Ja dizia meu pai, que estaria fazendo 66 anos hoje, se estivessse vivo : «Falar é prata, calar é ouro».
Mas eu não sei como e nem porquê, nunca consegui seguir este sabio conselho. Sempre acabo falando muito mais do que deveria e, em muitas situações, me arrependendo de ter soltado a lingua…
O que me consola é que se eu não tivesse essa caracteristica de falar pelos cotovelos, talvez não tivesse alguns momentos hilariantes para compartilhar com vocês, como o que descrevo abaixo.
Uma quinta-feira à noite, depois da aula de dança, Sandrine, Laetitia e eu resolvemos ir para um bar tomar umas e dar umas risadas. Ligamos para um amigo nosso, que nos encontrou com outro amigo neste bar. Ou seja, estavamos em três meninas e dois meninos.
Num determinado momento, os dois meninos levantaram da mesa onde estavamos para irem ao bar comprar bebidas para nos (super cavalheiros).
Nisto, dois caras e uma menina aproximam-se da nossa mesa. Um dos caras (bem bonitinho, alias) chega mais perto e, falando em inglês, pergunta se as duas cadeiras estavam ocupadas.
Em inglês também, eu respondo que sim, que havia duas pessoas ocupando aquelas cadeiras.
O cara responde, mais uma vez em inglês, que tudo bem e se vira para ir embora.
A pessoa aqui, achando que o cara era gringo e não segurando a sua lingua, comenta com as amigas, em francês : « que pena, até que ele é uma gracinha ».
E o cara, virando-se para mim de novo, me diz, em francês : ah, eu sou francês, ta ?
As meninas ao meu lado explodem de rir. E eu so queria que o chão se abrisse na minha frente para eu enfiar a minha cabeça, de tanta vergonha ! Meio sem-graça, respondi: « ok, tudo bem », mas pensando « não acredito que fiz esta gafe! »
No fim das contas, nem sei se o cara ouviu o que eu disse, porque logo depois que ele disse que era francês (e que eu fiquei vermelha como um pimentão), ele nos perguntou se a gente tinha mesmo acreditado que ele era gringo porque eles estavam fazendo um teste ou uma aposta ou algo do tipo.
Então é até provavel que ele não tenha escutado nada e so tenha virado para nos perguntar sobre a historia de se tinhamos acreditado que ele era gringo ou não. Mas, de qualquer forma, mesmo não sabendo onde enfiar a minha cara, achei uma pena ele não ter ficado para conversar um pouquinho…
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