ter filhos agora? Não sei nem cuidar de planta, imagina de um bebê!»

Pois é… as pessoas mudam.

Incrivel o tanto de coisa que pode acontecer em um ano e colocar sua vida de cabeça para baixo, de uma forma que você nunca teria imaginado…

Calma, mãe! Não é nada do que você esta pensando... Eu não estou gravida…

Não, não estou, fica tranquila. Pode ir la na cozinha agora tomar um copinho de agua com açucar para passar o susto, vai… Vai la que eu te espero…

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Passou o susto?

Pois bem.

Também não estou pensando em ter filhos. Ainda acho que eu não sou capaz de cuidar de um bebê agora (e nem quero!).

O que eu queria dizer é que ja sei cuidar de planta, olha so!

Quem ousaria dizer, um ano atras, que eu teria um dia varios vasos de plantas diversas em meu apartamento e que elas não morreriam?

Quem diria que eu seria capaz de cuidar de uma orquidea?

Uma orquidea, vejam so!!! Que orgulho!!! A orquidea da foto abaixo, quando eu a comprei, so tinha duas flores… Agora esta ai, toda florida, toda bonitona! Não é um milagre?

Estou virando gente grande!!!

PS : Se eu ja fiquei toda boba assim com as minhas plantas, tirando fotos e publicando no blog e tudo, imaginem então quando eu tiver filhos?









domingo, 29 de novembro de 2009

De bar em bar, de Beaujolais em Beaujolais...

Pelos posts anteriores, vocês ja sabem que meu fim de semana passado foi agitado e bem interessante.

Eu contei sobre o jogo de futebol no bar na quarta-feira e também mencionei o show do Muse no domingo (com direito a kebab, maionese e dor de barriga no dia seguinte).

Mas o que não mencionei foram os outros dias… a quinta, a sexta e o sabado…

Acontece que na quinta foi o lançamento do novo Beaujolais (lembram da historia do ano passado? Pois é…).

Desta vez não teve jornalista, nem voltei para casa completamente bêbada. Fui, mais uma vez, ao centro da cidade degustar o vinho com a Sandrine e outros amigos, mas o vinho estava tão ruim, mas tão ruim, que não consegui passar do primeiro copo… Melhor assim, me diverti bastante e não fiquei ruim no dia seguinte.

Na sexta-feira, tive o jantar dos expatriados (uma rede da qual eu participo e que se encontra uma vez por mês). Depois do jantar, ainda fui tomar umas num bar com uns amigos. Ops, eu disse «um bar»? Não, desculpe, me enganei : foram três bares. E a gente conseguiu ser expulso dos três.

Explico: a Sandrine e eu fomos a um dos nossos bares preferidos em Lyon. Ele é muito bacana, tem um ambiente diferente, gente bonita e cervejas de todos os tipos (mesmo eu, que não gosto de cerveja, consigo tomar cerveja la). O unico problema é que ele fecha super cedo, à uma da manhã. Então eis que, à uma da manhã, nos fomos expulsas do bar. Ok.

Encontramos dois amigos e fomos a outro bar, um pub escocês (onde haviamos visto o jogo de futebol na quarta). Bebemos, conversamos e, às duas da manhã, o bar fechou e o garçom veio «gentilmente» pedir para nos retirarmos. Ok.

Seguimos para outro bar, um pub dinamarquês, que fecha mais tarde, às quatro da manhã. Adivinhem? Ficamos la até às quatro e, pela terceira vez na noite, fomos expulsos de um bar.

Essa vida ainda me mata…

Cheguei em casa às cinco da matina e, no sabado à tarde, fui com a Sandrine e a Karine degustar o Beaujolais num produtor local (o mesmo do ano passado).

Lembram deste post?

Pois é, foi engraçadissimo, encontramos exatamente as mesmas pessoas na degustação deste ano.

Inclusive o mala sem alça que ficou me paquerando mas depois bebeu todas e dormiu no meu carro. Vocês acreditam que ele veio me pedir desculpas pelo ano passado ? Disse que não esta acostumado a beber, mas que espera que não tenha sido muito incômodo para mim tê-lo levado para casa. Gente, sério. Fiquei até com pena, me sentindo até meio culpada… enfim, mas foi ele quem bebeu e ficou pentelho, né? Não tenho culpa!

Dai que passamos algumas horas enchendo a cara (das 5 da tarde às 11 da noite). Mas somos responsaveis : a Sandrine estava dirigindo e não bebeu quase nada (como era eu quem dirigia no ano passado, nos trocamos este ano, e eu pude encher a lata de bom Beaujolais!).

E mais uma historia para a série «eu so atraio malucos» : um dos carinhas que estava la este ano ficou me xavecando e pediu meu telefone. Eu não estava assim super interessada, mas no estado etilico em que me encontrava, dei meu numero para ele. Dica: quando sair para beber, peça para uma das suas amigas (de preferência a que não esta bebendo) não te deixar sair dando seu numero de telefone para todo mundo...

Enfim, ele me enviou varios torpedos durante a semana, e mesmo se eu não respondia, ou respondia apenas «cordialmente», ele conseguiu me enviar mensagens dizendo que eu sou linda, que ele estava pensando em mim e, maximo dos maximos, que ele me adora!

Gente, fala sério! Eu troquei uma ou duas frases com o cara e ele me escreve dizendo que me adora? Eu so atraio maluco mesmo!!!

Porque ou é cara que passa dois meses comigo, me chama de «meu amor», «meu bebê», me convida para conhecer a familia, faz planos de ir esquiar comigo no fim de semana ou de viajar para a praia no proximo verão (daqui a seis meses!) e depois, do nada, me diz por telefone que não sabe o que quer da vida, ou é cara que me viu uma vez na vida e me manda mensagem dizendo que me adora…

Da para parar o mundo que eu quero descer ????

O negocio é mesmo continuar de bar em bar…

sábado, 28 de novembro de 2009

Somos todas iguais?

Depois do ultimo encontro, em que vocês apenas conversaram e beberam entre amigos, vocês trocaram alguns torpedos, mas não houve nenhuma proposta de sairem juntos de novo.

Você esta ha dias pensando nisto. Pensando que gostaria de sair com ele mais uma vez, mas desta vez so os dois, para conversarem mais e descobrirem se têm mesmo afinidades.

Decide esperar alguns dias: afinal de contas, quem sabe ele não manda uma mensagem te convidando para sair?

De repente, um outro pensamento lhe vem à cabeça: e se eu mandasse uma mensagem primeiro?

Começa então uma discussão na sua cabeça, você diria mesmo que ha uma assembleia que se reuniu em sessão extraordinaria para debater o assunto :

- Ah, não! Não vai correr atras dele não!

- Mas não é correr atras, é um simples torpedo...

- Mas deixa ele te escrever primeiro.

- Mas foi ele quem me enviou o ultimo torpedo, que mal ha em fazer uma mensagenzinha?

- Não se desvalorize assim, deixa ele te procurar.

- Não estou me desvalorizando... quem foi que disse que so os homens têm que dar o primeiro passo?

- Olha, eu acho melhor você esperar um pouco.

- Eu acho que não ha mal nenhum em enviar um torpedo e chama-lo para sair…

E esta assembleia prossegue por horas e horas e dias a fio.

Depois de alguns dias, você finalmente toma a decisão de enviar o tal torpedo.

La se vão algumas horas a mais, pensando em cada detalhe do conteudo da mensagem: desde como começar (ola? oi? hello? bom dia? boa tarde?), o convite propriamente dito (que tal um barzinho um dia destes? O que você acha de bebermos uma cerveja quinta-feira?...), até as virgulas, os pontos e os smileys, tudo para parecer o mais "natural" possivel.

Terminada toda a reflexão sobre o torpedinho “natural”, vem o envio.

Na hora em que você acabou de escrever a mensagem, você fica em duvida de novo se deve envia-la ou não. «Mando ou não mando? Ai, sera? E se ele não responder? E se ele responder não? E se ele me achar atirada demais?»

«Ai, meu Jesus Maria José, mando e seja o que Deus quiser!!!»

E, invocando todos os santos e fazendo o sinal da cruz vinte vezes (incrivel como a fé se mostra presente nesta hora!), você envia o torpedo.

Então vem o alivio.

Alivio? Que nada!!! Agora é que começa o suplicio!

Porque vejam bem. Você consegue se manter tranquila até cinco minutos depois do envio.

Mas se depois disto ainda não houve resposta… meu Deus! Ai de quem estiver ao seu lado!!!

Cinco minutos depois da mensagem : «Ok, ele ainda não respondeu. Mas pode ser que esteja ocupado, trabalhando, em reunião, ou apenas não esta ao lado do telefone».

Dez minutos depois : «Caramba, sera que ele recebeu a mensagem? Sera que ele não quer responder? Sera que ele esta olhando a mensagem e rindo da minha cara?»

Mais dez minutos depois, você checa pela vigésima vez nas suas mensagens enviadas se o torpedo foi enviado mesmo.

Meia hora depois do envio, você pensa que talvez o celular não esteja pegando e é por isso que você não recebeu a resposta, claro!!! Dai você checa e as barrinhas estão todas la, cheinhas… O celular esta pegando sim… Foi apenas ele que ainda não te respondeu…

Mais dez minutos e você pensa : «PQP, eu sabia que não era uma boa ideia enviar esta mensagem! Agora o idiota esta la, todo se achando, e eu aqui, com cara de tonta. Ta vendo? Para você aprender da proxima vez!»

Toda decepcionada, você vai fazer alguma coisa para tentar se distrair : ver TV, acessar o orkut, ligar para uma amiga, lavar a louça, enfim, qualquer coisa vale para tentar esquecer o fiasco da mensagem.

Nisso, o barulhinho de mensagem do celular!

Com o coração saindo pela boca, você vai checar. E é uma mensagem dele!!!

«Claro, otima ideia ! Nos vemos na quinta então. Beijos»

Com um sorrisinho maroto, você pensa : «Yes ! Eu sabia que ele não ia resistir!»

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Enquete

Então a situação é a seguinte: depois de quatro noitadas seguidas, regadas a muito vinho (Beaujolais), um pouco de cerveja e algumas smirnoff ice, no quinto dia (ja meio acabada) a pessoa vai a um showzaço de rock.

No caminho para o show, a pessoa e seus amigos param numa barraquinha para comprar um kebab (um sanduiche de origem arabe muito vendido nas ruas por aqui, composto normalmente de carne de vitela, salada, fritas e molhos diversos).

Dai a pessoa, não contente em comer o “churrasquinho grego”, digo, o kebab, ainda adiciona catchup e maionese. Detalhe: a maionese estava num grande pote de plastico, aberta, ao ar livre.

A pessoa ainda faz uma piadinha com seus amigos: “se amanhã eu estiver doente, vocês ja sabem que foi a maionese, ta?”. E sai rindo e vai para o show.

No dia seguinte – novidade! – a pessoa acorda com um pequeno desarranjo intestinal. Vai trabalhar, mas depois de passar metade da manhã “fora da mesa”, se é que vocês me entendem, decide voltar para casa na hora do almoço – afinal de contas, entre passar metade da tarde no banheiro da empresa ou no trono de casa, em casa é mais confortavel, né?

E da-lhe trono! E soro caseiro para não desidratar...

Agora, a enquete:

O que causou o desarranjo foi:

( ) a maionese, claro! E a pessoa em questão foi um tanto quanto tosca de ter colocado maionese mesmo sabendo que a fonte não era das mais confiaveis.

( ) o churrasquinho grego, digo, o kebab em geral. Afinal de contas, carne de gato + salada de tomate + fritas + catchup + maionese no meio da rua, não poderia ter dado em outra coisa, né?

( ) depois de quatro dias tomando todas, a pessoa ainda tem a cara de pau de colocar a culpa na coitada da maionese? Faça-me o favor!


O kebab


Como se faz a carne do kebab

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

E viva o fim de semana!

Vocês bem sabem que eu sou apaixonada por futebol e que também adoro bares, pubs, botecos e afins.

Que melhor ocasião para unir o util ao agradavel que um jogo de repescagem valendo a classificação para a Copa do Mundo entre França e Irlanda?

Pois é, quarta-feira à noite, vamos la, Sandrine e eu (sempre ela, minha companheira de botecagem) assistir ao jogo num pub (desta vez foi um escocês, não irlandês).

Ja no caminho, vejo um monte de carros passando e buzinando, um monte de gente alegre, e isso me surpreende. É preciso dizer que os franceses não são assim tão apaixonados por futebol quanto os brasileiros e que muitos com os quais eu havia conversado antes nem sabiam se iam assistir o jogo à noite ou não (blasfêmia total! Imagina se é no Brasil!!!!).

Abre parênteses: os franceses são tão menos ligados ao futebol que os brasileiros que no bar aonde fomos ver o jogo so tinha uma pessoa vestindo a camisa da França, euzinha aqui!!!!! Pode? Fecha parênteses.

Enfim, por isso toda a festa nas ruas me surpreendeu. Até que finalmente eu entendi o que estava acontecendo: não eram os franceses que estavam comemorando, e sim os argelianos, pois o jogo Argélia contra Egito tinha acabado de terminar e os argelianos estavam todos contentes com a classificação do seu pais para a Copa.

Pois é, estava mesmo muito estranha esta historia de franceses buzinando...

Sandrine e eu chegamos la no pub escocês absolutamente lotado de gente (metade franceses, metade uma gringaiada que eu não sei que raios era, se escocesa, irlandesa, holandesa, enfim...). Não tinha nenhum lugar para sentar (até ai, tudo bem), e tivemos que ver o jogo de pé, no meio da muvuca, e bem perto do telão, o que deu uma certa dor no pescoço, mas beleza, né? O que a gente não faz pelo futebol??? E pelos caras gatos também, nunca vi tantos num mesmo lugar! Ja sei onde vou começar a ir “botecar” agora, meu Deus, que lugar prospero!!!

Voltando ao jogo França e Irlanda: a França havia ganhado o jogo de ida, la em Dublin, por 1 a 0 e precisava somente de um empate ou de uma vitoria simples para se classificar para a Copa do Mundo. E o jogo de volta era em Paris, ou seja, teoricamente mais facil de ganhar.

Mais facil? Quem disse?

Os irlandeses pressionavam, pressionavam, e os franceses pareciam perdidos no meio de campo. A impressão que eu tinha é de que havia 11 irlandeses contra 8 franceses... incrivel!

Até que a Irlanda marca um gol... puxa vida... Agora a França precisa ir para cima, porque o empate levaria à prorrogação.

E foi exatamente o que aconteceu, porque os franceses lesos não conseguiram marcar um gol no tempo normal.

Começa a prorrogação e nos ainda la no bar, rodeadas de homens (acho que tinha uns 15 em volta de mim e da Sandrine, mas todos com os olhos grudados no telão).

Jogo dificil, a França não consegue marcar... Até que, uma hora, um cara do nosso lado começa a cantar o hino da França. E o pessoal ao lado começa a seguir e cantar junto, até que o bar inteiro estava cantando o hino.

"Allons enfants de la patrie...
Le jour de gloire est arrivé…"

Pois não é que bem na hora do refrão (« aux armes, citoyens! »), a França marca um gol???? Incrivel!!! A galera grita, explode, e pela primeira vez na noite eu me senti como se estivesse num bar no Brasil.

Mas, perai, perai... o que aconteceu? Não foi gol???? Ah, não!!!! Foi impedimento!!!! Puta que pariu, voltamos à estaca zero.

O cara ao nosso lado recomeça a cantar o hino... e todo mundo segue...

"Allons enfants de la patrie...
Le jour de gloire est arrivé…"

Desta vez, nem chegamos ao refrão e a França marca de novo! Inacreditavel!!!!!! Gooooooooooooooooolllll! Yes, yes, yes!!!!

Felicidade geral, todo mundo se abraçando, cantando, achando incrivel a sorte que a “Marselhesa” (hino da França) trouxe e se dizendo: “poxa, quer dizer que era so cantar o hino?”.

(Vou me lembrar disto na Copa no ano que vem e cantar o hino brasileiro durante os jogos...).

Alguns segundos depois, a gente viu claramente nas gigantescas imagens do telão que o gol foi ilegal, pois o Thierry Henry, na hora de fazer o passe para o cara que marcou ou gol, ajeitou a bola com a mão. Na cara de pau mesmo, voluntariamente, parecia um lance de handball...

Mas enfim, o futebol tem dessas, né? O jogador foi malandro, o juiz não viu nada, os irlandeses ficaram putos e os franceses se classificaram para a Copa com a “mão de Deus”... pois é, a Argentina ja não ganhou uma Copa do mesmo jeito, com um gol de mão do Maradona?

Nos voltamos para casa felizes e contentes depois de uma noitada de futebol e botecagem... e com um novo endereço para as proximas baladas!

E assim começou meu fim de semana em plena quarta-feira... Sim, porque apesar de aqui não termos tido feriado prolongado como no Brasil, em fim de semana de Beaujolais, jantar com expatriados e show do Muse, ja comecei a farra na quarta-feira mesmo...

PS: Ja que estou falando de futebol, quero deixar aqui o meu protesto contra a merda do meu time no Brasil, o Palmeiras, que, mais uma vez, nadou, nadou, nadou e morreu na praia... e vai deixar os Bambis serem campeões de novo, ninguém merece!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O cumulo da burrice!

Passado o momento "down" do blog, vamos a algo mais engraçado...

Para não dizer que so os brasileiros gostam de dar uma de espertinhos e querem levar vantagem em tudo, vejam so esta historia, que beira o surreal, mas que é veridica.

A tia do Thiago, um amigo meu aqui de Lyon, tem um restaurante brasileiro no centro da cidade.

Uma noite destas, noite de restaurante cheio, varios pedidos, varias mesas para atender, dois caras franceses estão la, comendo e bebendo muito bem.

Até que eles resolvem dar uma de espertinhos e, terminada a refeição, aproveitam o movimento do restaurante para sair discretamente, sem pagar. Ao passar pela porta do restaurante, eles começam a correr.

Nisso, a dona do restaurante nota que eles sairam correndo e ja fica p. da vida imaginando o prejuizo que tomou. Pois qual não foi a surpresa dela ao notar que, na mesa em que eles estavam, havia uma carteira e um molho de chaves. Isso mesmo. Um dos “espertinhos” que sairam sem pagar, simplesmente esqueceu a carteira e as chaves.

Merece ou não merece o troféu “anta do ano”?

O pior foi que o cara deu uma de joão-sem-braço e voltou para buscar a carteira. E ainda quis causar no restaurante, dizendo que ia chamar a policia porque não queriam devolver a carteira dele.

Fala sério!!!

A dona do restaurante simplesmente respondeu: “Não, senhor. Quem vai chamar a policia aqui sou eu e é para ja!”. E o cara se ferrou. Além de passar o maior carão no restaurante com todo mundo olhando para ele e a policia la fazendo perguntas e tudo, ainda ficou fichado. O que mais aconteceu com ele, eu não sei. Mas, na boa, tudo isso para não pagar 70 euros? E o cara nem era pobre, mendigo ou coisa do gênero. Fez de molecagem mesmo. E se danou! Adorei!!!

Tem que ser muito estupido mesmo para decidir sair do restaurante sem pagar e esquecer a carteira!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Proporção

De uma coisa, tenho certeza : o azar que tenho no amor é diretamente proporcional à sorte que tenho com as amizades. Ainda bem. Porque a cada vez que sofro uma desilusão amorosa, tenho a sorte de ter ao meu lado verdadeiros anjos que me reconfortam e cuidam de mim.

I have a dream

Sonho com um mundo em que pessoas levianas que usam palavras em vão cessem de fazê-lo ; ou pelo menos um mundo em que pessoas ingênuas que acreditam nas pessoas levianas que usam palavras em vão cessem de acreditar.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Comilona? Não, gourmande!!!

Os franceses têm uma relação muito proxima com a comida: eles adoram comer, sair para comer, encontrar os amigos ao redor de uma mesa e, quando não estão comendo, estão falando sobre comida.

Este talvez seja um dos motivos que fazem com que a França seja o centro mundial da gastronomia. E Lyon é a capital gastronômica da França, portanto, a capital gastronômica mundial.

Tô feita! Que melhor lugar para alguém que adora comer?

É por isso também que nenhum outro povo no mundo poderia ter inventado a palavra “gourmand”.

Em francês, gourmand (ou gourmande, se for mulher) é um adjetivo que qualifica as pessoas que gostam de comer bem (e bastante), apreciam a gastronomia, experimentam novas comidas.

Até ai, nenhuma novidade, porque gostar de comer, quase todo mundo gosta.

O que é interessante é que os franceses usam um adjetivo positivo para qualificar as pessoas que gostam de comer. Ser “gourmand” aqui não tem nada de pejorativo ou negativo, enquanto que, em outros lugares, se você gosta de comer bem, você so leva adjetivos nada simpaticos, que remetem a um sentimento de culpa e de vergonha, como se gostar de comer fosse um defeito grave ou um pecado. Ou seja, se você gosta de comer, você é guloso, comilão, fominha, esfomeado, esganado, gordo.

Hoje em dia, estou muito feliz, porque posso assumir sem culpa (ta, talvez com um pouquinho so de culpa, vai) que gosto, sim, de comer bem. Simplesmente porque não sou gulosa ou comilona ou gorda, mas sim “gourmande”! E fica até chique dito assim, não?

PS: Tenho certeza de que agora vocês entenderam melhor o post sobre os pijamas...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Muro de Berlim

A gente percebe que esta realmente ficando velho quando, ao assistir às celebrações de aniversario de 20 anos de um evento historico, se da conta que não so ja era nascido nesta época, como ainda se lembra de ter visto o fato na televisão...

Saudade dos tempos em que os fatos historicos pertenciam aos livros de historia e não à minha memoria...

domingo, 8 de novembro de 2009

Uma mulher de visão

No final do ano passado, quando fui passar o Natal e ano novo no Brasil, minha mãe me deu dois pijamas estilo short doll de presente. Sabem como é, né? Verão no Brasil, a filhinha querida vindo passar as férias e a mãe paparicando que so. Até ai, tudo bem.

O detalhe é que os pijamas eram meio grandinhos. Quer dizer, dava para usar, mas ficavam bem larguinhos.

Pois bem.

Um ano depois, eis que os unicos pijamas que ainda me servem são exatamente estes dois que minha mãe me deu de presente e que estavam “larguinhos”. Os outros que eu tinha antes ou quase nem entram ou, se entram, ficam tão apertados que seria mais apropriado chama-los de camisa de força do que de pijama.

Pois é... minha mãe é ou não é uma mulher com visão de longo prazo???

PS: Mãezinha, se você for me dar um pijama de presente este ano, compra um bem pequenininho, ta? Porque do jeito que você acerta, prefiro acreditar que daqui a um ano estarei bem magrinha...

domingo, 25 de outubro de 2009

O alcool mata... de vergonha!!!

Alguns flashes da noite de sexta-feira, num pub com a Sandrine:

- Um cara meio que esbarra em nos e pede desculpa. Rindo, eu respondo: “ah la la” (tipico de francês reclamando). O cara me responde que eu acabo de dizer o nome dele. Hã, como assim? Sim, o nome do cara era Lahlá... Deus do céu!

- O tal do Lahlá tinha varios amigos gatinhos. Assim meio que do nada, Sandrine e eu nos vemos rodeadas de homens, uns sete ou oito conversando com a gente. Nada mal... E os caras tentando descobrir minha nacionalidade: Libanesa? Tunisiana? Espanhola? Italiana? Portuguesa? Colombiana? Chilena? Argentina? (Detalhe que quando eles dizem “tunisiana”, a Sandrine e eu começamos a dançar a coreografia que aprendemos na Tunisia: “pi pi pi pi pi”).

- Um dos caras nos diz que o seu nome é Vivien. Eu não me contenho e digo que Vivien, no Brasil, é nome de menina. E não me contento em dizer isto apenas uma vez. Fico repetindo, tipo disco riscado. O cara deve ter me adorado.

- Outro flash que me vem à cabeça: um dos caras e eu, cantando, bem alto: Ju-ni-nho, la ra la ra la ra, Per-nam-bu-ca-no, la ra la ra la ra (o hino criado pelos torcedores do Lyon para o Juninho). Meu Deus, o que o alcool não faz com a gente!

- Com este mesmo cara eu acho que passei uma hora falando de futebol: sobre o Lyon, sobre o jogo do Lyon contra o Liverpool, sobre a escalação da seleção brasileira em 1998 (!!!!), sobre o Maradona e outros jogadores argentinos... e no meio desta conversa toda, a gente parava e cantava de novo “Ju-ni-nho Per-nam-bu-ca-no”.

- Em algum momento da noite, sei la eu porquê, este cara me diz que fala um pouco de alemão. A criatura aqui, alegrinha que so, desembesta a falar as quatro unicas frases em alemão que eu sei, que são: “eu não falo alemão”, “eu estou com fome”, “eu te amo”, “eu tenho vinte e nove anos”. Sim, eu disse “eu te amo”, em alemão, para um cara que eu mal conhecia. O curioso é que de todas as frases que eu sei em alemão, a unica que correspondia perfeitamente à situação, eu esqueci na hora: “ich bin blau” (eu estou bêbada).

- Mas eu não esqueci de como dizer esta frase em francês. Tanto que em algum outro momento, chega mais um cara para a turma e se apresenta para mim, apertando a minha mão. Ele diz “prazer, eu sou o fulano (esqueci o nome dele, claro). E eu respondo, “prazer, eu estou bêbada”.

- Sandrine e eu, falando sobre um cara que a gente conhece: “até que ele é boa pessoa. Ele é pervertido, tarado e chato, mas no fundo é uma boa pessoa”. O alcool faz a gente ver a vida de uma forma tão diferente, não?

- Um dos ultimos flashes dos quais me lembro sou eu indo ao banheiro, o mundo começando a rodar muito, mas muito rapido, e eu saindo correndo do bar, toda estabanada, sem nem avisar a pobre da Sandrine que teve que vir correndo atras de mim...

Vergonha, muita vergonha...

Gente, sério. Tudo isto aconteceu no pub, e eu podia continuar a contar os flashes que me vêm à cabeça, tudo o que aconteceu depois, enfim. Mas não... Como dizem os franceses, “l’alcool, c’est moche!” (o alcool é feio) e a minha mãe lê o blog e não vai ficar nada orgulhosa se eu contar aqui que até vomitei e tudo (ôps!!!).

Mas é por estas e outras que, no dia seguinte, me peguei pensando que eu não sabia o que era pior, se a ressaca fisica (dor de cabeça, enjôo, vontade de vomitar, mundo rodando) ou a ressaca moral, que aparecia a cada vez que eu lembrava de uma cena da noite anterior...

O alcool é feio, muito feio...

Mas que atire a primeira pedra quem nunca se pegou dizendo “nunca mais vou beber na vida” num dia seguinte de bebedeira, com uma ressaca bravissima! E que na semana seguinte ja estava bebendo de novo... o principal problema do bêbado é esse: a memoria fraca!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Pot-pourri

Percebi que aqui as pessoas contam a idade de seus filhos pequenos em meses, até os que ja passaram de 1 ano. Qual a idade dele? 14 meses, 18 meses, 24 meses, 30 meses e assim por diante. Eu estava achando estranho, acho mais facil dizer 1 ano e 2 meses, 1 ano e meio, 2 anos, mas enfim... Até que, quando ja estava me acostumando com a ideia e achando que so as idades dos bebês são contadas de forma diferente, me deparo com a seguinte frase de uma colega de trabalho, falando de um ex-relacionamento: “nos ficamos juntos durante 1 ano e 18 meses”. Fala sério!!! Não é mais facil dizer 2 anos e meio ou, no maximo, avacalhar tudo de vez e dizer 30 meses? 1 ano e 18 meses é sacanagem, né?

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Tem dias em que a minha garagem parece que encolheu. É sério. Ela muda de tamanho às vezes. So isso para explicar porque é que eu, estacionando na mesma garagem todos os dias, às vezes tenho que fazer tanta manobra para entrar com o carro! Ela encolhe, tenho certeza.
Isto acontece com vocês também?

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Faço faxina todos os domingos (ou quase). Dai que, no começo da semana, super orgulhosa da minha casa limpinha e arrumadinha, vou tentando manter assim. O que explica porque é que eu so ando de pantufas em casa e deixo para calçar os sapatos na ultima hora, ja na porta, prestes a sair.

Pois é, mas não é que outro dia me pego de manhã, ja saindo de casa, toda arrumada e com a bolsa a tiracolo, prestes a ir trabalhar, de PANTUFAS? Seria tragico se não fosse cômico... se eu tivesse ido até o trabalho assim, essa historia ia ganhar da historia do porta-malas...

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Outro dia, entrando na balada, o segurança me diz que eu tenho que deixar minha jaqueta na chapelaria. “Mas eu não quero”, digo eu. Presta atenção: eu sempre levo para a balada uma bolsinha pequena hiper basica que é para não ter encheção de saco com chapelaria... Se eu decidir que quero segurar minha jaqueta na mão a noite inteira, qual é o problema?

“Não, não pode”, responde o pseudo-segurança.

“Mas eu não quero guardar a jaqueta, quero ficar com ela, não posso?”

“ Não, tem que guardar, por questões de segurança”

Querem saber a pior? A chapelaria era paga, é claro. Dois euros. Ou seja, como ganhar dinheiro facil!

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Logo depois do meu aniversario, comentei aqui que ganhei 5 DVDs de presente do pessoal do trabalho, né? Pois é. Chegou o verão, sol, calor, férias, e dai eu nada de ver os filmes. Agora, com o outono firme e forte, comecei a assistir.

Assistir ao “La cité de la peur” e achei fraquinho, mas imagino que é porque ele é cheio de referências a outros filmes e fatos da vida francesa que eu não conheço necessariamente.

Também assisti ao DVD do Gad Elmaleh e simplesmente AMEI DE PAIXÃO! O cara é muito engraçado! E olha que eu não sou de dar risada facilmente com filmes, seriados ou coisas do gênero (por exemplo, nunca achei graça no Casseta e Planeta...). Enfim, dei risada do começo ao fim com os esquetes do Gad e até me animei e comprei um ingresso para ver o novo espetaculo dele aqui em Lyon, em dezembro.

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Outros filmes que assisti recentemente no cinema e adorei:

- Public Enemies, do Michael Mann, com o Johnny Depp: perfeito, otimos closes dos atores! Fora que é o tipo de filme em que você torce para o bandido do inicio ao fim!

- Inglorious Bastards (não sei o nome em português), o ultimo filme do Quentin Tarantino, com o Brad Pitt: maravilhoso, apesar de não ser o tipo de filme que eu gosto (meio sanguinolento). Mas a historia é otima e tratada com um humor negro sensacional. E o Brad Pitt esta perfeito no filme, muito bom mesmo.

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Falando em outono, o frio ja esta chegando bravo por aqui. Estou pensando em fazer uma proposta para a minha chefe: trabalhar 6 meses na França (de maio a outubro) e 6 meses no Brasil (de novembro a abril). De quebra, ainda pego o Natal, Ano Novo e carnaval em terras tupiniquins. Sera que ela aceita?

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

La vita è bella

Tem uma historia sobre a minha semana de férias na Italia que eu não contei para vocês, mas que agora vou contar.

É o seguinte: no nosso terceiro dia la, logo de manhã, fomos pegar o metrô para irmos para o Vaticano. E dai resolvemos, ao invés de comprar apenas um bilhete de uma viagem que custava 1€, comprar um bilhete que valia para o dia inteiro, para ônibus, metrô, trem, cipo e bicicleta e que custava 4€.

Ok. Fomos nos la na estação. Detalhe: na estação so tem maquinas automaticas, não tem tipo assim guichê com um ser humano atras.

Estamos la nos na frente da maquina, demorando um tempão para entender tudo o que estava escrito, todas as opções disponiveis e apertar os botões certos. E a fila se formando atras de nos.

Até que achamos a opção que queriamos, e pedimos 6 bilhetes de um dia inteiro (3 para este dia e 3 para o dia seguinte). 6 x 4 = 24. Ok. Colocamos uma nota de 20€ na maquina e começamos a procurar as moedas para completar.

Nisso, acho que demoramos um pouquinho demais para achar as moedas (e a fila se formando atras, sorry guys!) e a maquina começou a dar tilti e nos mostrar umas mensagens que não entendiamos. Como um cara do metrô estava consertando a maquina ao lado (por isso a fila atras de nos, porque so havia uma maquina funcionando), aproveitamos para pedir para ele nos ajudar.

O dignissimo senhor devia ter um desejo inconsciente incontrolavel de meter o seu dedinho onde não devia, porque assim que falamos com ele, sem nem perguntar qual era o nosso problema, ele meteu o dedo na tela da nossa maquina, no primeiro botão que apareceu na frente. Era o botão que dizia que queriamos apenas 1 bilhete de 1 viagem. O bilhete de 1 viagem foi impresso. E a maquina, que havia pego meus 20€, nos devolveu apenas 4€ (depois entendemos que a maquina so devolvia o troco maximo de 4€). Ou seja, pagamos 20, recebemos apenas um bilhete e 4€ de troco = prejuizo de 15€.

Nessa hora, vendo que a maquina não ia devolver minha linda nota de 20€, começamos a falar com o cara e dizer que queriamos o dinheiro de volta, é claro.

Detalhe: falavamos meio em espanhol, meio num italiano muito do sem-vergonha e meio em inglês. Bom, o cara cutucou a maquina, cutucou, enfiou o dedo em um monte de lugar (Freud explica!) e não conseguiu resolver o problema. Eu disse que não tirava meus pés dali enquanto a maquina não devolvesse o dinheiro (imaginem a cara das pessoas atras de nos, vendo que haviamos quebrado a unica maquina funcionando até então).

O cara foi la numa guarita que ficava ao lado das catracas falar com os outros funcionarios do metrô. Eis que um dos outros funcionarios vem falar com a gente e perguntar qual era o problema (pelo menos ele falava um pouquinho de inglês).

Explicamos tudo de novo e ele disse que não podia fazer nada. Como assim????

Ele disse que era funcionario do metrô, mas que era uma empresa terceirizada a responsavel pelas maquinas e ele não podia fazer nada. Nessa hora eu juro que achei que estivesse no Brasil. Como assim você coloca uma maquina automatica para vender bilhetes no metrô sem nenhum responsavel em caso de pane?

Eu, ja muito p. da vida, começo a gritar, esbravejar, dizer que não ia arredar os pés daquela p.... de metrô sem meu dinheiro de volta (normalmente eu sou avessa a escândalos, mas quando quero, sei subir nas tamancas e ser barraqueira... o Kiw e o Felipe que o digam!).

E o cara me deu uma folha para preencher, dizendo que a companhia ia me contatar e me enviar o dinheiro por correio.

Não, ele so podia estar de sacanagem, né? Vai me dizer que Papai Noel existe também e é ele quem vai me trazer o dinheiro? As coisas na Italia parecem funcionar menos do que no Brasil, imagina so se os caras iam me mandar meu dinheiro pelo correio, ainda mais sabendo que eu moro na França?

Fiz um pouco mais de escândalo, mas não adiantou nada.

Nessa hora, o que mais me frustrou de verdade não foi nem a perda do dinheiro, mas o fato de não falar italiano, porque queria ter feito todo meu escândalo e dito todos meus palavrões no idioma deles, para ter certeza que eles haviam me entendido!!! Ai, que raiva!!!!!

Anyway, preenchi a tal da folhinha e fomos comprar os bilhetes numa barraquinha fora do metrô (so depois descobrimos que fora do metrô ha bancas de jornais que vendem os bilhetes também, com seres humanos de verdade, que não vão engolir sua nota de 20€!).

Passando de volta pela catraca, ao lado dos funcionarios do metrô, não me contive e soltei um “Vai tomar no ....” em alto e bom som. Em português. Mas pela minha cara e pelo tom de voz, imagino que eles desconfiaram que eu não estava dizendo “eu amo a Italia”.

Depois de todos estes palavrões e todo este odio no coraçãozinho, so mesmo indo até a Basilica de São Pedro para tentar purificar minha alma, né? Não é qualquer igreja que ia servir não, tinha que ser o Vaticano mesmo!!!

Mas por que resolvi contar esta historia para vocês agora?

Porque, imaginem vocês, ha alguns dias recebi em casa uma carta da Italia dizendo que eles aceitaram meu pedido de reembolso (tipo assim, eles ainda tinham que aceitar alguma coisa?) e pedindo para eu enviar meus dados bancarios para eles depositarem o dinheiro.

É mole?

Desacreditei que isto aconteceu mesmo.

Bom, mas como dizem os franceses, é melhor não vender a pele do urso antes de tê-lo matado (versão francesa – e ecologicamente incorreta, diga-se de passagem - do provérbio “é melhor não cantar vitoria antes da hora”). Vou enviar minha cartinha com todos os dados e esperar para ver se o milagre acontece mesmo.

Sera que o fato de ter ido ao Vaticano logo apos o ocorrido tem alguma coisa a ver com isto?

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Onde foi que eu errei?

Toda quarta-feira de manhã tenho reunião com o pessoal de TI (tecnologia da informação, ou informatica, para os menos acostumados ao termo).

E toda quarta-feira me pego escutando coisas como: plataforma SharePoint, webpart, doclib, master page, MOSS 2007, WSS 2003, SilverLight, servidor em DMZ, motor de pesquisa, Active Directory,...

E nessas horas, me pergunto: “Meu Deus do céu, onde foi que eu errei na minha carreira para acabar vir trabalhando com o pessoal de TI?”. Não, gente. Porque fala sério, né? Eu trabalho em COMUNICACÃO, não em sistemas de informação!!!

Eu adoro o meu trabalho, mas adoraria muito mais se ele tivesse 50% menos de contato com esse povo chato, técnico, nada pedagogico e sem senso de humor...

Claro que nem todo cara de TI é nerd e chato, mas quase. E considerando que eu piloto uma equipe de 5 pessoas de TI, ja deu para entender porque as manhãs de quarta-feira não são exatamente a minha parte preferida da semana, né?

E o pior é que esse povo é tão hacker, que é bem capaz de eles darem uma “googlada” no meu nome, descobrirem que eu tenho um blog, vir aqui, mandar traduzir tudo no Google (ele, mais uma vez!) e ainda descobrirem que eu ando falando mal deles na web...

Geeeeentemmmm! É tudo brincadeirinha, ta? Eu A-D-O-R-O trabalhar com vocês!!!

domingo, 11 de outubro de 2009

Aos meus amigos, com amor

Ha pouco tempo, uma antiga amiga do colegial, com quem eu não falava ha muitos anos, me achou no orkut.

E me escreveu, dizendo que tem saudades daquela época, saudades de mim, e que não lembra porque a gente se afastou.

E preciso dizer que no colegial nos éramos grudadas, unha e carne. Tinhamos os mesmos gostos para musica, esporte, baladinhas, meninos... E, mesmo nos vendo todo santo dia, trocavamos cartas imensas (escritas à mão e super coloridas) com juras de amizade eterna. Eramos inseparaveis. Até que nos separamos.

Eu lembro muito bem porque nos afastamos. Na verdade, foi ela quem se afastou de mim. Assim, sem mais nem menos, uns dois anos depois de nos formarmos no colegial. E um dia, uma amiga em comum me contou que ela lhe haveria dito que eu era muito chata e reclamava demais.

Até hoje não sei se é verdade ou se foi apenas um diz-que-diz-que. Fato é que esta amiga em questão nunca mais me procurou. E eu parei de procura-la porque não ia ficar so eu indo atras dela...

E eu achei muito pequeno isto de ela se afastar de mim porque eu "reclamava demais".

Mas enfim... passou.

Uns dois ou três anos depois disto, minhas duas melhores amigas, também da época do colegial, brigaram comigo.

Vieram com sete pedras na mão me dizer que eu era muito folgada, mesquinha, ambiciosa, e invejosa. Exatamente estas palavras.

Simples assim.

So porque eu tinha acabado de tirar carteira de motorista e tinha medo de pegar meu carro para busca-las na casa delas para irmos para a balada. Isto foi o suficiente para me qualificar de folgada e mesquinha. Ja o ambiciosa e invejosa, não sei de onde sairam.

So sei que, uma vez mais, minhas melhores amigas me diziam que não me queriam mais como amigas.

E, uma vez mais, achei tudo isto muito pequeno para estragar uma amizade como a que eu achava que tinhamos.

E querem saber? Naquela ocasião, eu deveria é tê-las mandado tomar naquele lugar.

Porque quem eram elas para me julgar daquele jeito e sobretudo me dizer todas aquelas inverdades e virarem as costas?

Mas fui tão pega de surpresa que apenas chorei.

E fiquei um tempão triste, mas depois, mais uma vez, o tempo curou.

Um dia, alguns anos depois, uma delas me procurou para me pedir desculpas por tudo aquilo.

Disse que eu não imaginava a falta que a minha amizade fazia e que ela queria retomar tudo como antigamente.

Eu a perdoei. Mas a amizade nunca mais foi a mesma. A gente nem se fala mais hoje em dia.

Simplesmente acabou. Tem coisas que são assim. Não tem como voltar atras. Não pelo que ela me fez, falou ou deixou de falar. Mas pelos anos que passamos afastadas. Tanta coisa aconteceu nas nossas vidas. Quando nos reencontramos, parecia que ja não tinhamos mais nada em comum.

Enfim, tudo isso me fez pensar em outras amizades que tive, outras amizades que acabaram do nada (sem necessariamente brigarmos ou eu ter que ouvir inverdades), outras pessoas que foram “meus amigos inseparaveis” em algum momento, mas que a vida fez com que nos afastassemos.

E dai pensei nos amigos de hoje. Nos queridos e inseparaveis (apesar do oceano de distância) amigos de hoje.

Do fundo da minha alma, não gostaria que acontecesse a mesma coisa com eles. Não gostaria que nos afastassemos.

Por isso, quero deixar um recado a eles:

Queridos amigos,

Não preciso nomea-los, vocês sabem muito bem quem são.

Vocês são parte da minha familia e, mais do que isto, a familia que eu escolhi.

E que de certa forma me escolheu também.

Vocês fazem uma falta do cacete!!! Vocês nem têm ideia!!!

E eu sei que eu sou chata e às vezes reclamo demais. Sei que sou possessiva e morro de ciumes de vocês e não quero que vocês tenham mais nenhum outro amigo além de mim. Sei que às vezes eu sou encanada demais. Fico puta quando vocês não vão ao meu aniversario ou quando vocês não lêem o blog. E incontaveis
vezes fiz vocês atravessarem a cidade para irem me buscar ou levar em casa.

Mas tudo isso faz parte do pacote chamado "Rachel".

Que vocês aceitaram tacitamente quando me escolheram como amiga e isto é irreversivel.

Por isso, se algum dia um de vocês ousar me dizer que não quer ser mais meu amigo porque eu sou chata ou reclamo demais ou qualquer outra patetice destas, eu quebro a cara de vocês, ok?

Não digam que não avisei !

Com amor,

Kel

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Da agua para o vinho

A novidade da semana é que eu tive meu primeiro curso de enologia. Isto mesmo, estou fazendo um curso para beber até cair, ôps, aprender mais sobre vinhos.

Dai que se trata de um pequeno grupo aqui da empresa (8 pessoas), que se reunem uma vez a cada dois meses e têm aula com um sommelier.

Eu entrei nessa meio que por acaso. A pessoa que divide o escritorio comigo faz parte deste grupo e me convidou a participar também. Ja faz dois ou três anos que este grupo se reune, ou seja, ja estão mais do que no nivel avançado da ciência do vinho. E eu não entendo patavinas do assunto... se houvesse uma prova de nivel, seria classificada no menos 1. Todo meu conhecimento de vinho se resume a: se eu gosto do vinho, ele é bom; se eu não gosto, ele é ruim. Simples, não?

Pois é, mas esta pessoa me disse que não havia problema de eu começar assim do zero, mesmo se o resto do povo ja esta no nivel avançado...

Enfim, fui eu la no primeiro curso.

O sommelier começa por uma pequena revisão e nos diz que é preciso apurar o olfato e bla, bla, bla. Dito isto, nos passa cinco pequenos frascos de aromas para que tentemos decifrar do que se trata.

Os frasquinhos foram passando e eu fui anotando o que sentia (ou o que achava que sentia). Minhas anotações e pensamentos:

1) Doce... mas tem cheiro de alguma planta... quem sabe hortelã?
2) Definitivamente uma planta. Arruda!!! É isso!!! Mas como dizer “arruda” em francês?
3) Morango... tenho certeza de que é morango! Tem cheiro de gelatina de morango.
4) Hum, este esta dificil... tem cheiro de madeira, arvore, mato... (sera que todos os vinhos cheiram a planta?)
5) Impossivel de descobrir

Seguem as respostas certas:

1) Uva moscatel: ah, ta... tudo a ver com hortelã...
2) Pamplemousse... (é tipo o grapefruit em inglês): perai, Sr. Sommelier!!! Não é justo isso... não existe pamplemousse no Brasil!
3) Maça verde: ai, ai, pelo menos desta vez não fui so eu quem errou... até os mais avançados disseram morango...
4) Resina de pinheiro: eu sabia que tinha alguma coisa a ver com arvore e madeira!!! Foi so uma questão de vocabulario!!!
5) Flor branca associada à amêndoas: então ta, né?

Quero ver onde vai dar isso...

Não, mas é mega engraçado como este povo descreve os vinhos... Apos a experiência dos cinco frascos de aromas, degustamos cinco tipos de vinhos diferentes e os alunos mais avançados tinham que descrevê-los, em termos de visual, cheiro e gosto, e tentar descobrir que tipo de vinho era, etc e tal.

Déem uma lida nas frases e sintam o drama:

- Este é rico em glicerol, as lagrimas são muitas e demoram a cair (Vinho tem lagrima? Tem, sim senhor!!!)
- Este é agradavel, aveludado, longo na boca (Aveludado?)
- Este tem cheiro de cassis, cereja, nozes, é meio mentolado, apimentado... e ao mesmo tempo tem umas notas animais, de madeira e de couro (Perai, o que é tudo isto? Como este povo sentiu tudo isto com apenas uma fungada no vinho?)

Agora, o melhor de todos:

- Este tem cheiro de damasco, mel, agua do mar e algas: pode parando por ai!! Se um dia, fora da aula, alguém me dissesse que um vinho cheira à agua do mar, eu teria certeza de que o vinho esta estragado!!!

Pelo visto, tenho muito que aprender...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Ganhei o dia

Outro dia, na aula de salsa, conversando com um mocinho que ja fazia curso la também no ano passado, assim como eu:

- Você não é de origem brasileira?

- Sou, por quê?

- Porque eu pensei que você estivesse fazendo um ano de curso aqui na França e fosse embora depois... Você vai continuar os estudos aqui?

- Não, eu não estou aqui estudando.

- Ah, não?

- Não, eu fui expatriada. Trabalhava em uma empresa no Brasil que me mandou para ca, para trabalhar na sede.

- Mas quantos anos você tem?

- 29.

- 29????? Puta que pariu!!!!

Acho que foi o pqp mais autêntico que ja ouvi, so que em francês, claro. E eu, não sabendo se ria ou se chorava:

- Sim, 29.

- Caraca, achei que você fosse mais nova do que eu!

- E quantos anos você tem?

- 25.

O mocinho em questão quase ganhou um beijo na boca nesta hora. E eu ganhei o dia, ou melhor, a semana!

sábado, 3 de outubro de 2009

Site estranho, com gente esquisita

Acho que ja deu de falar da Tunisia por aqui, né ? Vocês não devem estar aguentando mais, e além do quê, ja estamos em outubro e ja faz mais de um mês que voltei de la... Falta voltar à vida real aqui no blog também!

Queria comentar aqui que eu acho que tem muita gente bizarra no mundo... Por exemplo, o monte de gente que apareceu me seguindo no meu twitter!!!

Gente, para começar, eu não tenho twitter. Quer dizer, até criei um perfil la, mas so para ver e entender como era. Mas não voltei mais, não tenho paciência... so que vira e mexe recebo um e-mail dizendo que “fulano de tal” esta me seguindo no twitter. E na maioria das vezes pessoas das quais eu nunca ouvi falar, com nomes estranhos tipo Bettie Sparks, X Scrubbles e coisas assim!

Que meus proprios amigos e conhecidos me procurem no twitter e resolvam me seguir, eu até entendo. Eles não são obrigados a saber que a pessoa aqui criou um perfil e depois abandonou... mas gente, o que esse povo que eu não conheço vem procurar numa pagina que não foi atualizada ha mais de meses? É so para contar numero, é? Tipo o povo que tem mais de 1000 amigos no orkut ou facebook? Pelo amor de Deus!!!

Enfim... continuando mais ou menos no assunto. Não tenho tempo para o twitter e tenho preguiça de MSN. É isso mesmo, tenho preguiça, não tenho saco de, depois de um dia inteiro em frente ao computador, chegar em casa e ficar trocando mensagens instantâneas. Quando quero escrever para os meus amigos, prefiro o e-mail.

Além do que, sou um tanto quanto atrapalhada e ja acho complicado gerenciar e-mail profissional e e-mail pessoal (minha principal forma de comunicação com meus amigos que estão do outro lado do oceano) e atualizar perfil no orkut, perfil no facebook e blog!!! Se além de tudo eu for ficar no twitter contando o que eu faço a cada 15 minutos, não vai rolar, né? Essa, eu passo!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Os tunisianos

Bom, chega de falar de passeio, né? Este blog esta parecendo folheto de propaganda de agência de turismo!

Falemos do povo...

O tunisiano é um povo extremamente simpatico e amavel. Eu fiquei impressionada do quanto eles são gentis, estão sempre sorrindo e prontos a ajudar. Ok, nem todos os tunisianos que encontramos foram super amaveis conosco o tempo todo, mas eu diria que 99%.

Eles são amaveis até no e APESAR DO Ramadan.

Se vocês são como eu antes desta viagem, pessoas desligadas do mundo arabe/muçulmano e que nunca ouviram falar em Ramadan, explico: o Ramadan é um periodo de trinta dias durante os quais os muçulmanos fazem um jejum durante o dia: eles não podem comer, beber, fumar, nem ter relações sexuais enquanto ha luz do sol. Ou seja, desde que o sol nasce até ele se por, eles não podem comer NADA e beber NADA, nem uma gota de agua... ok... Eles têm que fazer a primeira refeição do dia às 4 da manhã e depois so podem comer de novo depois das 19h. Agora imaginem so fazer tudo isto debaixo de um calor escaldante do mês de agosto na Tunisia?

E mais, imaginem fazer tudo isto sendo que você trabalha num hotel de férias e é ou “cozinheiro”, ou “barman”, ou “garçom”, ou “animador” e passa o seu dia inteiro ou “fazendo ou servindo comida” ou “correndo, nadando, dançando, andando de um lado para o outro e entretendo as pessoas”, tudo isto sem poder comer ou beber nadica de nada???

E mais ainda, tudo isto com uma simpatia absurda e um sorriso estampado no rosto o tempo todo?

Fiquei besta. Passada. Bege. E morria de do deles... Alguns, apesar da simpatia, tinham a aparência realmente fraca e de alguém faminto. Dava muito do. Enquanto a gente se acabava no buffet à vontade do hotel...

Anyway, mas eles não são exatamente obrigados a fazer isto. Fazem por crença, cultura, enfim.

E obviamente o Ramadan não se trata so de não comer. Ha que se respeitar outros principios, como as cinco rezas diarias e outras coisas que eu não conheço direito.

Mas, embora o lado simpatico e amavel dos tunisianos tenha realmente me chamado a atenção, teve outro aspecto que merece ser citado. A forma como eles olham para as mulheres. Não cheguei a ter medo, mas é verdade que os tunisianos devoram as mulheres com os olhos. É impressionante. Mesmo que você esteja acompanhada, você sente que os tunisianos estão tirando a sua roupa com os olhos... E alguns deles também mexem com você, fazem gracinhas, paqueram, enfim...

A Laetitia quase voltou da Tunisia com um marido. Como ela é branquinha e tem olhos bem azuis, ela é extremamente diferente do povo de la. E ela fez um sucesso absurdo: era um tal do cozinheiro do café da manhã ficar mandando recadinhos para ela, dizendo que estava apaixonado, garçom da noite dizer que ela é linda, enfim... nos quase a perdemos. Alias, estavamos até pensando em negocia-la por um bom dote em quilos de ouro, coisa que ainda se faz na Tunisia, mas acabamos deixando para la...

Quanto a mim, todos me diziam que eu parecia uma linda tunisiana... Ok. Eu ja sabia que tinha cara de arabe mesmo. Todo mundo me diz isso. Ou dizem que eu sou arabe, ou libanesa, ou tunisiana... Teve um menininho no deserto que até veio falar comigo em arabe, vê se pode?

Quanto ao Kiw, foi mega engraçado... Todo mundo no hotel o chamava de Barthez (o goleiro da França na Copa de 1998) e ficavam querendo passar a mão na careca dele para dar sorte. Ele era a atração!

Mas até que ha uma certa semelhança, vocês não acham? Hahahaha!



Quanto à Sandrine, alguns disseram que ela parecia chinesa... Esse povo anda bebendo em pleno Ramadan, não é possivel!

E o Felipe ganhou o apelido de Jet Lee (alguém também achou que ele tem cara de chinês).




Acharam até que ele era irmão da Sandrine. Das duas uma, ou esse povo andava quebrando as leis do Ramadan e bebendo uma cachacinha escondido ou eles nunca viram chinês na vida!

domingo, 27 de setembro de 2009

Tunisia - Excursões - Parte 2

A segunda excursão que fizemos foi num sabado e foi maravilhosa.

Saimos cedinho do hotel e seguimos de ônibus para Douz, onde é o começo do deserto do Saara.

La em Douz, fizemos um passeio de dromedario pelo deserto. Antes do passeio, tivemos que nos preparar e colocar roupas tipicas uns lenços na cabeça, tipo burka. Acho que era para proteger do sol e do calor. De qualquer forma, demos muita sorte, porque neste dia não estava tão quente quanto no dia da primeira excursão... Ainda bem, porque um passeio de dromedario no deserto com um calor de 40°C na cachola ia ser complicado...





Mas o tempo estava nublado e até garoou um pouquinho, acreditam? Sim, sim, garoou no deserto. Uma garoinha fininha, mas garoou.

Enfim, subimos cada um no nosso "personal" dromedario e fomos fazer uma passeio de mais ou menos uma hora. Foi bem bacana. Vimos paisagens magnificas (areia para tudo quanto é lado), engolimos areia à beça e nos divertimos muito. Os dromedarios são muito simpaticos e nada rebeldes... So achei que eles rebolavam um pouquinho demais, o que me deixava meio desconjuntada em cima dele, tentando me equilibrar... Imaginem a cena...









Fora que ver um monte de gente assim, em cima de dromedarios no deserto, parecia uma cena do Exodo. Imperdivel...




Eu gostei tanto do meu dromedario que decidi batiza-lo de Drominho. Olha que fofo!



Os meninos queriam que eu o batizasse de “Me”, porque assim teriamos do “Drô” (o do Kiw), o “Me” (meu) e o “Dario”, o do Felipe. Mas eu achei “Me” muito feio e decidi de batiza-lo de Drominho mesmo. O dromedario é meu e eu batizo como quiser. Humpft!


Detalhe que no meio do passeio, uns meninos vieram atras de nos e, sem que eu nem percebesse, me deram uma garrafinha de Coca-Cola. A principio, a ingênua aqui pensou que isto estava incluso no passeio, mas que nada! Eles fazem isso mesmo, vão te dando as coisas e depois passam cobrando. E a tonta aqui com a garrafinha de Coca na mão, no meio do deserto. Isto é que é globalização! Pelo menos bebi minha Coca tranquila e ainda trouxe a garrafinha para casa (é uma garrafinha escrita em arabe, é diferente!).



Apos o passeio de dromedario, almoçamos num hotel no meio do caminho.

Depois, passamos pela cidade de Matmata, onde visitamos uma casa troglodita (uma casa no meio das rochas). Ha muita gente, sobretudo os povos “berberes”, que ainda habitam neste tipo de casa, o que é impressionante. Tipo as pessoas vivem no meio do absoluto nada, numas casas incrustradas nas pedras (para proteção do calor) e a escola onde as crianças vão, por exemplo (quando elas vão à escola) fica a 7 quilômetros e não ha transporte publico. Ou seja, os guris berberes vão a pezinho para as escolas la longe no fim do mundo.






Enfim, tudo isso é meio cliclê e bla, bla, bla, mas ver isto te da uma nova perspectiva em relação à vida, sabe? A gente tem todo o conforto do mundo e não para de reclamar... enquanto este povo vive com quase nada e parece feliz...

Apos a casa troglodita, visitamos o lugar onde foi filmado o primeiro filme da sequência Star Wars... Confesso (meio timidamente, mas confesso) que nunca vi nenhum dos seis filmes... mas no ônibus da volta o Felipito me explicou que o lugar que visitamos era a casa do tal Skywalker que depois foi para o lado negro da força e virou o Darth Vader. Pois é. Segundo ele, o Darth Vader era muito mais legal e interessante do que quando ele era bonzinho... é sempre assim, na ficção os vilões são sempre mais legais e interessantes... Acho que isto é uma forma para nos, pessoas normais (sim, sim, suponhamos que somos normais) extrapolar toda a maldade que existe em nos torcendo pelos vilões, HAHAHAHAHAHHHHHHHHHHHHHA.







Reflexões filosoficas e psicanaliticas (de botequim) à parte, foi um passeio muito interessante. Fiquei até com vontade de assistir Star Wars, olha so! Mas quando penso que tem 6 filmes, me da uma preguiiiiiiiça...

PS: Este é o post de numero 100!!!!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Inferno astral

Acordei atrasada. PQP.

Mas tudo bem. O trabalho fica a 15 minutos de casa, e normalmente quanto mais tarde a gente sai, menos trânsito tem, então devo conseguir chegar até umas 9h30.

9h45 e eu ainda nem na metade do caminho. Trânsito por todos os lados. Tudo engafarrado. O que aconteceu? Greve do transporte publico, é claro! Porque francês adora fazer greve, principalmente nos dias em que eu acordo atrasada.

Quase 50 minutos depois de ter saido de casa, chego ao trabalho por volta das 10h. Hoje vou sair mais tarde do escritorio para compensar, penso eu.

Ja na entrada do prédio, a recepcionista me chama com cara de desesperada e me pede para entrar em contato com a secretaria "x" (não vou dar nomes aos bois...). Ok...

A historia é que eu tinha uma reunião marcada hoje à tarde com mais ou menos 25 pessoas. Eu tinha reservado uma sala adequada ha mais de dois meses. So que alguém com nivel hierarquico mais alto do que o meu precisou da sala para uma reunião. Com duas pessoas. Vejam bem, uma reunião com DUAS pessoas que ele poderia muito bem fazer na sala dele. Mas não. Ele pegou a minha sala. A sala que eu reservei com muita antecedência para receber 25 pessoas vindas de diversas partes na França para uma formação.

“E onde eu enfio as 25 pessoas?”, pergunto eu à secretaria do dignissimo alguém. “Rachel, você ha de compreender que ha prioridades”. Não. Não compreendo droga nenhuma. Não compreendo porque 3 pessoas não podem fazer uma reunião em um escritorio para que outras 25 possam ter sua formação numa sala adequada. Enfim, um monte de outras coisas que eu não entendo!

Nessa confusão toda de não haver outra sala disponivel, liga para um, liga para outro, explica a situação, tenta ver onde enfiar os 25 coitados... da meio-dia. Bom, para que almoçar, né? A tonta aqui pede um lanche, porque não pode perder nem um minuto, precisa encontrar uma sala...

No fim das contas, uma outra sala se liberou ao meio-dia e eu fiquei até às 14h ajudando a arrumar/montar/desmontar/organizar. Como se eu não tivesse mais nada para fazer na vida.

Sera que é meu inferno astral e eu não tô sabendo? Ninguém merece uma semana assim!!!! Vou sair para beber hoje à noite e encher a cara até cair para ver se melhora.

Não, não... Talvez não seja tão boa ideia... Amanhã tenho uma reunião com a chefe às 9h30 e ainda por cima a greve de ônibus e metrô vai continuar. Puta que pariu. Falta muito para chegar o sabado?

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Tunisia – O mercadinho

Voltando às historias de viagem...


Antes de falar da segunda excursão, vou contar a nossa visita ao mercado (souk) de Zarzis.

Quando chegamos ao hotel, nos disseram que em Zarzis havia um mercado grande e tipico da região toda sexta-feira de manhã. Ele ficava a 2 quilômetros do hotel e o taxi para ir até la custava nada mais de 3 dinares tunisianos, ou seja, mais ou menos 1,50€.

Então na sexta-feira acordamos cedo e fomos la no souk de Zarzis, crentes de que veriamos coisas bonitas e fariamos otimos negocios.

Coisas bonitas, nos até vimos. Cerâmicas coloridérrimas. Temperos e pimentas para todos os gostos. Roupas tipicas. O problema é que "no way" de fazer otimos negocios.

Haviamos sido avisados de que é preciso negociar com os tunisianos, pois quando eles vêm que somos turistas, jogam os preços la em cima mesmo. Mas o que vimos la foi muito além disto...

Primeiro que obviamente todos os vendedores vinham atras de nos o tempo todo nos oferecendo tudo o que vocês possam imaginar e dizendo que era baratinho, "mais barato que de graça". Todos eles repetiam esta frase e eu morria de rir. Até que decidi parar em uma barraquinha e perguntar o preço de um jogo de cerâmica para aperitivos. So que o cara não te da o preço. Ele pergunta o quanto você quer pagar. Tipo o "Quer pagar quanto?" das Casas Bahia, mas muito mais irritante porque você não tem a minima ideia do quanto o negocio custa, e tem medo de dizer um preço e ser muito enganado. Enfim, depois de eu insistir muito, o cara me diz que o negocio custava 85 dinares, ou seja, mais ou menos 45€. Eu ri na cara dele, né? Porque estava obvio que ele tinha jogado o preço muuuuuuuito alto! Ai eu disse que era caro e ele perguntou o quanto eu queria pagar. Eu estava meio sem saco de negociar e acabei dizendo a ele que voltava depois, mas na minha cabeça pensei que pagaria até uns 20€.

Bom, no fim acabamos ficando de saco cheio deste mercadinho, onde ninguém nos dizia o preço certo de nada e ainda por cima os vendedores ficavam literalmente pegando na gente o tempo todo.

Não compramos nada e pegamos um taxi de volta.

No taxi, o motorista nos pergunta se fizemos bons negocios e tudo e nos contamos que não. Dai ele nos propõe de nos levar a duas lojas menos turisticas e com preços fixos, onde os vendedores não te enganam (porque os preços ja estão la mesmo) e as mercadorias são de melhor qualidade.


Topamos na hora.

O motorista começa a fazer uns caminhos muito doidos por umas ruelinhas muito estranhas e nos começamos meio que a nos arrepender de ter topado. Mas beleza. Para entrar na primeira loja onde ele nos levou, precisamos andar por um caminhozinho super fedido, com cheiro de peixe podre. Ok. Mas valeu a pena. Era uma loja de temperos e especiarias, com preço fixo e tal, e o vendedor nos explicava o que era tudo e para que servia... Acabamos comprando umas coisinhas (eu comprei cha de hortelã) e seguimos para a segunda loja.

A segunda loja parecia um paraiso: cerâmicas de todas as formas e cores, objetos de decoração, canecas (ADORO canecas!), puffs, roupas... E o pessoal de la era super simpatico! Ficamos um tempão na loja e uma vendedora super gentil nos acompanhou o tempo todo. Ela até me fez experimentar uma roupa de tunisiana, olha que luxo! (todo mundo la me dizia que eu tinha cara de tunisiana, mas isto é assunto para outro post).






No fim das contas, acabei comprando um jogo de cerâmicas para aperitivos, quase igual ao que eu tinha visto no souk e adivinhem quanto paguei? 8 euros... Ainda bem que não comprei no souk, né? Também comprei uma caneca para aumentar a minha coleção.

Update


O Kiw deixou um comentario dizendo que eu esqueci de mencionar o açougue em frente à lojinha de temperos e é verdade... eu não comentei mesmo, mas foi uma experiência bem marcante... a cabeça de boi no chão e as cabras (eram cabras mesmo?) penduradas sem pele, argh! Podia ter ido dormir sem essa...


Estou postando as fotos também, mas cuidado!!! Fotos não recomendadas para quem tem o estômago sensivel...


Break

Pequena pausa nas historias de viagens para um pequeno desabafo...

Sabe aquelas semanas "do cão", em que tudo acontece ao mesmo tempo agora e parece que você vai ficar doidinho?

Pois é, estou vivendo uma semana destas... E não tem nada a ver com TPM não. "Apenas" doses cavalares de trabalho, um monte de reuniões que se encavalaram, minha chefe que voltou depois de três meses fora (entre férias e licença médica), viagem de trabalho a Paris (seria muito glamuroso se não tivesse sido um bate-e-volta no mesmo dia e se eu não tivesse servido de burro de carga para os outros... mas isto é apenas um detalhe...), alguns eventos sociais ja pré-agendados à noite e eu ficando doidinha no meio disto tudo...

So sei que estou contando os dias da semana em forma de porcentagem para ver se ajuda a passar mais rapido... Tipo assim, hoje é quarta à noite, ja se passou quase 60% da semana... So falta mais 40%, força!!!

E que chegue o sabado!!!!

domingo, 20 de setembro de 2009

Tunisia - Excursões

Obviamente que, como em todo pacote de viagens, logo que chegamos ao hotel ja nos ofereceram mil e um passeios. Mas so fizemos dois durante a semana, porque também queriamos curtir a praia, a piscina, o sol e o “dolce farniente”.

Mas as duas excursões que fizemos, de um dia inteiro cada, valeram muito a pena. Deu para começar a entender um pouquinho a historia dos povos que habitaram e habitam a Tunisia e entrar em contato com uma parte mais autêntica do pais.

Para vocês se situarem um pouquinho, abaixo um mapa da Tunisia. Nos estavamos em Zarzis, à beira do mar.




A primeira excursão que fizemos foi para Medenine, Chenini e Tataouine. So os nomes das cidades ja são um espetaculo à parte, né?

Em Medenine, visitamos um ksar. Os ksour (plural de ksar) são vilarejos fortificados, construidos pelos "berberes" (povo nômade que habitava o norte da Africa antes de serem dominados pelos arabes e convertidos ao islamismo), e que serviam para estocar comida durante longos periodos de seca.

A arquitetura destes ksour é algo impressionante! Cada um dos "compartimentos" do ksar são chamados de ghorfa.




Este ksar que visitamos especificamente é usado hoje em dia como um museu, e cada ghorfa conta um pouco a historia de como viviam os "berberes".

Depois de Medenine, seguimos para um mercado local, conhecido como souk.

O souk é um tipo de feira a céu aberto onde os tunisianos vendem de tudo: desde alimentos e temperos até cerâmicas (especialidade tunisiana), roupas, vasos sanitarios (sim, até privadas eles vendem!), pilhas, fitas cassetes,... é um verdadeiro "samba do crioulo doido". Os souks abastecem as populações locais, mas alguns são também bem turisticos. Ha outros detalhes para contar sobre os souks, mas como visitamos um especifico em Zarzis, vou deixar para falar sobre ele depois.





Apos o souk, seguimos para Chenini, um vilarejo "berbere" construido no topo de uma montanha no meio do absoluto nada, entre Medenine e Tataouine. Em Chenini, atravessamos a pé a montanha, caminhando e subindo durante uma meia hora embaixo de um sol escaldante do meio-dia.

Neste momento, um guia nos contava algumas historias da região, mas o sol estava tão forte e eu estava com tanto calor que sinceramente não prestei muita atenção no que ele estava contando. Na verdade, não via a hora de terminar a travessia, pois sabia que logo depois iriamos almoçar. Mas as paisagens são realmente magnificas e valem o passeio!










Depois da travessia da montanha, paramos para almoçar em um restaurante que fica no meio desse nada de Chenini. Obviamente que este restaurante deve viver dos turistas que passam por la nos ônibus de excursão, assim como nos.

O almoço foi uma delicia! De entrada, uma sopinha meio apimentadinha deliciosa e, como prato principal, o famoso cuscus! Alias, o cuscus original mesmo não tem nada a ver com o cuscus que comemos no Brasil, que é uma espécie de torta com varios ingredientes e peixe. O cuscus original, o que comemos na Tunisia, é uma mistura de varios legumes com carne de carneiro, linguiça, frango ou peixe e com sêmola, um tipo de farinha de trigo. Hummm, so de lembrar me da agua na boca!!!



De bucho cheio e bem menos cansados apos o almoço, partimos para Tataouine, onde visitamos outro ksar, desta vez um pouco maior que o de Medenine.

Tataouine foi a cidade mais ao sul da Tunisia que vimos. Ela fica a apenas 70 quilômetros da Libia e, quando um tunisiano quer dizer que algum lugar é o "fim do mundo", ele diz que o lugar é em Tataouine. Legal, não?







Na volta para o hotel, passamos de ônibus por um deserto de sal. Infelizmente não paramos, mas deu para tirar umas fotinhos de dentro do ônibus.



E assim acabou-se nosso primeiro passeio...