terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Duvidas de uma cabecinha pensante...

Continuando no tema das imagens dos paises, apesar dos estereotipos, tenho me surpreendido bastante com a imagem positiva que as pessoas aqui têm do Brasil. Todos os franceses que conheci aqui que ja foram para o Brasil, falam do pais com muita saudade, com muita vontade de voltar. Da mesma forma, quase todas as pessoas que nunca foram para o Brasil, têm muita vontade de ir.

Uma das coisas que mais me surpreenderam logo no inicio é que, muitas pessoas para as quais falei que sou brasileira e que vim para ca para trabalhar, me perguntaram, espantadas: “Mas, por quê? Por quê você veio? Foi obrigada?”. “Tipo assim, você mora no Brasil, pais maravilhoso, onde faz calor e as pessoas são alegres, para quê vir para ca?”

Este tipo de comentario me espantou, porque me dei conta de que aqui as pessoas não têm tão forte este conceito de “Europa como primeiro mundo” e “Brasil como terceiro”. Quem tem isso mais enraizado na educação e nos conceitos somos nos mesmos. A maioria dos franceses nem imaginam o que significa para um brasileiro ser convidado para trabalhar na Europa.

Na verdade, como eu ja disse para varios franceses aqui, eles não se dão conta da sorte que têm. Outro dia, num jantar com varios franceses, ja estava com a lingua meio solta apos beber algumas taças de vinho e soltei essa: “Do que vocês reclamam tanto? Eu não entendo, vocês têm tudo o que precisam, têm segurança, têm um sistema de saude publica que funciona, têm uma policia que não é bandido, vivem numa cidade onde o trânsito (ainda) não é caotico, têm sete semanas de férias e podem tira-las sem medo de o chefe olhar feio. Enfim, têm QUALIDADE DE VIDA. Do que vocês reclamam? No Brasil, a maioria da população vive em uma pobreza extrema, nas principais cidades a gente tem medo de andar na rua, não se sabe se se tem mais medo dos bandidos ou da policia, os politicos são corruptos e a saude publica não funciona. Com tudo isto, ainda conseguimos sorrir, brincar e ser conhecidos como o povo mais alegre do planeta.”

E ai entramos numa discussão meio filosofica (leia-se “meio embriagada”) sobre como o ser humano é naturalmente insatisfeito, quanto mais tem, mais quer ter e historias do tipo “a grama do vizinho é sempre mais verde”. Pode ser. Mas eu ainda acho que deve haver outra explicação. Por que povos que têm tudo o que precisam são infelizes e povos que vivem na miséria absoluta são felizes? Alguém à mesa comentou que tinha ido à Tailândia e que la, apesar da pobreza, o povo era super sorridente.

Pois é. Sera que Deus, ao criar o mundo, pensou assim: “Bom, não posso dar tudo para todo mundo, um so pais não pode ser perfeito, senão todo mundo vai querer morar apenas la e não vai dar certo”?

Imaginem a cena: Deus la, sentado em sua nuvenzinha (sim, porque me ensinaram que Deus esta no céu e quando olho para o céu, so vejo nuvens, então ele so pode estar sentado em cima de uma delas), pensando: “Então, vejamos como vai ficar este meu brinquedinho chamado mundo. Vamos distribuir um pouquinho entre hemisfério norte e sul:

- Acima da linha do Equador: paises ricos, economias pujantes, qualidade de vida, governos (pouco) corruptos, mas... povo infeliz, reclamão, um frio do cão e alguns desastres naturais, como Bush, terremotos e furacões;

- Abaixo da linha do Equador: paises pobres ou “em vias de desenvolvimento”, povo alegre, sorridente e acolhedor, temperatura agradavel, belas paisagens naturais, nada (ou quase nada) de guerras e catastrofes naturais, mas... pobreza, corrupção, favelas, insegurança, “jeitinho” , Hugo Chavez, FARC, narcotrafico e gente que vota em quem diz “estupra, mas não mata”.

Sera que foi esse o processo?

Enfim, falando sério agora, se alguém por ai conhecer alguma teoria que explique um pouco isto, esta diferença entre os povos, esta relação entre pais rico/gente infeliz e pais pobre/gente feliz (se é que tal correlação existe mesmo e não é coisa da minha cabecinha pensante), please deixe seus comentarios ou recomendações de leitura. Estou bem interessada pelo tema...

6 comentários:

Cristiane Coelho disse...

Sempre achei que o clima influencia o humor. Mesmo no Brasil, me parece que, quanto mais você vai subindo, mais as pessoas são alegres. O frio deixa as pessoas mais fechadas. Não sei se é só isso, mas acho que ajuda...
PS: já que vc falou acima da reforma ortográfica, o circunflexo para diferenciar o "tem" no plural, tb "caiu"... rs

Anônimo disse...

Cris,
Vc ta me confundindo!!! No manual da reforma que vc me mandou (aquele do Estado), esta escrito que o acento circunflexo no plural de "ter" e "vir" (e nos seus derivados) permanece...
E ai, o que é que eu faço? rsrs
Qto ao clima, tb acho que influencia o humor (vide a "ranzinzice" dos meus ultimos posts, rsrs). Deve ser uma das explicações...
Beijocas!

Anônimo disse...

Ja que dinheiro não traz felicidade, eles deveriam dar o dinheiro deles pra gente, né?!

Cristiane Coelho disse...

Verdade!! Acabei de confirmar que o acento continua... Melhor assim!!!
Nem li muito o manual! Tô com raiva dessa reforma! rs
BjO

Corredato disse...

"Economias pujantes" que bonito, Kel!!! Vou tentar usar esse adjetivo amanhã no meu trabalho lá no SAFRA. Imagine eu cobrando um cliente: "Bom dia Senhor, gostaria de comunicar que sua divida está um tanto pujante. Que tal pagá-la". Bom, mas o motivo principal do meu comentário, é dizer que mesmo estando no lado sul, onde teoricamente é mais "feliz", eu não estou satisfeito, eu quero ir para o lado "norte", só para poder voltar para o lado "sul" novamente e dizer que foi por livre escolha. ahahhaha

Anônimo disse...

Eu sabia que alguém ia notar que eu usei o termo "pujante". Ficou bonito, não? rsrs
Bjs