Lembram-se dos meus priminhos Clarice (4 anos), Cacá (quase 4 anos) e Helena (quase 2 anos)?
Eu os vi agora em julho no Brasil. Um maior do que o outro. Correndo pela casa toda, pulando no sofa, subindo e descendo as escadas, transformando a copa e a cozinha da minha casa em pista de alta velocidade com os triciclos (é isso mesmo?) deles. Haja energia! Para os pais, né, porque para eles tem de sobra!
Pois é, eles continuam aprontando das suas... E a minha prima Renata me manda os e-mails contando as peripécias... é cada uma que estes pequenos soltam! Não da para deixar de compartilhar! E de babar um pouquinho também, prima coruja que sou...
Os textos são todos dela, viu? Copiei na integra e coloquei meus comentarios em negrito.
Mais uma vez, Rê, obrigada pelos envios!
Eu, desesperada, contando para o marido (incluindo o exagero costumeiro) que minha orientadora tinha achado meu texto "horrível", quando Clarice se manifesta: "mas, mamãe, é fácil deixar o seu doutorado bem bonito, eu sei como fazer!". Ela explica: "é só colar um adesivo bem colorido! Eu tenho um aqui e dou para você!".
Isso é que é orientadora! Generosamente, ela me permitiu divulgar essa dica para os amigos.
Minha amiga da PUC faleceu sem avisar ninguém (Chica, essa é para você!). Fui ao velório, Clarice queria ir comigo. Achando que ela queria ver a amiga virando estrela e indo para o céu (imagina a imagem linda que ela inventou!), tive que explicar melhor o que é enterro, cremação... Expliquei: "o coração da pessoa vai para o céu, as coisas bacanas, os pensamentos... Mas o corpo, que ela não vai mais usar, fica aqui e a pessoa decide o que vai fazer com ele antes de morrer. Tem gente que prefere virar planta, árvore, adubo, então, prefere ser enterrada. Tem gente que prefere virar cinza e ser espalhada pelo mundo todo, deixando um pouco de si em cada lugar". Ela respondeu, perguntando: "Que nem confete de carnaval?!". Sim, Clarice, se espalhando que nem confete de carnaval, filha.
Clarice conversando com a amiga na perua escolar: "Quando você for adulta, vai querer ter filhos? Eu vou querer ter duas filhas, duas meninas. É assim que se faz, ó, a gente escreve uma cartinha para o papai do céu e ele manda uma sementinha pra dentro da barriga da gente, que vai virando um nenê". A amiga pensou, pensou e depois disse: "não sei, não... como é que a gente vai levar a cartinha se a gente não tem foguete pra ir lá pro céu!?". Nisso tudo, os "tios da perua" suspirando, aliviados...
Clarice para o primo Carlinhos no Mocó: "Carlinhos, não bate na Helena, não! Eu sei que eu nasci primeiro e você gosta de mim, mas ela é legal também, ela é pequena e muito delicada.". Cacá nem liga, parece ter ciúme da pequena. Clarice continua: "E é sua filha!".
É, Clarice é mamãe e Cacá é papai da Helena. Pergunto pra pequena quem é a mamãe e ela corre pra Clarice. Meu consolo é que, apesar de eu ser uma moradora de rua pra Helena, ela me ama, coisa que dá pra sentir nos abraços bem fortes que ela dá e no carinho que faz nas costas da gente, coisa mais linda! A danadinha já percebeu esse lance de eu perguntar quem é a mamãe e faceira, sacaneia comigo. Peço para ela falar "ma-mãe". Ela diz, com sorriso maroto, "pa-pai". Pode!?
Clarice me diz que quer que eu fique bem colada com ela, grudada todo o tempo, todos os dias, ao invés de ir trabalhar. Digo que estou realmente trabalhando muito, mas que, quando terminar o doutorado, vou ter mais tempo pra ela... E que gosto de trabalhar e que quando ela crescer, também vai gostar. Ela diz: "eu não vou trabalhar nunca, não quero ficar muito muito muito cansada!". Digo: "vai sim, querida! Você não quer ter suas filhinhas? Então, como é que você vai comprar as coisas pra elas?". "Só vou comprar um batom". "E como vai fazer isso?" "Trabalho um pouquinho, compro o batom e depois paro!".
Que simples, não? Adorei!
Antes isso do que quando ela me disse "quando for adulta e tiver um marido, vamos fazer doutorado lá na USP". "E com quem você vai deixar suas filhas?" "Com a tia Kátia!"
Mas a melhor de todas, na minha opinião, foi esta aqui:
Clarice me disse que vai fugir de casa, agora que já sabe abrir e fechar a chave da porta. Perguntei porque ela queria fazer isso. Ela disse: "É porque a minha vida não é fácil mamãe". Eu já desmaiando, pergunto como assim, essas coisas. Ela responde: "tem muitos adultos!". Pode!?
Gente, esta menina é muito esperta ! Com 4 anos de idade, ja entendeu tudo! São os adultos que complicam a nossa vida, é claro! Alias, Clarice, concordo com você... A minha vida também não é facil porque tem muitos adultos...
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Um comentário:
Adoro!!! rs
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