quarta-feira, 13 de maio de 2009

Corujice

Para quem não sabe, tenho dois primos, a Renata e o Silvinho. Quer dizer, pela parte da familia da minha mãe. Mas é o que conta, na verdade, porque nem tenho contato com a familia do meu pai e até perdi a conta de quantos primos eu tenho por la (é uma parte da familia que se reproduz como coelhos, dificil de acompanhar!).

Pois bem, um dia a Renata e o Silvinho cresceram. Sim, ja faz tempo, porque eles são muuuuuito mais velhos do que eu (ai, eles vão me matar!), respectivamente 9 e 7 anos.

E eles casaram.

E dai que, quatro anos atras, eu, com 25 anos, deixei de ser a caçula da familia. Porque chegou minha primeira priminha de segundo grau, a Clarice, filha da Renata.

Mas eu nem liguei de ter deixado de ser a caçula, porque so vendo a Clarice para entender a alegria e luz que ela trouxe para a familia. Uma fofa. A criança mais linda do mundo. Mas vou parar por aqui porque ta ficando muito “prima coruja” este paragrafo.

Cinco meses depois chegou o Carlinhos, Cacá, filho do Silvinho. Ou seja, Clarice e Cacá cresceram ( e continuam crescendo) juntos.

E no fim de 2007 chegou a Helena, irmãzinha da Clarice.

Recapitulando : Clarice tem hoje 4 anos, Cacá tem 3,5 anos e Helena quase 1,5 ano.

A Clarice e o Cacá ja falam de tudo e rendem momentos muito engraçados. Outro dia a Renata me enviou um e-mail com uma compilação do que esta criançada anda aprontando. Vejam se não é para morrer de orgulho (e de rir também ?).

PS : o texto inteiro é da Renata (obrigada, Rê !).

Claricianas, Helenísticas e Cacazianas:

Depois que voltamos a São Paulo, uma coisa tem intrigado Clarice. Trata-se dos carros sem motorista, com pessoas "muito invisíveis", segundo ela. Tentando entender do que ela falava, levantei a hipótese de que fossem carros dirigidos por pessoas baixinhas que nem eu, por exemplo. Daí não dá para enxergar o/a motorista e parece que ele/a é invisível etc. Decididamente, não era isso. Procurei acompanhar o olhar da pequena e entender quando ela nomeava o carro como sendo aquele conduzido por invisíveis seres. E então entendi e fiquei surpresa com o que vi: trata-se dos veículos com os vidros escurecidos para que não vejamos que os conduz. E são tantos que parece que andamos num trânsito de fantasmas, máquinas auto-condutoras no asfalto sem-fim. Quando entendi, meti-me a explicar o motivo pelo qual as pessoas fazem isso, mas, é claro, isso é coisa difícil de entender. Ela, espertinha, perguntou: por que o nosso carro não é assim? Mais difícil ainda de entender isso, Clarice, essa teimosia em não aceitar determinadas coisas dessa realidade inóspita. Disse que gosto da luz, da claridade, de ver as pessoas... Mas onde estão elas mesmo?

Clarice puxou a sei-lá-quem da família e deu para exagerar. Agora, quando uma coisa é "muito", ela diz: "muito muito muito muito muito muito muito, sem parar e sem cansar". Ou "cansando e mesmo assim não parando nunca".

Helena está terrível. Toda prosa e autônoma, agora só quer saber de andar pra cá e pra lá, subir no sofá, tentar descer sozinha e aprontar com a irmã. As duas se comunicam muito bem: Clarice pega o rodo que não pode e Helena traz o pano de chão que não pode também. Duas criaturas.

Helena parece o pai: pega o bloquinho 1, encaixa devagar no 2, tira e encaixa de novo, fica observando, parece que está fazendo pesquisa. É tão inteligente que dá até medo (nesse sentido, parece com a mãe, claro)! Já vai ter que sair do berço (com 1 ano!) porque está empenhada em sair sozinha dele. Lelê foi para o maternal! Nem nasceu ainda e já foi para o berçário! Na próxima encaranação mato a saudade que já está dando de ter bebê em casa.

Educação Sexual

Clarice falando para o amado primo Carlinhos: "Cacá, nós vamos nos casar. Mas não se preocupe, vai ser só quando a gente for adulto".

Clarice penteia o cabelo e mostra para o primo: "olha, Cacá, meu cabelo". Cacá, como moleque que é, nem liga. Clarice diz: "Cacá, deixa eu te explicar: quando eu mostrar meu cabelo lindo para você, você tem que dizer 'olha, que cabelo lindo, Clarice!'". E foi assim com a calcinha linda, a fivela... Ai, se esse danadinho aprende essas lições da primeira infância!

Mas Cacá tem suas próprias estratégias. Brincando de bicicleta com o pai, avista duas adolescentes e diz que quer dar um beijo nelas. O pai explica que ele deve chegar perto delas, perguntar seus nomes, se apresentar, enfim, entabular um papo e depois pedir um beijo... Carlinhos chega até elas, depois de fazer gracinhas com a bicicleta e diz: "Oi, meu nome é Carlos. E o seu?". A menina nem acabou de responder, ele lança: "Me dá um beijo?". Direto e reto.

Cacá e Clarice dizem um para o outro: "vamos brincar de médico!?". Depois que o pai quase desmaia, os dois saem carregando o "paciente-cãozinho-de-pelúcia" nos braços para fazer o exame.

A difícil arte de construir a fraternidade

Helena se joga no chão de teimosia. Uma hora, fico irritada, perco a paciência e digo: "então, fica aí no chão e chora à vontade"! Clarice, consternada e indignada, levanta a irmã e me diz: "não pode falar assim com ela, ela é pequena, não entende! Ela é muito delicada! Vem, Lelê!". (!)

Ponto de vista da Helena: O que é a coisa mais linda e fantástica e interessante do universo? Resposta: qualquer coisa que estiver na mão da Clarice ou que a irmã estiver olhando ou pensando.

4 comentários:

Patricia Coelho disse...

Adoro crianças!!!! Sua prima bem que podia fazer um blog contando essas experiências!!! rs

Paloma Varón disse...

Que lindo, adorei isso!

renata disse...

Primeiramente: quanto ao Silvinho, não sei, mas a Renata não é tãããããõoooo mais velha assim, e nem parece, tá super-conservada, vivendo com aquelas duas filhas-anjo que nem aprontam nada nunca... Segundamente: ai, que saudade dessa minha tutuquinha-bebê que eu pegava no colo e dava tanto beijo e fazia cafuné... (Ops, acho que está rolando uma certa contradição entre as afirmações anteriores, mas isso não vem ao caso!).
A Clarice sempre fala: "mamãe, quando que a Rachel vai voltar da França?!". Eu digo que logo, logo, se não a gente não aguenta de saudade daquela danadinha que sempre quer os morangos - de que adianta ter bolo com morango sem a Rachel pra disputar?!
Morremos de saudade de ti no dia das mães!
Um grande beijo,
Re

Anônimo disse...

Oiiii,
Também acho que a minha prima podia fazer um blog para contar todas estas historias... Mas enquanto ela não faz, eu vou "emprestando" as historias dela e postando aqui, hehe!
Rê, fala pra Clarice que em julho estou por ai! Podem ir comprando os bolos com muitos morangos! rsrs.
Tb estou com muitas saudades!
Beijos